CNA defende papel estratégico do agro nas discussões da COP 30

Documento reúne demandas do setor e nove recomendações específicas para a região amazônica

25.09.2025 | 13:58 (UTC -3)
CNA, edição Revista Cultivar

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou o documento “Agropecuária Brasileira na COP 30”, que reúne o posicionamento do setor para a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). O evento será realizado entre 10 e 21 de novembro, em Belém (PA).

O texto foi entregue pelo presidente da CNA, João Martins, ao enviado especial da Agricultura para a COP 30, Roberto Rodrigues, à presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá, e ao senador Zequinha Marinho (Podemos/PA), durante cerimônia na sede da entidade em Brasília. O encontro reuniu presidentes de federações estaduais de agricultura e pecuária, pesquisadores, autoridades e representantes do setor.

Segundo a CNA, o documento foi construído a partir de reuniões da Comissão Nacional de Meio Ambiente com produtores rurais, entidades do agro e especialistas. O objetivo é subsidiar negociadores brasileiros e autoridades envolvidas nas discussões climáticas, além de reforçar a importância do setor agropecuário no cumprimento das metas nacionais e globais.

Propostas centrais

O posicionamento destaca que os produtores brasileiros devem ser reconhecidos como agentes fundamentais na implementação de soluções climáticas e que a agricultura tropical precisa ser considerada como resposta imediata aos desafios do clima. Entre os principais pontos defendidos pela CNA estão:

  • Financiamento: mecanismos adequados que garantam crédito, seguro climático e redução de custos para viabilizar tecnologias de baixo carbono;
  • Agricultura: inclusão do setor no centro das decisões globais, com estímulo ao uso do portal do Trabalho Conjunto de Sharm el Sheikh para Agricultura e Segurança Alimentar;
  • Monitoramento: aprimoramento do Global Stocktake para tornar as informações mais acessíveis e comparáveis;
  • Adaptação: definição de indicadores adequados às realidades nacionais e valorização das soluções da agricultura tropical;
  • Mitigação: maior objetividade nas negociações e reconhecimento do potencial da agropecuária para redução de emissões;
  • Mercado de carbono: integração do setor nas discussões sobre créditos de carbono, recompensando práticas sustentáveis e conservação de florestas;
  • Transição justa: adaptação das medidas às particularidades de cada país e sistema produtivo, evitando penalizações desproporcionais ao setor.

Foco na Amazônia

O documento também dedica um capítulo ao legado da COP 30 na Amazônia, ressaltando que a região abriga 30 milhões de pessoas em mais de 750 municípios e mais de um milhão de produtores rurais. A CNA defende que a agricultura e a segurança alimentar sejam reconhecidas como pilares inseparáveis da agenda climática.

Entre as nove recomendações para a região, estão a regularização fundiária e ambiental, o combate ao desmatamento ilegal, a criação de linhas de crédito específicas para produtores amazônicos, investimentos em logística e energia limpa e a valorização da contribuição do agricultor amazônico para a transição climática.

Contexto

A COP 30 ocorrerá pela primeira vez na Amazônia e deve marcar uma nova etapa das negociações climáticas internacionais. Para a CNA, o encontro será decisivo para transformar ambições em resultados concretos e reconhecer a agricultura tropical como parte das soluções globais.

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