Chuvas beneficiam lavouras de trigo no RS, mas nebulosidade limita ciclo produtivo

Precipitações restauram umidade do solo e favorecem o desenvolvimento das plantações, enquanto fumaça de queimadas reduz incidência de luz solar e afeta crescimento das espigas

12.09.2024 | 17:36 (UTC -3)
Revista Cultivar

As lavouras de trigo no Rio Grande do Sul apresentam bom desenvolvimento, com 43% ainda em fase vegetativa, enquanto 38% estão em floração e 19% em enchimento de grãos. As chuvas de 4 de setembro foram benéficas, restaurando a umidade do solo e favorecendo o ciclo de produção. Antes das precipitações, havia sinais iniciais de deficiência hídrica em algumas áreas, mas sem comprometimento significativo. As informações são da Emater/RS.

A presença de nebulosidade, causada pela fumaça de queimadas no Norte e Centro-Oeste do país, reduziu a incidência de luz solar sobre as plantações, o que atenuou os efeitos positivos da radiação solar. Geadas em agosto impactaram levemente as plantas em fase reprodutiva, sem prejudicar o potencial produtivo.

A área cultivada, de 1.312.488 hectares, tem uma produtividade prevista de 3.100 kg/ha. As regiões administradas pela Emater/RS têm monitorado de perto pragas e doenças, especialmente aquelas associadas às condições climáticas variáveis, como manchas, ferrugens e oídio. O tratamento fitossanitário é constante, com foco na prevenção de doenças como giberela, particularmente em lavouras em fase reprodutiva.

Na região de Bagé, na Fronteira Oeste, os 141.550 hectares de trigo apresentam bom desenvolvimento, com destaque para o manejo contra oídio e giberela. No entanto, em Maçambará, 30% das lavouras têm baixo desempenho devido a deficiências na adubação nitrogenada, resultado da estiagem em julho. As áreas com melhor desempenho chegam a 40%, e 30% têm resultado intermediário. Na Campanha, o potencial produtivo está em torno de 2.600 kg/ha, afetado pelo excesso de umidade e falta de radiação solar.

Na região de Caxias do Sul, as lavouras estão em fase de perfilhamento, com potencial produtivo acima das expectativas iniciais. Já em Erechim, metade das lavouras está em desenvolvimento vegetativo e a outra metade em fase reprodutiva, com a produtividade esperada de 3.600 kg/ha, apesar de leves impactos das geadas. Frederico Westphalen também apresenta bom desenvolvimento, com 40% das lavouras em floração e 20% em enchimento de grãos. As geadas tiveram efeitos leves, e a produtividade projetada é de 3.450 kg/ha.

Em Ijuí, cerca de 50% das lavouras estão na fase de emissão de espigas, com chuvas restaurando parcialmente a umidade do solo. Em Passo Fundo, 65% das plantações estão em emborrachamento e 10% em floração, com potencial produtivo de 3.600 kg/ha. O estado fitossanitário é considerado satisfatório em ambas as regiões, com monitoramento contínuo de pragas e doenças.

Na região de Pelotas, 90% das lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo, com as chuvas e baixas temperaturas noturnas favorecendo o crescimento. Santa Maria também apresenta bom desenvolvimento, com mais de 50% das lavouras em fase reprodutiva e produtividade próxima de 3 mil kg/ha.

Em Santa Rosa, 23% das lavouras estão em enchimento de grãos e 54% em floração, com expectativa de rendimento de 3.300 kg/ha. Apesar das geadas em agosto, o clima seco e as baixas temperaturas beneficiaram o estado fitossanitário das lavouras, com monitoramento de oídio e pulgões.

A previsão de produtividade estadual permanece otimista, e o manejo adequado está em andamento para garantir o melhor rendimento possível na safra.

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