No Dia Mundial do Solo, 05 de dezembro, a Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ) lança a versão final do mapa digital de carbono orgânico dos solos brasileiros na profundidade de 0-30 cm. Ele une modelagem matemática e conhecimentos levantados em campo para ajudar em diversos programas de conservação de recursos naturais. Um dos beneficiários imediatos será o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que poderá utilizá-lo para direcionar práticas de redução de emissão de gases de efeito estufa. O trabalho utilizou informações ambientais disponíveis como dados a respeito de solo, relevo, vegetação, clima, associando-os a métodos matemáticos estatísticos para inferir informações em locais não medidos. Uma de suas informações mais importantes é o estoque total de carbono do solo a 0-30 cm do Brasil, que seria 36,3 Pg, sendo que 1 Pg (petagrama) = 1 bilhão de toneladas.
“O carbono do solo é uma propriedade vital, que está relacionada com emissão de gases de efeito estufa, mitigação do aquecimento global e fertilidade do solo, além disso é uma propriedade guarda-chuva, que transmite informação sobre a qualidade do solo em geral, incluindo dados sobre a química, física e biologia da terra”, conta o pesquisador da Embrapa Solos Gustavo Vasques, lembrando a importância da elaboração do mapa, que tem resolução espacial aproximada de um quilômetro.
Antes deste mapa definitivo, foram elaboradas três versões preliminares (imagem acima) durante os quatro anos de trabalho em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O mapa lançado pela Embrapa integra o mapa global de carbono orgânico do solo, iniciativa da Aliança Global pelo Solo, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Por sinal, também no dia 05, na sede da FAO, em Roma, acontecerá o lançamento do mapa global de carbono orgânico do solo.