Boletim orienta manejo das culturas de verão com base na previsão climática no RS

26.09.2011 | 20:59 (UTC -3)
Patrícia Strelow

O Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs) divulgou esta semana boletim com as tendências climáticas para o próximo trimestre e as recomendações técnicas para manejo das principais atividades agrícolas no Estado. O material se baseia nos dados colhidos pelas instituições que trabalham com meteorologia no Rio Grande do Sul, e serve de apoio na tomada de decisões a agricultores e entidades do setor primário.

Segundo o documento, a previsão é de que nos meses de outubro e novembro o Estado registre índices de precipitações normais, dentro da média histórica do período. Mas deverá haver uma redução gradual no volume de chuva, com o sudoeste já registrando precipitaçõespouco abaixo do padrão climatológico em novembro, tendência que atinge o Estado como um todo em dezembro.

Diante deste prognóstico, os técnicos montaram recomendações específicas para os produtores de milho, feijão, soja, arroz e trigo. Quanto ao milho, a orientação é de que seja escalonada a semeadura de forma a diminuir a possibilidade de coincidir o período crítico da cultura, do inicio da floração até grão leitoso, com o mês de dezembro, época de menor quantidade de chuvas.

“Poderemos ter problemas com o milho que está sendo plantado agora, que entra na fase de enchimento de grão em dezembro, mas vemos este quadro com muita cautela, ainda é cedo”, avalia o gerente técnico estadual da Emater/RS-Ascar, Dulphe Pinheiro Machado Neto. Para reduzir riscos em períodos de menor precipitação, a recomendação é de que sejam utilizados cultivares de ciclos diferentes, e efetuada a adubação em cobertura quando o solo apresentar disponibilidade de água adequada.

O escalonamento da época de semeadura e o emprego de cultivares de ciclos diferentes, seguindo o zoneamento agrícola, também é a recomendação para as culturas de feijão, soja e arroz. Para a primeira os técnicos indicam ainda a adubação de cobertura quando o solo apresentar disponibilidade de água adequada e, em relação à soja, a orientação é utilizar cultivares de ciclo médio e tardio em semeaduras de outubro e dezembro. Já para a cultura do trigo, o boletim recorda ao produtor a revisão das colhedoras, em especial, do sistema de distribuição da palha.

Em relação ao arroz, a indicação é de que, dentro do possível, os agricultores deem continuidade à semeadura respeitando o zoneamento agrícola, semeando primeiro cultivares de ciclo tardio, seguido dos de ciclo médio e precoce e, por último, de ciclo muito precoce. Nas semeaduras da 1ª emergência de outubro, é indicado colocar as sementes na profundidade entre dois e três centímetros para facilitar a emergência em função da temperatura do solo, e dimensionar a semeadura de acordo com a disponibilidade de água.

A irrigação definitiva do arroz deve ser iniciada quando as plantas estiverem no estádio de três a quatro folhas, fazendo a aplicação da adubação nitrogenada em cobertura, preferencialmente em solo seco, antes da entrada de água, e o uso da água deve ser racionalizado, através de técnicas de manejo adequadas, como a movimentação mínima da água nos quadros, manutenção de baixas lâminas de água e a prévia sistematização de áreas.

O boletim formulado pelo Copaaergs traz ainda orientações técnicas para cultivo de hortaliças, forrageiras e fruticultura. O material completo está disponível no endereço eletrônico das instituições que compõe a Copaaergs. Coordenado pelo Departamento de Planejamento e Fomento Agropecuário da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), o Conselho é integrado ainda pelo 8º Distrito de Meteorologia - Instituto Nacional de Meteorologia, pela Área de Seguro Agrícola da Seappa, Emater/RS-Ascar, Companhia Nacional de Abastecimento, Embrapa, Fundação de Ciência e Tecnologia, Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Fepam, Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Sociedade Brasileira de Agrometeorologia, Superintendência Federal da Agricultura do RS, universidades federais de Pelotas, Santa Maria e do Rio Grande do Sul.

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