Besouro amplia transmissão do ToBRFV entre solanáceas

Pesquisa aponta que Henosepilachna vigintioctopunctata atua como vetor mecânico do vírus

03.12.2025 | 08:53 (UTC -3)
Revista Cultivar
Foto: Merle Shepard, Gerald R Carner e PAC Ooi
Foto: Merle Shepard, Gerald R Carner e PAC Ooi

O besouro Henosepilachna vigintioctopunctata amplia a transmissão do Tomato brown rugose fruit virus (ToBRFV) entre plantas hospedeiras. Estudo analisou a eficiência do inseto como vetor mecânico e quantificou a capacidade de transferir o vírus para tomate, pimenta, berinjela e ervas daninhas da família Solanaceae.

Os testes confirmaram que o inseto adquire o vírus ao se alimentar de folhas doentes e repassa o patógeno durante a mastigação em folhas sadias. O vírus aparece nas folhas danificadas nove dias após a exposição. Sinais sistêmicos surgem a partir do 12º dia. O experimento registrou maior carga viral nas folhas feridas por abrasão com areia. As folhas mastigadas pelo besouro apresentaram cerca de metade da carga observada no controle positivo.

O estudo mostrou que o besouro transmite o vírus para outras solanáceas. Em Solanaceae nigrum, a eficiência de transmissão se igualou ao método mecânico. Em pimenta e berinjela, a transmissão ocorreu, mas com níveis inferiores aos da inoculação abrasiva.

Ensaios em gaiola

Ensaios em gaiola demonstraram que o besouro intensifica a disseminação do vírus nas populações mistas de hospedeiros. A presença do inseto elevou a carga viral em tomate, pimenta, berinjela, batata e S. nigrum. A movimentação do besouro reduziu o efeito da posição da planta infectada dentro da gaiola. Isso homogenizou o risco de transmissão.

Foto: Merle Shepard, Gerald R Carner e PAC Ooi
Foto: Merle Shepard, Gerald R Carner e PAC Ooi

A pesquisa avaliou o período de retenção do vírus no besouro. A capacidade de transmissão alcançou níveis elevados até 36 horas após a aquisição. A eficiência caiu nas 48 e 72 horas seguintes. A carga viral se concentrou no trato digestivo do inseto. A cabeça e as pernas exibiram sinais fracos e decrescentes.

O trabalho verificou que ferimentos causados por besouros não infectados aumentam a suscetibilidade das plantas ao vírus. A aplicação de seiva infectada em folhas previamente danificadas gerou carga viral aproximadamente cinco vezes maior que a observada na aplicação direta em folhas intactas.

A pesquisa indicou que uma única mordida de um besouro infectado basta para transmitir o vírus. A intensidade do ataque não alterou a capacidade de transmissão.

Outras informações em doi.org/10.3390/insects16121225

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