BASF, FEE e Cooxupé finalizam estudo de mensuração da sustentabilidade na cadeia produtiva do café

29.05.2015 | 20:59 (UTC -3)

A BASF e a Fundação Espaço ECO (FEE) apresentaram hoje na sede da Cooxupé, em Guaxupé, no Sul Mineiro, os resultados obtidos com AgBalanceTM – metodologia científica utilizada para medir e avaliar a socioecoeficiência na agricultura - na sustentabilidade da cadeia produtiva do café.

O estudo, desenvolvido pela multinacional alemã e aplicado pela Fundação Espaço ECO, contemplou diferentes regiões de atuação da cooperativa e três arranjos produtivos: Não Mecanizado, Mecanizado e Mecanizado Irrigado, e teve como objetivo avaliar os impactos ambientais, econômicos e sociais da produção de café na área em que a cooperativa atua, bem como comparar a evolução da sustentabilidade do processo industrial de beneficiamento ao longo de quatro anos (2008, 2010, 2012 e 2013).

Para cada uma das regiões avaliadas foram coletados dados de produção das propriedades de acordo com suas dimensões: pequena (três a 20 ha), média (21 a 50 ha) e grande (mais de 50 ha).

O estudo, com base na análise de ciclo de vida, foi dividido em duas fases: agrícola e industrial. Na primeira, foi analisado o processo de produção de uma saca de café de 60 kg, desde a extração dos diversos recursos naturais (utilizados na produção dos insumos agrícolas aplicados no campo), passando pelas práticas agrícolas, até a colheita do café nas fazendas, durante a safra 2012/13. Já na segunda fase, foram analisados o transporte do café das fazendas até as unidades industriais da Cooxupé, o processamento do produto, e o transporte do café (para exportação) até o porto de Santos.

Um dos principais apontamentos do estudo no quesito ambiental revela que 90% da contribuição nos impactos decorrem da fase agrícola, quando considerado todo o escopo do estudo. Os resultados indicam que há uma relação direta entre o aumento de produtividade das lavouras de café e a melhoria de desempenho em termos de sustentabilidade (conceito de produzir mais café por hectare com menos uso de recursos/insumos por saca).

Com base nos dados coletados nas fazendas foi possível criar uma base de informações para continuar melhorando a produtividade e a qualidade das lavouras nos próximos anos, otimizando o consumo de insumos materiais, por exemplo fertilizantes, defensivos, calcário e água, e energéticos - diesel e eletricidade.

Ao comparar os três arranjos produtivos ficaram evidentes algumas diferenças, como um maior consumo de água na cultura irrigada. Na produção baseada no regime de chuvas são consumidos menos de 200 litros por saca, enquanto na irrigada são mais de 600 litros. Dessa forma, uma das recomendações do estudo, por exemplo, é a utilização da irrigação por gotejamento e a coleta de água de chuva, que podem contribuir para a melhoria de desempenho.

O grande destaque que AgBalance apontou na fase industrial foram os avanços oriundos das instalações do Complexo de Armazenagem e Indústria de Café Japy, localizado no município de Guaxupé. Desde 2011 as instalações do complexo estão equipadas para receber cafés a granel a serem empilhados em bags, o que tem colaborado para a ampliação da capacidade de armazenagem e melhorias na logística.

Com AgBalance ficou evidente uma tendência na redução de impactos por saca processada, o que corrobora com as ações de melhorias adotadas nos últimos anos, incluindo a otimização do material de embalagem para o transporte do café (uso dos big bags e não mais a juta).

Para que se tenha uma ideia do resultado, ao se considerar o total de café preparado em 2013 as melhorias realizadas na indústria trouxeram uma economia de energia equivalente ao consumo anual de 34.500 domicílios. Em termos de emissões evitadas de CO2, essa redução foi equivalente a 1.850 caminhões de 14t indo e voltando de Guaxupé até o Porto de Santos.

Segundo o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, o levantamento será fundamental para a tomada de decisões na Cooperativa: “com o estudo em mãos, alguns indícios sobre nossos processos foram evidenciados. A partir de agora deveremos colocar em prática outras ações que colaborem para que nossa produção seja ainda mais sustentável”.

Já o diretor-presidente da FEE, Roberto Araújo, afirma que uma das principais vantagens de AgBalance é a possibilidade de benchmarking de sustentabilidade entre os cooperados da Cooxupé nas próximas safras: “Práticas agrícolas mais sustentáveis podem ser medidas e avaliadas nas propriedades mais produtivas e rentáveis de cada região e depois compartilhadas com outros cooperados, possibilitando criar mecanismos para acelerar a adoção de melhores práticas de sustentabilidade já realizadas dentro da própria Cooperativa, contribuindo para a evolução da Cooxupé como um todo” destaca Araújo.

O AgBalance é uma ferramenta desenvolvida pela área de sustentabilidade da BASF na Alemanha para avaliar a sustentabilidade ao longo do ciclo de vida de produtos agrícolas. Por se tratar de uma ferramenta de gestão da sustentabilidade, leva em consideração os aspectos ambientais, sociais e econômicos, desde a extração das matérias-primas, passando pelas etapas de manufatura e uso dos produtos finais, culminando com os diferentes destinos pós-uso do produto avaliado.

O objetivo da BASF com a ferramenta é auxiliar seus diversos públicos, incluindo clientes e representantes de todos os elos das cadeias produtivas do setor agro, a identificarem os pontos de melhoria e as potencialidades em processos de produção. “Com AgBalance podemos medir o progresso da produção agrícola de forma detalhada e precisa. Dessa forma contribuimos para que a discussão em torno da sustentabilidade da produção agrícola seja mais científica e mensurável”, rassalta o vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para América Latina, Eduardo Leduc.

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