Agroalianças são chave para o Brasil no comércio global

Roberto Azevêdo destaca papel da cooperação e iniciativa privada no 24º Congresso do Brasileiro Agronegócio

11.08.2025 | 15:00 (UTC -3)
Noemi Oliveira, edição Revista Cultivar
Foto: Gerardo Lazzari
Foto: Gerardo Lazzari

O Brasil precisa adotar uma postura flexível e cooperativa no cenário internacional, formando alianças estratégicas sem se alinhar a lados opostos em disputas geopolíticas. A avaliação é do embaixador Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC entre 2013 e 2020, que abriu o 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA 2025), realizado nesta segunda-feira (11/8) pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a B3.

Segundo Azevêdo, o governo tem papel importante, mas a iniciativa privada, especialmente o agronegócio, deve criar seus próprios canais de relacionamento e ampliar redes de conexão no exterior. Ele destacou que as agroalianças — parcerias entre países, empresas e setores produtivos — são essenciais para reforçar a imagem do Brasil como líder em segurança alimentar e energética.

Na abertura do evento, o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, alertou para um cenário global marcado pelo enfraquecimento do multilateralismo e fortalecimento do protecionismo. Para ele, a formação de alianças é urgente para manter o equilíbrio e a competitividade do agro brasileiro. Durante a cerimônia, a entidade entregou o documento “Agronegócio frente às Mudanças Climáticas”, posicionamento oficial do setor para a COP30.

O CEO da B3, Gilson Finkelsztain, ressaltou a força do mercado de capitais no apoio ao agronegócio, citando R$ 588 bilhões captados em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e crescimento de 32% nas Cédulas de Produto Rural (CPR) em 2024. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou que 40% das exportações paulistas vêm do agro, enquanto Romeu Zema, de Minas Gerais, afirmou que o setor já supera a mineração nas exportações estaduais.

O evento também contou com anúncios, como a abertura de um novo escritório da ApexBrasil em Washington para defender interesses nacionais diante do aumento de tarifas nos EUA, além da participação de autoridades e representantes do setor público e privado.

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