PR Safra 2024/25: milho deve ser colhido até o fim de agosto
Com 74% da área colhida, Estado projeta 17 milhões de toneladas e contribui para safra nacional
A safra americana avança em boas condições e influencia as cotações na Bolsa de Chicago. Cerca de 90% das lavouras de soja nos EUA estão em florescimento, dentro da média histórica. Mais de 65% das áreas formam vagens, e 69% apresentam qualidade boa ou excelente, índice semelhante ao do ano passado. O milho também mantém desempenho positivo, com 92% das lavouras em florescimento e 73% avaliadas como boas ou excelentes.
A demanda chinesa segue ausente no mercado americano, mas o Brasil compensa com exportações recordes. Em julho, o país embarcou 12,25 milhões de toneladas de soja, segundo a Secex, superando o mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a julho, foram 77,2 milhões de toneladas, 1,8 milhão a mais que no ano passado. A China absorveu 77% do total.
O complexo soja — grão, farelo e óleo — rendeu US$ 6 bilhões no período. O farelo bateu recorde histórico, com 14,4 milhões de toneladas exportadas. O óleo somou 1,2 milhão de toneladas. Em reais, a soja gerou R$ 33,2 bilhões até julho. Nos portos, o grão permanece entre R$ 141 e R$ 147 a saca para posições de outubro a dezembro, com prêmios acima de 200 pontos.
A comercialização da safra 2024/25 alcança 70%, abaixo da média de 75%. Restam cerca de 51 milhões de toneladas nas mãos dos produtores. Para a nova safra 2025/26, 16% já foram vendidos, contra média de 21%.
No milho, Chicago tenta manter o suporte de US$ 3,80 para setembro. No Brasil, 87% da safrinha foi colhida, abaixo dos 95% do ano passado. As vendas estão em 52%, contra média de 60%. Em julho, o país exportou 2,43 milhões de toneladas, também abaixo de 2024. O faturamento somou R$ 2,8 bilhões no mês.
O trigo reage em Chicago, mas sofre pressão das exportações russas. Nos EUA, 90% do trigo de inverno já foi colhido. No Brasil, os preços permanecem estáveis: R$ 1.300 a tonelada no Rio Grande do Sul e R$ 1.450 no Paraná.
O algodão brasileiro avança em boas condições de colheita. Os preços giram em torno de R$ 120 a R$ 128 a arroba em Mato Grosso. O arroz mantém negociações voltadas à exportação, com valores entre R$ 66 e R$ 70 a saca na região de Uruguaiana.
O feijão aguarda aumento da demanda em agosto. O carioca nobre varia de R$ 200 a R$ 230 a saca, enquanto o preto comercial oscila entre R$ 125 e R$ 140.
Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura