Reunião do trigo e triticale termina com definições para a próxima edição
Um debate sobre a Soja Louca II, problema de causa desconhecida que provocou, na última safra, prejuízos econômicos a algumas regiões produtoras de soja, será destaque na abertura da XXXI Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil (RPSRCB) que será realizada nos dias 10 e 11 de agosto, no Centro de Eventos e Treinamentos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio (CNTC), em Brasília, DF.
A alta incidência de soja louca ocorre indistintamente entre cultivares de soja, transgênicas RR ou convencionais, dificultando a colheita e podendo causar reduções de produtividade de até 40%. Várias causas têm sido atribuídas a este problema, mas até o momento nada foi cientificamente confirmado.
Durante a Rodada de Discussão sobre a Soja Louca II, realizada no início de julho, em Cuiabá (MT), pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi formado um grupo de trabalho para estudar o problema. Cerca de 30 participantes, sendo representantes da Embrapa e de outras instituições de pesquisa, de ensino, da Aprosoja e de empresas parceiras compõem o grupo.
Para o chefe de pesquisa da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias, a Soja Louca II é uma anomalia complexa que pode estar associada a vários fatores. “A idéia é estabelecermos um protocolo de pesquisa, que possa auxiliar os pesquisadores no melhor entendimento sobre o problema, para que posteriormente possamos orientar a tomada de decisões a campo”, diz.
O gerente técnico da Aprosoja/MT, Luiz Nery Ribas, destaca que uma das sugestões feitas durante a reunião é que o Grupo de Trabalho possa evoluir para um consórcio nacional. “Tecnicamente ainda não há dados consistentes para fazer indicações aos produtores, mas a criação do grupo deverá auxiliar os sojicultores no melhor entendimento sobre o problema”.
Sintomas – Segundo os pesquisadores Embrapa, os sintomas observados são o afilamento das folhas do topo das plantas e o engrossamento das nervuras. As folhas apresentam uma tonalidade mais escura em relação às sadias. As hastes exibem deformações e engrossamento dos nós. As vagens também apresentam deformações, redução do número de grãos e apodrecimento de grãos.
Plantas com problemas registram alto índice de abortamento de flores e vagens. Esse abortamento é mais intenso na parte superior das plantas, diminuindo em relação à base, o que impede o processo natural de maturação, fazendo com que a planta permaneça verde no campo, fenômeno conhecido como Soja Louca.
Até que sejam completamente esclarecidas as causas dessa anomalia e os mecanismos que a desencadeiam, não existe nenhuma recomendação específica para o manejo, ou controle desse problema. “Sugere-se seguir as tecnologias de produção da soja oriundas das reuniões técnicas regionais de pesquisa,” explica Farias.
Embrapa Soja
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