Demanda por combustível sustentável pressiona processamento da cana

16.12.2008 | 21:59 (UTC -3)

O mercado doméstico de etanol combustível foi mais uma vez decisivo para o processamento da cana-de-açúcar pelas usinas, de acordo com o diretor de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Alexandre Strapasson. O comentário foi feito segunda-feira (15/12) durante o anúncio do terceiro levantamento da cana safra 2008 realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele afirma que o cenário para o álcool combustível tende a crescer muito mais, principalmente, pelo incremento da frota de veículos bicombustíveis (flex fuel), estimada em sete milhões de unidades, e também pelo aumento nas exportações deste combustível sustentável.

O setor sucroalcooleiro é um dos que tem maior crescimento na economia brasileira, nos últimos anos. "Teremos uma produção recorde de cana-de-açúcar, açúcar e álcool. No entanto, o período é de reequilíbrio para esse setor, que passou os últimos dois anos com preços baixos do açúcar e do álcool. Isso prejudicou o caixa das empresas, que também passam por dificuldades inerentes à atual crise internacional", observa o diretor.

“Espera-se um ano regular para 2009, mas com perspectivas bastante favoráveis em médio e longo prazo. Os fundamentos macroeconômicos são bastante positivos à expansão do setor sucroalcooleiro, com demandas crescentes para o açúcar, álcool e eletricidade", pondera Strapasson. O diretor citou também o incremento na demanda de energia elétrica, com o aumento da participação da co-geração da eletricidade com o bagaço, subproduto da cana.

No caso do açúcar, o Brasil contribui com 40% do mercado mundial e há um déficit projetado de 3 milhões a 7 milhões de toneladas no comércio internacional, devido à variação da produção de açúcar de outros países e, em especial, da Índia. Essa variação será compensada pelos estoques globais, “mas tudo indica que teremos uma leve pressão altista nos preços do açúcar para 2009”.

Nesta safra, o aumento da cana será de 14% (571 milhões de toneladas), sendo 57% deste total destinada para a fabricação do álcool (325 milhões de toneladas) e 43% para açúcar (246 milhões de toneladas). Para o próximo ano, o setor projeta a incorporação de mais 30 usinas às 417 existentes.

De acordo com a pesquisa da Conab, cerca de 316 mil hectares de cana não foram colhidos devido ao atraso no funcionamento de novas unidades de produção e ao excesso de chuvas, especialmente no período da moagem que prejudicou o ritmo de processamento da colheita. O volume de cana bisada, como é chamada a cana madura que será cortada no próximo ano, está estimado em 37 milhões de toneladas. Desta forma, o calendário de 2009 de colheita e moagem será antecipado.

Confira o terceiro levantamento da cana e o mapa das unidades de processamento da cana-de-açúcar nos endereços abaixo:

http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/3cana_de_acucar.pdf

http://geote.conab.gov.br/pagina/usinasgoogle.php

Inez De Podestà

Mapa

www.agricultura.gov.br

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