Impactos do milho voluntário na soja e estratégias para o manejo
Por Guilherme Braga Pereira Braz (Universidade de Rio Verde); Sergio de Oliveira Procópio (Embrapa Meio Ambiente); Dieimisson Paulo Almeida (Cooperativa Comigo)
O início da safra 2024/2025 já aponta para um cenário de grandes desafios para os agricultores brasileiros. Após o término do vazio sanitário da soja na segunda quinzena de setembro, os produtores rurais já se deparam com complicações climáticas inesperadas, com atrasos no plantio de soja e milho especialmente nas regiões do Cerrado brasileiro, em especial nas regiões Norte e Centro-Oeste. O clima mais quente e as chuvas irregulares, principalmente, no Sul adicionam incertezas, tornando essa uma das safras mais difíceis dos últimos anos.
Além do clima, a escassez do crédito rural é outro obstáculo. Com exigências mais rígidas, tanto ambientais quanto regulatórias, muitos agricultores têm encontrado dificuldades para acessar o crédito rural vindo do plano safra, o que é mais um desafio a poucos dias do início de suas operações. O cenário exige garantias maiores e processos mais criteriosos, o que torna o financiamento mais limitado.
Entretanto, as oportunidades não foram completamente ofuscadas. O aumento do crédito digital e online traz uma alternativa promissora para os produtores. Plataformas que comercializam insumos agrícolas e oferecem também a possibilidade de resgate de serviços agronômicos, como análises de solo têm ganhado espaço e se mostram fundamentais em um ano onde a redução de despesas é crucial.
Com os custos crescentes e o crédito mais escasso, o uso eficiente de fertilizantes, defensivos e outros insumos se torna ainda mais relevante. A adoção de tecnologias digitais, como a aplicação aérea de defensivos por meio de drones e também o uso de biológicos, tem avançado entre os agricultores brasileiros. As biofábricas, que permitem a produção de insumos biológicos nas próprias propriedades, são uma tendência em crescimento, proporcionando uma alternativa sustentável e econômica.
Essa inovação está ajudando os produtores a maximizar a eficiência de suas operações e a reduzir custos neste momento. Além disso, a conectividade nas áreas rurais, com acesso à internet 24 horas por dia, tem impulsionado o uso de soluções digitais para plantios mais precisos, algo que vem ganhando força e otimizando a gestão no campo.
No mercado internacional, a concorrência com os Estados Unidos, que colhe uma safra recorde, adiciona mais um desafio à comercialização de soja e milho. Isso pode impactar os preços das commodities e forçar os agricultores brasileiros a repensarem suas estratégias de venda.
Embora culturas como arroz, feijão e café estejam entregando boas perspectivas de remuneração, a soja e o milho continuam sendo os focos das maiores dificuldades, tanto na produção quanto na comercialização. Mesmo assim, a inovação tecnológica e a adaptação rápida dos agricultores têm sido fatores determinantes para enfrentar um cenário mais adverso.
Em resumo mais simples, podemos dizer que a safra 2024/2025 começa com grandes desafios, diante do clima instável, do crédito escasso e da forte concorrência global. Mas, ao mesmo tempo, surgem oportunidades importantes por meio de soluções tecnológicas e inovação no manejo agrícola, que oferecem alternativas para que os produtores superem as dificuldades e possam avançar de forma resiliente.
*Por Robson Rizzon, Chief Commercial Officer (CCO) da Orbia e produtor rural
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Por Guilherme Braga Pereira Braz (Universidade de Rio Verde); Sergio de Oliveira Procópio (Embrapa Meio Ambiente); Dieimisson Paulo Almeida (Cooperativa Comigo)
Por José Roberto Salvadori (UPF e Embrapa Trigo); Alberto Luiz Marsaro Júnior (Embrapa Trigo); Crislaine Sartori Suzana-Milan (UPF); Douglas Lau (Embrapa Trigo); Eduardo Engel (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"); Mauricio Paulo Batistella Pasini (consultor); Paulo Roberto Valle da Silva Pereira (Embrapa Florestas)
Com tecnologia exclusiva de distribuição, o Accura 8.0 HD, da Kuhn, tem depósito de fertilizantes de oito mil litros, suspensão pneumática e bitolas que podem variar entre 2,80 a 3,50 metros de largura