Test Drive trator Magnum 400 AFS Connect da Case IH

Com um projeto novo de conectividade total, o Magnum 400 AFS Connect testado pela nossa equipe ganhou nova cabine, nova eletrônica, com monitor AFS Pro 1200, interface e novos módulos de telemetria 4G, que possibilitam compartilhamento de informações e acesso remoto total

18.04.2022 | 16:47 (UTC -3)
O Magnum 400 AFS Connect utiliza motor da marca FPT de seis cilindros, com 8.700cm3 de volume deslocado, equipado com turbocompressor, que proporciona 396cv de potência nominal e 435cv de potência máxima
O Magnum 400 AFS Connect utiliza motor da marca FPT de seis cilindros, com 8.700cm3 de volume deslocado, equipado com turbocompressor, que proporciona 396cv de potência nominal e 435cv de potência máxima

Com um projeto novo de conectividade total, o Magnum 400 AFS Connect testado pela nossa equipe ganhou nova cabine, nova eletrônica, com monitor AFS Pro 1200, interface e novos módulos de telemetria 4G, que possibilitam compartilhamento de informações e acesso remoto total

A Agropecuária Jerusalém, na cidade de Água Boa, no estado do Mato Grosso, não poderia ser melhor destino para a equipe da Revista Cultivar Máquinas conhecer e testar o trator Case IH, modelo Magnum 400 AFS Connect. Água Boa é uma cidade da região Leste do Mato Grosso, particularmente no Vale do Araguaia, muito próxima da Serra do Roncador, com belíssimas paisagens. Desta simpática cidade, de aproximadamente 25 mil habitantes, nos deslocamos até a Agropecuária Jerusalém, que é uma Fazenda Conectada e serve como projeto pioneiro da Case IH para o estabelecimento da conectividade 100%, proposta de Agricultura Digital da marca.

Neste texto, nós contaremos detalhes do novo modelo Magnum 400 AFS Connect da marca, lançado em 2021, e como ele está inserido dentro desta proposta de Agricultura Digital. A Agricultura 4.0 ou Agricultura Digital é uma analogia ao termo Indústria 4.0, que tem a ver com a integração das atividades agrícolas ao mundo inteligente, em rede. Compreende e engloba vários campos do conhecimento, entre os quais o da Inteligência Artificial e todas as tecnologias recentes da eletrônica e do posicionamento global. Portanto, todas as ações de colocação de sensores e controladores nas máquinas agrícolas e a interligação com as tecnologias de informação são compatíveis com este conceito. Hoje, por exemplo, já temos disponíveis nas máquinas alguns recursos de aplicação de Internet das Coisas (IoT), Big Data e estágios básicos de Inteligência Artificial. Muito desta tecnologia está embarcado no trator Magnum 400 AFS Connect, que descreveremos para nossos leitores. Além do Magnum, a Case IH oferece ao mercado brasileiro as séries Farmall e Farmall A, Puma, Steiger e Quadtrac. Dentro da série Magnum, são oferecidos os modelos 260, 290, 315, 340, 380 e 400.

Todos os dados do trator e da operação de plantio eram acessados em tempo real no tablet do gerente da fazenda e na sala de controle da concessionária
Todos os dados do trator e da operação de plantio eram acessados em tempo real no tablet do gerente da fazenda e na sala de controle da concessionária

O TRATOR MAGNUM

O trator Case IH testado pela nossa equipe, modelo Magnum 400 AFS Connect, utiliza motor da marca FPT de seis cilindros, com 8.700cm³ de volume deslocado, equipado com turbocompressor, que proporciona 396cv de potência nominal e 435cv de potência máxima. O torque máximo deste motor é de 1.850Nm a 1.400rpm. Com todo este desempenho, que o caracteriza como um trator de grande porte, utiliza o sistema SCR (Redução Catalítica Seletiva) para o controle de emissões, atendendo tanto o padrão Tier 3 quanto a norma brasileira Proconve MAR-1.

O Magnum 400 e o Magnum 380 são os mais novos integrantes da família AFS Connect, que estão equipados com a melhor tecnologia da marca. O visual externo da série foi renovado, lembrando o trator autônomo da Case IH. Ainda, como novidade, ganharam nova eletrônica, especialmente devido ao novo monitor AFS Pro 1200, à interface e aos novos módulos de telemetria 4G, que os destacam como os produtos de maior tecnologia possível, o que justifica a proposta de conectividade total.

Quanto ao posto de condução, uma nova cabine com suspensão ativa foi incorporada, com bastante espaço para o operador e um assento auxiliar que, em geral, é utilizado para instrução e apresentação do sistema. A iluminação externa é feita por 12 faróis de LED, seis para frente e seis atrás, garantindo uma iluminação potente, que cobre 360 graus. Outro ponto que nos chamou a atenção é a quantidade de locais para a colocação de objetos pessoais e acessórios. No interior da cabine há um assento de ótimo nível e dois monitores, um que fornece informações sobre o trator e o outro sobre a operação, que proporciona a conectividade, adotando o padrão Isobus. Esse segundo, o monitor AFS Pro 1200, utiliza sistema baseado em Android, totalmente configurável, com tela de 12 polegadas, antirreflexo e com ajuste automático de brilho.

Desta forma, após serem apresentados todos os dados dos sensores da máquina e a necessidade de reparos e manutenções, a informação pode ser interpretada pelo operador e se houver necessidade pode ser gravada, utilizando a saída USB ou transferida em tempo real, através do novo portal de telemetria da Case IH, o AFS Connect. Esta interface, pelo que pudemos sentir, é muito intuitiva e de fácil compreensão.

A iluminação externa é feita por 12 faróis de LED, seis para frente e seis atrás
A iluminação externa é feita por 12 faróis de LED, seis para frente e seis atrás

Como era de se esperar em um modelo top como este, o Magnum 400 AFS Connect vem predisposto para o novo piloto automático AFS Guide, com a nova antena receptora de sinal AFS VectorPro, com compensação de terreno. O sistema de localização GPS RTK e RTX pode vir em três opções: o AFS autônomo gratuito, com precisão de 30cm; os opcionais com assinatura, que varia a precisão entre 3cm e 15cm; e o RTK por rádio opcional, que requer uma base e trabalha com precisão de menos de 2,5cm. Para auxílio nas manobras e visualização dos equipamentos acoplados, o fabricante colocou nos modelos 380 e 400 uma câmera traseira de série e que é opcional nos modelos de menor potência.

No console lateral à frente se sobressai uma alavanca de comando multifuncional (joystick), onde estão colocados os interruptores configuráveis. Na coluna lateral direita da cabine, à frente do console, está colocado um monitor, semelhante a um tablet na coluna lateral direita. Tem todos os avisos instantâneos, como marcha e velocidade de trabalho, velocidade angular do motor, nível de combustível, temperatura do fluido de arrefecimento e pressão do óleo, além de pictogramas luminosos, com informações sobre o funcionamento do trator.

A transmissão de potência do motor às rodas é do tipo full powershift de 21 marchas à frente e cinco à ré, com a troca de marchas e grupos de forma automática, por meio de cinco pacotes de discos, sem o uso de embreagem. Pode-se escolher entre o Modo Campo e o Modo Estrada. Com o uso do APM (Automatic Productivity Management), no Modo Campo, por exemplo, o operador pode configurar a velocidade-alvo de trabalho e o sistema troca a marcha automaticamente, em função da carga, para manter o motor na rotação e velocidade escolhida. Com este sistema, pode-se reduzir o consumo de combustível.

O visual externo da série foi renovado, lembrando o trator autônomo da Case IH
O visual externo da série foi renovado, lembrando o trator autônomo da Case IH

Quanto ao sistema hidráulico, o Magnum 400 AFS Connect vem equipado com cinco VCRs eletrônicas eletro-hidráulicas, bomba hidráulica de vazão de 279 litros por minuto, sistema Power Beyond, que possibilita uso extra de potência para o sistema hidráulico. O cliente pode optar pelo sistema de levante em três pontos categoria IV, como opcional, com capacidade de levante de 9.025kgf. A tomada de potência traseira de 1.000rpm é standard em todos os modelos.

Para os dois novos modelos, o Magnum 380 e o Magnum 400, o fabricante informa que oferece um eixo dianteiro com suspensão de série, um novo e reforçado eixo traseiro e novas opções de pneus de série. Este item também é opcional para os modelos menores da série. A nova configuração de pneus tem disponibilidade para duas versões: canavieira e grãos. Para a canavieira a especificação é 710/60R30 no eixo dianteiro e 900/60R38 para os traseiros, ambos radiais. Já para grãos, a especificação muda para pneus dianteiros 480/70 R34 e traseiros 800/70R38, ambos duplos.

Como o principal mercado para este trator é a grande propriedade de cana-de-açúcar e de grãos, o Magnum 400 AFS Connect foi preparado para as características do Centro-Oeste brasileiro, com possibilidade de diagnóstico de falhas a distância e suporte remoto. Todas as concessionárias Case IH possuem a nova ferramenta de suporte remoto, o Remote Service Tool, que é uma ferramenta de suporte à manutenção, em tempo real e on-line, para diagnosticar qualquer problema que aconteça com o trator e, se houver necessidade de intervenção física de manutenção, os mecânicos do concessionário mais próximo estarão preparados para o serviço que necessitarão fazer.

A transmissão é do tipo full powershift de 21 marchas à frente e cinco à ré
A transmissão é do tipo full powershift de 21 marchas à frente e cinco à ré

A partir de agora, com o lançamento dos novos tratores Magnum AFS Connect, os clientes podem acessar a telemetria baseada em telefonia celular 4G, pois é uma tecnologia já embarcada de série nos tratores novos. Ao comprar o produto, seja trator ou colhedora, o cliente recebe a assinatura do sinal de telefonia para a conectividade por três anos e com isto já consegue acessar o portal de controle e gerenciar sua frota, juntamente com o concessionário, se assim preferir. Mas também fora do portal, o cliente poderá baixar na App Store (para qualquer dispositivo móvel) do seu celular ou tablet, o aplicativo AFS Connect, para as plataformas iOS e Android, podendo receber informações instantâneas da sua máquina.

TESTE

Depois de conhecer as características técnicas do trator e da proposta de conexão integral das máquinas com o sistema disponibilizado pela Case IH, nos interessou muito fazer o test drive, tanto do trator como da conectividade desse. Para tanto, subimos no trator para acompanhar a operação de semeadura do milho em segunda safra, para produção de sementes. O conjunto mecanizado era formado pelo trator Magnum 400 AFS Connect e semeadora Case IH, modelo Easy Riser 3200, de 24 linhas, com sulcador de disco duplo.

Além do Magnum 400 que testamos, a série Magnum AFS Connect conta com os modelos 260, 290, 315, 340 e 380
Além do Magnum 400 que testamos, a série Magnum AFS Connect conta com os modelos 260, 290, 315, 340 e 380

A semeadora foi calibrada para distribuir, em média, 25 sementes por metro, com espaçamento entre linhas de 45cm, o mesmo utilizado para a soja, que havia sido semeada em outubro e estava sendo colhida. Buscava-se a população de 55 a 60 mil plantas por hectare, com taxa variável de sementes, que depende de prescrição agronômica diferenciada, que, por sua vez, depende da fertilidade, da característica e da condição física do solo. Relataram-nos e pudemos ver que, em determinados pontos, havia afloramento de cascalho, que era levado em conta na elaboração dos mapas de prescrição. Visíveis nos mapas de colheita, realizados pela fazenda, estes afloramentos provocaram uma variação na produtividade.

A operação de semeadura era feita com uso de piloto automático, seguindo as linhas de semeadura da cultura anterior, para aproveitar a adubação de base, já feita na linha da soja. O trajeto era correspondente ao maior comprimento do talhão e era considerada uma bordadura virtual, que seria semeada depois, com uma passada da semeadora em todo o perímetro da área. Embora existam casos em que a bordadura é feita primeiro, na fazenda ocorre a marcação virtual deste trajeto, que passa a ser espaço para as manobras e somente no final é realizada. O benefício disso é que as manobras não são realizadas sobre o que já foi semeado.

Com o auxílio do operador de máquinas Cleomar Rodrigues de Souza, o Pirelli, que há dois anos e meio trabalha na fazenda, acompanhamos o trabalho do trator Magnum 400 AFS Connect, a uma rotação de 1.840rpm no motor, em sétima marcha, o que resultava na velocidade média de trabalho de 6,4km/h. Em anos anteriores, foram feitos testes com variação da velocidade de trabalho e esta proporciona as maiores produtividades. No momento do teste, na fazenda, havia uma sucessão de operações agrícolas com a colheita da soja, depois a distribuição de adubo a lanço e, por fim, a semeadura do milho.

Uma nova cabine com suspensão ativa foi incorporada, com bastante espaço para o operador e grande área envidraçada. Além disso, dois novos monitores que fornecem informações sobre o trator e a operação que está sendo realizada
Uma nova cabine com suspensão ativa foi incorporada, com bastante espaço para o operador e grande área envidraçada. Além disso, dois novos monitores que fornecem informações sobre o trator e a operação que está sendo realizada

Pudemos observar no monitor Pro 1200 AFS que, nas condições em que estávamos operando, poderíamos alcançar a capacidade operacional de 70 hectares por dia, ou 7,1 hectares por hora. O consumo médio de combustível era de 29 litros por hora, o patinamento médio das rodas em torno de 4% e estávamos utilizando apenas 40% da potência do motor.

Embora estivéssemos concentrados no trabalho, a ação do piloto automático e a fácil visualização do monitor nos permitiam ver as informações de desempenho e também os parâmetros da máquina, por meio do monitor na coluna da cabine. Em determinado momento, observamos uma advertência na tela do monitor solicitando acesso às informações da operação. O acesso foi liberado ao verificar que a solicitação vinha do tablet da equipe técnica da fazenda.

Muito boa a impressão que tivemos sobre o espaço interno e a visibilidade da cabine, além do nível de conforto do assento e da posição dos comandos e monitores. Estiveram conosco durante todo o teste, explicando as características técnicas do trator e os recursos de conectividade disponíveis, o engenheiro agrônomo Carlos Furlan, responsável pelo marketing comercial da Case IH, e Henrique Bohnen, que é advogado com formação em Agronegócio, que representa o setor comercial do Mato Grosso para a Case IH.

FAZENDA CONECTADA

A Agropecuária Jerusalém foi escolhida pela Case IH para ser um modelo no Brasil e projeto pioneiro da conexão integral do sistema de conectividade adotado pela marca. Um dos critérios para a escolha baseou-se no fato de que há um elo entre a fazenda e o concessionário, que são do mesmo grupo empresarial, propriedade do senhor Gerson Luis Garbuio, gaúcho da cidade de Passo Fundo (RS). O projeto da Case IH, denominado Fazenda Conectada, conta com parceria de várias empresas, que se incorporaram ao projeto, dentre as quais: fabricantes, de consultoria e tecnologia, telefonia, órgãos públicos e startups.

Todos os dados do trator e da operação de plantio eram acessados em tempo real no tablet do gerente da fazenda e na sala de controle da concessionária
Todos os dados do trator e da operação de plantio eram acessados em tempo real no tablet do gerente da fazenda e na sala de controle da concessionária

A ideia geral do projeto é mostrar os benefícios reais que o produtor rural pode ter com a Agricultura Digital, baseado nos pilares de produtividade, sustentabilidade e viabilidade econômica. Nesta primeira fase do projeto, busca-se a garantia de que os padrões atuais da estrutura permitam usar plenamente a conectividade. Na curva de aprendizagem que, em um primeiro momento, é muito volumosa em quantidade de novas informações, verifica-se a fase de implementação, estabelecendo-se realmente o que é uma fazenda conectada, proporcionando o uso de tecnologias de informação.

O engenheiro agrônomo Felipe Zmijevski, responsável técnico da fazenda, destaca que o propósito é “ver o que é invisível”, ou seja, conhecer coisas que não são aparentes pelos métodos tradicionais de gerência técnica. A fazenda, típica do Centro-Oeste brasileiro, conta com 4.370 hectares de soja, 1.186 hectares de milho, 950 hectares de sorgo e 440 hectares de girassol, além da semeadura de milheto em parte da área e de braquiária em cobertura. Devido ao ano atípico em termos climáticos, a soja implantada no mês de outubro teve déficit de umidade pós-plantio, e foi replantada em, aproximadamente, 19% da área, quando o histórico da fazenda é inferior a 4%.

Neste primeiro ano, a fase inicial compreende o entendimento do sistema da fazenda e, para não perder o foco no que se está buscando realmente, foram adotados alguns indicadores, que são a produtividade, a sustentabilidade e a viabilidade econômica. Em um projeto desta envergadura, que de maneira nenhuma é experimental e restrito a uma pesquisa científica, controlada estatisticamente, e em escala operacional empresarial, conta com uma sala de comando na concessionária Agritex Agrícola, em Água Boa (MT), e uma sala no AFS Connect Center, na fábrica da Case IH, em Sorocaba (SP). Em ambos os locais é possível ver a mesma tela visualizada pelo operador no trator, mas que também pode ser vista em equipamentos portáteis, como tablet ou smartphone, que se constituem em ferramentas de auxílio remoto.

O Magnum 400 AFS Connect utiliza motor da marca FPT de seis cilindros, com 8.700cm3 de volume deslocado, equipado com turbocompressor, que proporciona 396cv de potência nominal e 435cv de potência máxima
O Magnum 400 AFS Connect utiliza motor da marca FPT de seis cilindros, com 8.700cm3 de volume deslocado, equipado com turbocompressor, que proporciona 396cv de potência nominal e 435cv de potência máxima

100% CONECTADO

Alguns dos entraves para o uso eficiente de uma tecnologia remota como esta são a velocidade e a capacidade de transmitir dados entre os pontos. Para isto, se necessita da tecnologia de redes banda larga móvel (sem fio) para telefonia móvel de quarta geração (4G). Na fazenda foi instalada uma torre da TIM, parceira no projeto, que serve à fazenda, mas beneficia toda a região. A proposta do ConectarAgro, que partiu de um grupo de empresas da qual a CNH faz parte, apoiada pelo governo brasileiro, de implementar telefonia celular em ambientes remotos, está possibilitando que a associação destas empresas interaja com os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e das Comunicações, no sentido de acelerar o processo de conectividade no campo. Isso possibilitará a adoção plena de integração de máquinas e sistemas, que possam se desenvolver dentro do âmbito da Agricultura 4.0, com máquinas controladas remotamente, Inteligência Artificial e IoT.

Um ponto a destacar é que o sistema proposto pela Case IH se insere perfeitamente ao que prevê a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), de somente utilizar e analisar dados de terceiros, com prévia autorização. Durante o dia de testes, visitamos a concessionária Agritex Agrícola, em Água Boa, para conhecer como se visualiza e gerencia o maquinário, em uma sala no hall da empresa. A partir de enormes monitores, é possível saber a localização em tempo real de todas as máquinas conectadas ao sistema e, de cada uma delas, saber as informações da operação e do estado da máquina.

Desta forma, podem-se fazer planos de manutenção e prever atendimento de serviços pela concessionária, e até mesmo avisar o operador no caso de irregularidades e/ou falhas, que estejam acontecendo. Imaginem que, a quilômetros de distância, o técnico que estiver acompanhando a operação pode avisar o operador sobre necessidades de abastecimentos, falhas de linhas de semeadura, proximidade de outras máquinas, perdas excessivas, dentre outros. Uma simples comunicação com o operador por telefone solucionaria muitos problemas.

Atualmente, o projeto possui várias máquinas com tecnologia embarcada para a aquisição de informação, conexão com a torre da rede 4G e, por meio desta, transmissão às salas de controle. A perspectiva é de até 2025, todos os tratores Case IH da série Puma ou superior e todos os modelos de colhedoras sejam equipados com esta nova tecnologia do AFS Connect.

O test drive foi realizado na Agropecuária Jerusalém, em Água Boa, onde a Case IH possui o projeto Fazenda Conectada, que trabalha com o conceito de Agricultura Digital em todos os processos produtivos
O test drive foi realizado na Agropecuária Jerusalém, em Água Boa, onde a Case IH possui o projeto Fazenda Conectada, que trabalha com o conceito de Agricultura Digital em todos os processos produtivos

Enfim, a tecnologia proposta pela Case IH viabiliza inúmeras possibilidades de coleta de informação. Agora, o ponto-chave é enfrentar os desafios da Agricultura Digital, que são: a transmissão compatível com a precisão que se exige no processo digital; a depuração de dados, de forma que sejam úteis; o armazenamento (Big Data) e, por fim, a forma de análise de dados, com indicadores que possam ser úteis para o processo de gerenciamento. Talvez, a nosso juízo, nesta fase de transição em que estamos, a conectividade em 4G seja o principal desafio. Já não depende mais dos fabricantes de máquinas, mas sim do País, com suas dificuldades econômicas, políticas e estruturais.

Por meio do Portal my.CaseIH.com ou do aplicativo, disponível nas plataformas iOS e Android, com a conta integrada ao AFS Connect, o cliente poderá visualizar as informações coletadas de suas máquinas. Ainda, terá acesso ao portal que oferece o gerenciamento de frota, gestão agronômica e gerenciamento de dados, para tomada de decisão em tempo real, mesmo distante da fazenda. E as concessionárias poderão montar os chamados AFS Connect Center, e assim receberão as informações de todo maquinário, criando uma grande sala de controle, com vários serviços.

A AgXtend é uma linha de produtos que pode ser totalmente integrada às plataformas de agricultura da Case IH, desde que sejam atendidos os critérios de compatibilidade técnica. São produtos desenvolvidos pela CNH Industrial para soluções de Agricultura de Precisão, que permitem o maior controle de dados. Os produtos ofertados vão desde solução para ajudar o produtor rural no preparo do solo, no controle de plantas daninhas, na fertilização até a colheita. Esses produtos podem ser adquiridos nas concessionárias Case IH.

José Fernando Schlosser,
Marcelo Silveira de Farias e
Daniel Ciro de Souza,
Laboratório de Agrotecnologia,
Nema – UFSM

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