Micro e macronutrientes são essenciais ao desenvolvimento do canavial

Por Michel Piemonte, coordenador de desenvolvimento técnico de mercado cana-de-açúcar da Ubyfol

13.10.2020 | 20:59 (UTC -3)

Por que é tão importante realizar o manejo nutricional do canavial durante a fase vegetativa? O estudo da nutrição vegetal estabelece entre os elementos fundamentais para o ciclo de vida da planta, alguns fatores determinantes, entre eles: como são absorvidos, translocados e acumulados, as suas funções, exigências e os distúrbios causados quando ocorrem em quantidades excessivas ou deficientes. Na prática, a nutrição vegetal é o conjunto de processos mediante os quais as plantas assimilam os nutrientes disponíveis no ambiente para construção de suas estruturas celulares e obtenção de energia para a realização de suas funções vitais, como exemplos: crescimento e reprodução.

Os processos envolvidos na nutrição vegetal são afetados por três sistemas: planta, solo e ambiente. O sistema planta está centrado nos processos relacionados à assimilação de nutrientes que envolvem a fisiologia vegetal. No solo, estão as áreas de fertilidade, correção e condicionamento de solo. Já o ambiente está associado à irrigação, drenagem, climatologia e outros.

É preciso saber que o estoque de nutrientes no solo é de grande importância. Este é regulado pelo balanço entre as entradas (calagem, aplicação de torta, vinhaça, fertilizantes, materiais orgânicos, e outras fontes de micronutrientes) e saídas (exportação e perdas por escoamento superficial, lixiviação ou por erosão) do solo além da formação de complexos que tornam os nutrientes indisponíveis as plantas. Por isso, em solos onde as saídas são maiores que as entradas de nutrientes o cultivo proporcionará a redução do estoque e por consequência, em um determinado momento irá faltar na solução do solo, proporcionando diminuição na produtividade das culturas.

Nos últimos anos, com o aumento na produtividade de colmos e por consequência da exportação de nutrientes, aliado ao uso de fertilizantes mais concentrados e com menores teores desses micronutrientes, a exploração de solos arenosos e com baixos teores de matéria orgânica e micronutrientes, no material de origem (menor estoque de micronutrientes), tem levantado o questionamento da necessidade da adubação utilizando esses nutrientes. Na literatura são encontrados poucos trabalhos com micronutrientes em cana-de-açúcar e não se tem clareza das condições de respostas a micronutrientes.

A busca de melhores práticas agrícolas e a adesão de novas tecnologias que melhorem o desempenho dos canaviais tem sido frequentemente encabeçada pelos principais formadores de opinião do setor, objetivando uma melhor exploração do potencial produtivo da cultura e consequentemente a redução do custo de produção.

A importância dos micronutrientes para a cultura da cana-de-açúcar é evidenciada quando se observam as quantidades extraídas deles. São quantidades relativamente baixas quando comparadas à extração de macronutrientes, porém de fundamental importância ao desenvolvimento da cultura.

É muito importante o posicionamento correto de aplicação do fertilizante no tolete ou via folha, em função do tipo de resposta esperada.

Na prática, a eficiência da adubação foliar com Nitrogênio está relacionada a alguns fatores importantes. A absorção foliar de ânions e cátions é diferente. Por exemplo: a taxa de absorção foliar do nitrogênio na forma amoniacal (NH4+) é maior do que na forma nítrica (NO3-) e as duas são mais absorvidas do que a forma amídica. Porém, as moléculas amídicas possuem absorção mais rápida, apesar de limitada; já para pulverizações em concentrações de N muito altas, acima da capacidade de absorção da cana, a taxa de absorção é reduzida drasticamente, pois a marcha de absorção da planta não suporta tamanha quantidade de partículas. O que leva a conclusão de que nutrir bem não significa adubar mais.

A Ubyfol disponibiliza para os produtores soluções para utilizar nesse período, como o MS Cana e o N32. São tecnologias que proporcionam um balanço nutricional para cana-de-açúcar nessa fase de maior crescimento, que vai de outubro a janeiro no Centro Sul do país. O uso dessas formulações, promove o equilíbrio metabólico e o desenvolvimento fisiológico da planta, resultando em maiores taxas de crescimento e de armazenamento de açúcar no colmo. Sua eficiência é comprovada tanto pela estabilidade dos resultados, quanto pelo aumento de produtividade.

A aplicação ocorre normalmente junto com defensivos agrícolas, e essas formulações possuem uma alta compatibilidade, favorecendo a aplicação em uma única operação.

O programa Ubyfol para a cana-de-açúcar, visa oferecer de maneira equilibrada os elementos, Nitrogênio (N), Potássio (K), Enxofre (S), Manganês (Mn), Zinco (Zn), Boro (B), Cobre (Cu) e Molibdênio (Mo), balanceados de forma a respeitar a marcha de absorção da planta. “Sabemos que de nada adianta fornecer uma grande quantidade de N, se os teores de Mn ou Mo estiverem baixos na planta, prejudicando assim o processo de assimilação do Nitrogênio”, destaca Piemonte. Além disso, da mesma forma, não se pode fornecer grandes quantidades de N e deixar o S de lado, pois, o metabolismo destes nutrientes anda junto na cadeia de formação do açúcar. Nesse contexto é primordial utilizar formulações que garantam esse balanço nutricional.

Entretanto, o produtor, deve se atentar para os sinais que o canavial dá ao longo do ciclo todo. Suplementar é só um dos passos para boas produções. Planejamento, cuidado, avaliação, são importantes para produzir, especialmente cana-de-açúcar.

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