Tendências em tecnologia de fertilização
Por Alexander Czech, Câmara de Agricultura da Renânia do Norte-Vestfália (Alemanha)
A ferrugem-asiática é uma das principais doenças que afetam a cultura da soja no Brasil, principalmente pela dificuldade em seu manejo. Sua chegada ao país é bastante recente, a partir da década de 2000, mudando de maneira definitiva a rotina da sojicultura, que passou a adotar medidas calendarizadas de manejo e controle da doença e pautou empresas de pesquisa e desenvolvimento para a busca por soluções que minimizassem os prejuízos.
Para entender um pouco o impacto que a ferrugem causou para a soja, antes dela surgir, os agricultores investiam cerca de US$ 5 por hectare para proteger suas plantações com defensivos químicos e, após seu aparecimento, o valor subiu consideravelmente, chegando a uma média de US$ 25 a US$ 30 por hectare, devido ao violento impacto negativo na produtividade da cultura.
A ferrugem-asiática é o tipo de doença que pode devastar até 80% de uma lavoura de soja e, rapidamente, tornou-se uma das principais razões para a quebra na produção do país. Acredite, o impacto financeiro negativo causado por essa doença chegou a ultrapassar R$ 10 bilhões em um único ano.
A situação ficou tão crítica que os agricultores brasileiros criaram programas especiais para lidar com essa ameaça. O Brasil é um país único nesse sentido, já que é o maior produtor de soja do mundo em clima tropical. Isso significa que a ferrugem tem muitas chances de se espalhar e transmutar ao longo do tempo. Para combatê-la, foram adotadas várias estratégias, desde períodos de vazio sanitário até aplicações calendarizadas e preventivas de defensivos.
Mas a história não para por aí. À medida que a cultura da soja avançou para outras áreas e regiões, surgiram novos problemas, como a mancha alvo, que tem causado perdas significativas nas plantações, especialmente no Cerrado brasileiro. O controle dessa doença requer o uso de produtos mais completos, com amplo espectro de doenças.
O mofo branco também se tornou uma ameaça, especialmente em regiões de maior altitude. O problema é que as estruturas desse fungo permanecem no solo por anos, esperando uma condição adequada para se desenvolver em safras futuras.
Recentemente, uma nova preocupação surgiu: o apodrecimento de grãos e vagens durante a fase de enchimento, em lavouras de soja, conhecido como anomalia de vagens da soja, principalmente na região médio norte de Mato Grosso. Considerando a área potencial afetada pelo problema, assim como a média de grãos podres obtida em ensaios de pesquisa da Bayer, estima-se um prejuízo em torno de R$ 1,5 bilhão ao setor produtivo nas últimas três safras.
Para este novo desafio a primeira medida indicada é a identificação correta da doença O sintoma inicial por vezes é imperceptível, pois os grãos começam a apodrecer dentro das vagens ainda verdes, sem sintomas externos. Depois, há o surgimento de manchas de coloração castanha-amarelada que evoluem para o apodrecimento da vagem e o desprendimento precoce da semente de soja do tegumento da vagem. Muitas vezes o problema é confundido com outra doença da soja, a antracnose, por ambas afetarem a vagem, mas é possível diferenciar pelo tom mais escuro que esta última deixa na vagem. Estudos indicam que a escolha de cultivares menos suscetíveis e o manejo com fungicidas podem colaborar com redução de perdas.
Mas, ao longo dos anos, todas essas doenças foram se acumulando na cultura da soja e tornando o gerenciamento dessas ameaças um dos grandes desafios para os agricultores brasileiros.
Portanto, a Bayer destaca algumas medidas importantes para reduzir os danos causados por essas doenças:
Para maximizar os ganhos com a cultura da soja, o agricultor deve levar em consideração o manejo nos seguintes momentos:
Por fim, vale ressaltar ainda para que o produtor sempre busque orientação com um engenheiro agrônomo para as tomadas de decisões mais adequadas e acompanhamento dos trabalhos.
Por Ronaldo Yugo (à esq), diretor do portfólio de fungicidas Latam da Bayer e Lucas Cardoso Santos (à dir.), gerente de marketing de fungicidas da Bayer
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