Condições de trabalho responsáveis e a busca pelo agro sustentável
Por Cid Sanches, consultor externo no Brasil da Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS)
Desenvolvida por pesquisadores canadenses, a canola é uma variedade melhorada da colza, uma oleaginosa cultivada desde a idade média em países do Oriente Médio e da América do Norte. Dela, se extrai o óleo para cozinha e para a produção de biocombustível. O nome tem origem em “canadian oil low acid”, ou “óleo canadense de baixa acidez”, em português.
Naturalmente cultivada em climas frios, como ocorre no Rio Grande do Sul e Paraná - maiores produtores nacionais -, a canola tem ganhado espaço também no Cerrado brasileiro e demais Estados, graças a um forte programa de melhoramento genético promovido pela Embrapa para a adaptação da cultura a climas quentes. A oleagionosa se mostra uma ótima opção de cultivo de inverno pelos benefícios ligados à rotação de culturas, como quebra de ciclos de doenças, melhora da estrutura do solo e ciclagem de nutrientes. Além disso, apresenta alta rentabilidade, recebendo o apelido de “soja de inverno” pelo preço de venda ser baseado no valor da saca de soja.
O sucesso no cultivo de canola, segundo o pesquisador da Embrapa Gilberto Omar Tomm, depende de solo descompactado, com boa fertilidade, pouca ou nenhuma presença de plantas daninhas similares à cultura, e produtores dedicados a executar as práticas indicadas, específicas da cultura. As máquinas e o espaçamento entre as linhas nas lavouras são os mesmos da soja (40-50 cm), porém a cultura exige atenção especial no mecanismo dosador da semeadora por conta do tamanho diminuto das sementes. O mesmo cuidado é demandado na regulagem de máquinas para a colheita, sendo preciso adaptações para evitar perdas. A produtividade média nacional da canola é de 1400 kg/ha, totalizando 55 mil toneladas (CONAB, 2022).
Os benefícios gerados pela canola vão além da rentabilidade sazonal, melhorando também a qualidade do solo e potencializando todo o sistema produtivo. A canola tem grande demanda por nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S), e a quantidade necessária destes nutrientes para a produção de uma tonelada de grãos é de aproximadamente 80 kg/ha, 15 kg/ha e 29 kg/ha, respectivamente. O principal cuidado, no momento da adubação, é a proximidade do fertilizante com as sementes no plantio, pois a canola é muito sensível a fertilizantes contendo P e S. Os danos provocados se devem ao alto índice salino de fontes convencionais contento N e S (índice salino do sulfato de amônio é em torno de 68,3).
Ainda de acordo com o pesquisador da Embrapa, canola só se cultiva em solo fértil. “O investimento em fertilizantes está entre os que dão maior retorno”, afirma no Manual para Cultivo de Canola (2003). Para atender a isso, a Mosaic Fertilizantes apresenta o MicroEssentials S15, que contém N, P e S em um mesmo grânulo balanceado nutricionalmente. O adubo oferece duas fontes de enxofre, com liberação rápida e gradual; e índice salino reduzido (21,1) quando comparado ao sulfato de amônio (SA).
Uma pesquisa realizada na Universidade de Manitoba, no Canadá, mostrou um aumento de 12% a 48% do fósforo disponível às plantas na adubação com MicroEssentials S15 quando comparado ao fosfato monoamônico (MAP), o que favoreceu uma maior absorção de fósforo por plantas de canola (+23%). Estudo do time agronômico da Mosaic nos Estados Unidos mostrou incremento de produtividade na canola de 5,5%, promovido pela adubação com MicroEssentials S15 (resultado comparativo com as fontes MAP+SA). Com o mesmo fertilizante, observou-se menor impacto na germinação de sementes de canola, devido ao menor índice salino. Atentar-se às demandas nutricionais dos solos e das culturas a serem cultivadas potencializa a elevação de produtividade nas lavouras. E, para além da rentabilidade gerada ao agricultor, a canola contribui com a disponibilidade de produtos destinados a alimentação e à produção de biocombustível.
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Por Cid Sanches, consultor externo no Brasil da Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS)
Na dessecação de áreas para o cultivo a associação de herbicidas residuais aos de manejo passa a ser uma alternativa interessante. Dentre os produtos que possuem efeito residual e que podem ser associados ao glifosato no manejo de daninhas de difícil controle na dessecação é possível elencar diclosulam, flumioxazin, chlorimuron e imazethapyr