Termina vazio sanitário da soja em Minas
Na manhã de quarta-feira (30/09), aconteceu a abertura da 18ª Reunião Nacional de Pesquisa de Girassol e do 6° Simpósio Nacional sobre a Cultura do Girassol, na Sede da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas/RS.
O evento, que termina na quinta (1.10), tem o objetivo de discutir os resultados de pesquisa e as recomendações técnicas para a produção da cultura do girassol, definir prioridades e viabilizar a programação de pesquisa e transferência de tecnologia em girassol nas diferentes regiões do Brasil reuniu cerca de 150 participantes entre pesquisadores, técnicos, estudantes, produtores e demais interessados no assunto.
Na abertura, a coordenadora do evento e pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Ana Cláudia Barneche, falou sobre a versatilidade desta cultura. "O girassol pode ser plantado de Norte a Sul do país, pois se adapta as diferentes características das regiões. Além disso, sua utilização pode servir para inúmeras utilidades, tais como: alimentação humana e animal, óleo para biodiesel, utilização de grãos e, inclusive, para ornamentação", diz ela.
O Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade, Clenio Nailto Pillon, falou da responsabilidade da Embrapa em fóruns de discussão sobre culturas importantes no Brasil. "Não basta ofertar a tecnologia, pois atualmente o mercado e a logística são complexos e demandam planejamento e estratégias articuladas", explica ele.
O gerente de pesquisa e desenvolvimento do Departamento de Óleos, Margarinas e Condimentos da empresa argentina Molinos Rio de La Plata S.A., Ariel Buedo, palestrou sobre o uso do girassol alto oléico, tanto na alimentação quanto como biodiesel. Trata-se de resultado do melhoramento genético do girassol, que originou uma variedade de girassol rica em Omega 9. Ariel destacou que o uso industrial do girassol alto oléico é muito vantajoso. "Algumas das vantagens do girassol alto oléico são: não requer hidrogenação, livre de gorduras trans, ideal para frituras, saudável e com um custo acessível", informa.
Segundo ele, os alimentos que podem ser produzidos com o alto oléico são: frituras industriais, artigos de padaria, azeite para salada, cereais, margarinas, entre outros. Além disso, a utilização do óleo de girassol alto oléico para frituras apresenta vantagens por ter mais estabilidade que outros óleos e não apresentar nenhuma desvantagem relevante. "A produção de girassol alto oléico ainda está em processo de expansão e os produtores podem vir a ter vantagens com a sua expansão", finaliza Ariel.
No segundo dia de atividades da XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de Girassol e do VI Simpósio Nacional sobre a Cultura do Girassol, foram proferidas palestras sobre as principais doenças e plantas daninhas, que atingem e inibem a produção da cultura.
A pesquisadora da Embrapa Soja Regina de Campos Leite falou sobre as doenças que já foram detectadas na cultura do girassol: mais de 35 em todo o mundo. Entre elas estão: podridão branca (ou mofo branco), míldio e a mancha de alternaria. A palestra da pesquisadora se baseou especialmente na última doença. “A mancha de alternaria dá um aspecto de queimado às folhas. Ela está presente principalmente em folhas inferiores, mas se a condição climática for favorável para a propagação da doença, ela pode atingir diversas partes da planta”, explica Regina.
Segundo a pesquisadora, a doença se espalha com mais facilidade em temperaturas superiores aos 25°C e com o molhamento foliar por pelo menos 24 horas, ou seja, quanto mais chuva, maior o risco da lavoura. “Nossas pesquisas apontam que quanto maior a severidade da doença, menor rendimento terá o girassol”, diz ela. O manejo para este tipo de doença pode se dar de três formas: através da avaliação da resistência genética, da época de semeadura e do controle químico. “Além disso, são importantes os trabalhos de zoneamento que identifiquem o risco agroclimatológico do plantio de girassol no local escolhido”, diz Regina.
A pesquisadora encerrou sua participação no evento dizendo que o manejo tem caráter preventivo e que, por isso, não deve ser utilizado de forma isolada. “O controle efetivo baseia-se num programa integrado de medidas que incluem, também, diversas práticas culturais”, finaliza Regina.
Depois desta palestra, o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Alexandre Brighenti, falou sobre o Manejo de Plantas Daninhas na Cultura do Girassol. Segundo ele, a interferência destas plantas pode causar amarelecimento, redução do limbo foliar, menor número de grãos por capítulo e redução de produtividade de grãos, que pode variar de 25% a 70%.
Algumas plantas daninhas da cultura do girassol citadas pelo pesquisador foram: picão, trapoeraba, leiteiro e corda-de-viola (folhas largas) e capim-colchão, capim-braquiária e capim carrapicho (folhas estreitas). O pesquisador mostrou que até os 20 dias, o girassol e o mato convivem juntos, depois disso, há uma queda na produção da cultura. Alexandre mostrou que o ideal é manter o girassol até os 30 dias sem mato, pois depois disso a planta daninha que se instalar na cultura não prejudicará o girassol, nem afetará a produção. “Então, é só o produtor empregar corretamente as técnicas de controle das plantas daninhas a fim de evitar os prejuízos decorrentes da interferência”, finaliza Alexandre.
O evento é uma realização da Embrapa Clima Temperado, da Embrapa Soja, com apoio da Embrapa Transferência de Tecnologia e da Emater/RS-Ascar. Mais informações através do site da Embrapa Clima Temperado (
).
Christiane Rodrigues Congro
Embrapa Clima Temperado
(53) 3275-8113 /www.cpact.embrapa.br
Lebna Landgraf
Embrapa Soja
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura