Soja INTACTA RR2 PRO é um dos destaques da Bienal da Agricultura de Cuiabá (MT)
A UPL Brasil encerrou na sexta-feira, dia 2 de agosto, o terceiro Workshop de Algodão. O evento de dois dias, realizado no hotel Royal Palm Plaza, em Campinas, reuniu engenheiros agrônomos de todo o País. Nos moldes de eventos semelhantes realizados pela UPL para outras culturas, o objetivo era reunir especialistas para debater sobre os principais problemas relacionados à cultura do algodão e apresentar soluções que possam beneficiar os produtores do segmento.
De acordo com o engenheiro agrônomo Marcelo Pessanha (foto), Gerente de Produtos e Cultura da UPL Brasil e coordenador do evento, os consultores convidados são responsáveis pela avaliação de pelo menos 35% de toda área cultivada com algodão em território nacional. “São 16 engenheiros agrônomos com os quais mantemos essa parceria. Juntos eles representam oito empresas de consultoria agronômica que cobrem uma extensão de, aproximadamente, 300 mil hectares de lavouras de algodão de regiões no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e oeste baiano. São pelo menos US$ 350 milhões desse mercado bilionário de proteção de plantas”.
DEBATE
Terminado o evento, as avaliações dos participantes foram muito positivas. Para o engenheiro agrônomo Guilherme Ohl, da Ceres Consultoria, o dinamismo da cultura do algodão exige um ampla e constante atualização por parte dos envolvidos. “Para alguns produtores, o maior problema é a qualidade do solo. Para outros, doenças, pragas e ervas daninhas. Existem ainda as oscilações de mercado e o clima. Dessa maneira, somente empresários muito preparados conseguem obter boa rentabildiade” avalia o consultor de Primavera do Leste, no Mato Grosso. “Eventos como este organizado pela UPL são muito importantes pois promovem excelente intercâmbio de informações entre consultores de algodão e a indústria de insumos, no caso, representada pela equipe da UPL Brasil”.
A mesma opinião tem o engenheiro agrônomo Jonas Guerra, da Guerra Consultoria. “O evento promovido pela UPL é um fórum de discussão que agrega os mais renomados consultores e pesquisadores envolvidos com as principais culturas no Brasil. A UPL proporciona e incentiva debates de alto nível técnico a fim de colocar seus produtos para serem testados com o objetivo de encontrar as melhores soluções. Isso proporciona resultados efetivos tanto para produtores como para todo o ambiente envolvido” disse o consultor, que veio de Rondonópolis, no Mato Grosso, exclusivamente para participar do evento promovido pela UPL Brasil.
NOVAS SOLUÇÕES
Entre os trabalhos apresentados pelos consultores estavam o uso de moléculas mais seletivas a insetos benéficos e menos agressivas ao meio ambiente, representado pela inseticida natural Azamax, no controle de pragas como mosca branca, pulgões e lagartas, bem como o uso de produtos com ação nutricional, como é o caso da linha Wuxal, outra solução do portfólio da UPL. “(No caso de fungicidas) O uso de moléculas já conhecidas do mercado, como o Mancozeb em nova formulação, foi uma das possibilidades debatidas. O objetivo é associar a outras moléculas existentes para controle do complexo de doenças das culturas. É necessário lembrar, porém, que esta proposta ainda está sendo estuda”, destacou Guerra.
PRINCIPAIS PROBLEMAS
Segundo o consultor de Rondonópolis, o algodão brasileiro passará por diversos desafios nos próximos anos. Como exemplo, cita a competição com países que produzem o algodão a custo inferior. “Outra importante questão é a entrada de uma nova praga, a Helicoperva armigera, em diversos estados produtores de algodão no Brasil, causando prejuízos vultuosos não apenas para o cotonicultor, mas também em diversas culturas, como soja e milho. Os desafios serão enormes, especialmente devido à resistência para a maioria dos produtos químicos conhecidos” afirma.
A lagarta Helicovrepa armigera parece, de fato, ser o inimigo a ser combatido. Para o engenheiro agrônomo Luis Henrique Kasuya, da Kasuya Consultoria Agrônomica, localizada em Luis Eduardo Magalhães, no oeste baiano, existe a necessidade de fortes investimentos em pesquisa para a obtenção de novos materiais genéticos, com aumento da produtividade e rendimento adaptado às condições do cerrado. “Hoje, com a entrada da Helicoverpa armigera, e a dificuldade de identificação e controle, teremos que treinar mais e mais técnicos para convivermos com esta praga. Também, conhecermos bem a biologia dela e identificarmos os insetos benéficos no ambiente para fazermos uma agricultura sustentável financeiramente e ecologicamente”.
PERSPECTIVAS
De acordo com Guerra, a expectativa no curto prazo para a cultura do algodão é pela liberação de variedades altamente produtivas com biotecnologias que apresentarão eficiência de controle à quase todas as lagartas. “No médio prazo, precisamos buscar conhecimento mais profundo sobre a fisiologia das plantas para criarmos novos sistemas de produção que visem reduzir sensivelmente os atuais e altos custos de produção do algodão. Por isso a importância de eventos como o workshop promovido pela UPL”.
Para Ohl, o mercado de algodão brasileiro está consolidado. Somente crescerá se o consumo mundial voltar a se expandir. “Trata-se de um cultivo muito técnico e de alto risco econômico. Isso inibe novos produtores. Temos também a questão do bom preço pago atualmente para a soja, uma cultura que, por sua vez, concorre com o algodão pelas mesmas terras”, afirma o consultor.
Apesar dos desafios, para Kasuya , a expectativa é de recuperação do mercado. “No curto prazo, os preços devem se manter, já que há um grande estoque mundial além da redução do consumo por conta da crise europeia. A China também não acena para aumento da importação”, avalia. Com a migração de grandes produtores para outras culturas, Kasuya acredita, no entanto, que o mercado de algodão deve se recuperar, a médio prazo, com a diminuição dos estoques. “O grande desafio no futuro serão as fibras sintéticas, muito mais baratas mas de qualidade inferior. O mercado será muito mais exigente em qualidade e também pela preservação do meio ambientre”, finaliza.
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