UNICA vê com otimismo cooperação Brasil-EUA em combustíveis renováveis após iniciativas anunciadas durante visita de Barack Obama ao País

21.03.2011 | 20:59 (UTC -3)

Duas novidades importantes que envolvem as energias renováveis e impactam diretamente o setor sucroenergético brasileiro, anunciadas no primeiro dia da visita oficial do presidente dos Estados Unidos ao Brasil, Barack Obama, são sinais positivos de que Brasil e EUA caminham juntos para conquistar tanto avanços estratégicos e tecnológicos quanto o fluxo comercial livre e desobstruido para os biocombustíveis. A avaliação é do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, que participou de diversos eventos e recepções para o presidente Obama em Brasília.

 

O primeiro anúncio envolve uma ampliação do Memorando de Entendimentos assinado entre os dois países em 2007 para promover a cooperação em torno dos biocombustíveis. O Memorando agora inclui uma parceria para estimular o desenvolvimento de biocombustíveis para a aviação. Entre os focos específicos do compromisso estão o desenvolvimento de biocombustíveis sustentáveis para a aviação como, ferramenta importante para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. O documento prevê ainda o estabelecimento de padrões e especificações comuns aos dois países e apoio a parcerias envolvendo o setor privado.

 

Particularmente interessante, na visão da UNICA, é uma cláusula na parceria determinando que os dois países devem trabalhar para “impedir que surjam barreiras internacionais para o comércio e o desenvolvimento dos biocombustíveis.” Diversas empresas estão desenvolvendo combustíveis para a aviação baseados na cana-de-açúcar, e o primeiro vôo de um jato movido a querosene de aviação produzida a partir da cana está programado para 2012. Trata-se de uma iniciativa da fabricante de jatos regionais Embraer, da fabricante de turbinas General Electric e da empresa de biotecnologia Amyris, desenvolvedora do combustível. O vôo utilizará um jato da empresa aérea Azul, fabricado pela Embraer e equipado com turbinas da GE.

 

Para Marcos Jank, novidades como essa somam-se aos sinais de conscientização crescente notados nos Estados Unidos nos últimos meses, sobre a necessidade de desenvolver soluções energéticas limpas e reduzir barreiras ao livre comércio e desenvolvimento dos biocombustíveis. “Até os principais defensores da manutenção de pesados subsidios e elevadas tarifas, que tiram a competitividade do etanol brasileiro no mercado americano, já discutem abertamente um futuro sem esses apoios governamentais. Eles não admitem, mas já reconhecem que a situação, como ela se apresenta hoje, não pode se prolongar pois gera impactos muito negativos para todos os envolvidos. Ao consumidor nos Estados Unidos está sendo negada a oportunidade de utilizar etanol de cana brasileiro, limpo e renovável, que poderia estar contribuindo para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e ajudando a reduzir o preço do combustível na bomba,” afirmou Jank.

 

O outro anúncio importante durante a visita de Barack Obama, e de grande interesse para o setor sucroenergético brasileiro é o lançamento do Diálogo Estratégico sobre Energia, um acordo que prevê, entre diversos aspectos, envolvimento dos Estados Unidos no desenvolvimento das reservas de petróleo do pré-sal, mas também trata diretamente sobre tecnologias energéticas limpas. Ao abordar o Diálogo em discurso para cerca de 500 empresários na Cúpula Empresarial realizada em Brasília pelo Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, Obama lembrou que mesmo havendo foco em combustíveis fósseis a curto prazo, não se deve perder de vista o que precisa ocorrer no futuro.

 

“A única solução de longo prazo para a dependência mundial dos combustíveis fósseis está nas tecnologias que levam a energias limpas, e é por isso que Estados Unidos e Brasil estão aprofundando sua cooperação em biocombustíveis e lançando a Parceria para a Economia Verde. Porque sabemos que o desenvolvimento de energias limpas é uma das melhores formas de criar novos empregos e setores de atividade em nossos dois países,” concluiu Obama, reconhecendo que mais de metade dos veículos que circulam hoje no Brasil são flex e utilizam prioritariamente o etanol.

 

Jank considera a Parceria para a Economia Verde mais um importante passo para intensificar esforços já em andamento entre Brasil e Estados Unidos para melhorar e expandir a produção e o uso de biocombustíveis, inclusive em terceiros países: “É um passo natural para os dois maiores países produtores e usuários de energias renováveis do mundo. O Brasil e os Estados Unidos devem ser exemplares, trabalhando juntos para liderar avanços em todas as frentes, inclusive a derrubada de barreiras comerciais que impedem a expansão global dos biocombustíveis de forma mais acelerada.”

 

Com o tema energético entre os principais da visita de Barack Obama ao Brasil, diversos integrantes da indústria brasileira de cana-de-açúcar participaram intensamente do primeiro dia do presidente americano no Brasil. Além do presidente da UNICA, dois conselheiros da entidade também participaram de um almoço oferecido pela presidente Dilma Rousseff a Obama no Ministério das Relações Exteriores: o presidente do conselho do Grupo Cosan, Rubens Ometto Silveira de Mello, e o presidente da Maubisa, Maurílio Biaggi Filho. Ambos participaram também da Cúpula Empresarial em Brasília, juntamente com o Presidente da Açúcar Guarani, Jacyr Costa Filho e o conselheiro do Grupo São Martinho, Marcelo Ometto.

 

Rosa Webster

CDN Comunicação Corporativa

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