Previsão climática do Inmet mostra como ficarão as chuvas e temperaturas até abril de 2022
Para a agricultura, essa previsão significa um período maior de preparação entre o plantio de culturas, evitando riscos e aumentando a produtividade
O Seminário Nacional de Milho Safrinha (SNMS) é um evento técnico-científico em sua essência. Nesta edição são apresentados e discutidos trabalhos de pesquisa demandados pelo agricultor e que visam solucionar os problemas peculiares ao cultivo do milho de segunda época. Nesta XVI edição que ganhou formato online serão premiados os cinco melhores trabalhos científicos inscritos e aceitos de um total de 51.
Sete estados brasileiros encaminharam trabalhos, predominando São Paulo e Mato Grosso do Sul, comenta Alfredo Tsunechiro, membro da Comissão Científica. Destes trabalhos, a maioria foram encaminhados por docentes ou alunos de graduação em universidades. Número expressivo de trabalhos foi encaminhado pelos Institutos de Pesquisa do Estado de São Paulo, como IAC, Instituto Biológico, e IEA - Instituto de Economia Agrícola. Houve ainda trabalhos inscritos pela Embrapa, especialmente pela unidade Agropecuária Oeste de Dourados, bem como de empresas de sementes e agroquímicos e de fundações mato-grossenses.
A área de Manejo do Solo e Adubação correspondeu a 27% do total de inscrições, sendo, portanto, a de maior demanda e interesse pelos pesquisadores, seguida da Fitopatologia e dos Sistemas Integrados de Produção. O aumento expressivo de trabalhos em Sistemas Integrados e produção revela a ampliação da abordagem dos estudos; o milho safrinha está interligado com outras culturas e atividades na propriedade. Ao mesmo tempo, a ausência de trabalhos na área de biotecnologia é um indicativo que os estudos sobre milho transgênico estão sendo feitos em quase totalidade por empresas privadas ou pelo setor público com confidencialidade de informações, com pouco interesse na sua divulgação.
A Comissão Técnico-Científica, incluindo os revisores, selecionaram os melhores trabalhos em quatro áreas temáticas “Fitossanidade”, “Fitotecnia”, “Solos e Nutrição de Plantas”, e “Outros Temas”. Estes foram avaliados por um comitê assessor, composto por quatro pesquisadores e docentes de renome no meio científico, para escolha dos dez melhores e, dentre esses, cinco serão premiados durante o XVI SNMS.
Os dez trabalhos destacados previamente pelo XVI SNMS são:
Na área da Fitossanidade: “Novos Fungicidas Foliares são Eficientes no Controle da Mancha Branca e Promovem Ganho de Produtividade no Milho: uma Metanálise”, encaminhado pela UEL, o qual envolveu 35 pesquisadores tendo como autora principal Karla Braga; “Eficiência de Transmissão do Fitoplasma do Milho a Partir de Plantas Infectadas em Estágios Distintos e Número Variável de Cigarrinhas” encaminhado pela Esalq de Piracicaba/USP; e “Evolução da Ocorrência e Intensidade de Doenças Fúngicas Foliares e Enfezamento/Viroses no Milho Safrinha Durante 24 Anos (1998 a 2021) no Estado de São Paulo” encaminhado pelo Instituto Biológico do Estado de São Paulo.
Na área de Fitotecnia foram selecionados os seguintes títulos: “Quinze Anos de Consórcio Milho-Braquiária e Soja em Sucessão”; e “Cultivo Intercalar Antecipado De Milho Segunda Safra Nas Entrelinhas Da Soja - Antecipe”, ambos encaminhados pela Embrapa.
Na área de Solos e Nutrição de Plantas foram selecionados os títulos “Polihalita Como Fonte de K e S na Adubação de Soja e Milho Safrinha”, da Embrapa; “Fósforo Lábil e Produção Acumulada do Milho após Nove Safras com Plantas de Cobertura e Fontes Fosfatadas”, da Esalq; e “Doses e Épocas de Aplicação do Potássio e Parcelamento do Fósforo na Sucessão Soja e Milho Safrinha no Mato Grosso” do IAC.
Em um quarto grupo englobando Outras Áreas de pesquisa, incluindo a de Economia foram selecionados os seguintes trabalhos: “Viabilidade Econômica de Sistemas Alternativos à Sucessão Soja-Milho Safrinha”, pela Embrapa; e “Condições Climáticas e Produtividade do Milho Safrinha na Região Paulista do Vale do Médio Paranapanema” na área de climatologia pelo IAC.
Fomentar a pesquisa científica e gerar oportunidade para o amplo debate das principais demandas do segmento vêm sendo o objetivo do Instituto Agronômico (IAC) e o Centro de Desenvolvimento do Vale Paranapanema (CD Vale) desde o primeiro Seminário realizado em 1993.
Promovido pela Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS) desde a sua 6ª edição (2001), o SNMS chega a sua décima sexta edição com o marco de “Três décadas de milho safrinha com tecnologia no Brasil”. Com apoio das cooperativas agropecuárias de Pedrinhas Paulista e de Cândido Mota (Coopermota), o evento retorna as suas origens ao ser realizado em Assis-SP propondo uma reflexão sobre os avanços e os desafios da modalidade de cultivo com vistas aos próximos 30 anos.
O resumo e o e-pôster de todos os trabalhos estarão disponíveis para o público no site http://www.milhosafrinha2021.com.br/trabalhos-aceitos.html. Durante o evento online, no dia 23 de novembro, no período de 14h às 17h, os inscritos poderão participar das discussões dos trabalhos apresentados e assistir os vídeos dos dez melhores selecionados pela comissão científica. Nessa ocasião, serão anunciados os cinco trabalhos premiados
Ao longo das últimas três décadas muitas foram as mudanças que levaram a modalidade de cultivo “safrinha” - a qual mediante o declínio do trigo surgiu como alternativa de segunda-safra anual, a se tornar a “safra do Brasil”. Atualmente, a modalidade “safrinha” corresponde a 3/4 de todo milho cultivado anualmente no País.
Em 1992 foram realizados os primeiros experimentos em rede para desenvolver tecnologias apropriadas para o milho “safrinha” na região Paulista do Vale Paranapanema. De lá para cá, muitas outras pesquisas foram realizadas contribuindo sobremaneira para a expansão do milho “safrinha” em regiões antes inimagináveis para seu cultivo.
A pesquisa científica desempenha papel preponderante na evolução da modalidade de cultivo “safrinha” e tem nas últimas três décadas o Seminário como fórum periódico de apresentação de resultados e novas demandas. As mudanças fazem parte do processo de evolução no campo e fora dele. Foi assim com o Seminário que, adaptando-se a um novo cenário imposto por uma pandemia mundial, adotou o formato online em 2021.
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