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A recente decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma taxação de 50% sobre produtos de origem brasileira acende um alerta na indústria gaúcha de máquinas, tratores e implementos agrícolas. O setor, que exportou US$ 57,06 milhões no primeiro semestre de 2024, vê com preocupação a medida, que pode comprometer a presença e a competitividade dos produtos fabricados no Rio Grande do Sul em um dos mercados mais estratégicos do mundo.
Atualmente, os Estados Unidos ocupam a terceira posição entre os principais destinos das exportações gaúchas do setor – atrás apenas da Argentina e do Paraguai. Quando se trata especificamente de tratores, os EUA sobem para a segunda posição, refletindo a relevância da relação comercial entre os dois países.
Para a vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Carolina Rossato (na foto), a preocupação também se estende aos impactos internos da possível retaliação comercial do governo brasileiro, com base no princípio da reciprocidade: “Nossa indústria depende de diversos componentes eletrônicos importados dos EUA, usados em tratores, colheitadeiras e semeadoras". Segundo ela, caso o Brasil adote medidas similares, os efeitos poderão ser sentidos diretamente nos custos de produção da indústria gaúcha.
“É muito preocupante. A indústria do Rio Grande do Sul utiliza insumos dos Estados Unidos tanto em seu processo industrial quanto na composição final dos equipamentos. Qualquer aumento nas tarifas de importação compromete a competitividade das nossas máquinas, que atendem setores fundamentais como grãos, pecuária, café e cana-de-açúcar.”
O Simers ressalta que a imposição da taxação compromete não apenas as exportações, mas também a sustentação de empregos, investimentos e inovação tecnológica no setor.
Para Rossato, é urgente que o governo brasileiro atue por meio dos canais diplomáticos e comerciais para buscar a reversão da medida ou a minimização de seus impactos: “Nossa indústria tem capacidade e qualidade para competir de igual para igual no mercado internacional, mas é fundamental que haja um ambiente comercial justo. Taxações como essa desestimulam o crescimento, afetam cadeias produtivas inteiras e penalizam justamente os setores que mais geram valor para o país”, conclui.
O Simers afirma que continuará acompanhando de perto os desdobramentos do caso e reforça seu compromisso com a defesa dos interesses da indústria gaúcha e com a ampliação das oportunidades de inserção internacional.
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