Trimestre de julho a setembro terá clima seco e quente

Centro-Oeste, Sudeste e interior do Nordeste devem enfrentar déficit hídrico hídrico e temperaturas elevadas

10.07.2025 | 15:55 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações do Inmet

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou o prognóstico climático para o trimestre de julho, agosto e setembro de 2025, com destaque para o predomínio de chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas na maior parte do Brasil. As exceções ficam por conta da Região Sul, onde os volumes devem superar os padrões históricos, e de áreas pontuais do Norte, como Amapá, noroeste do Pará e Roraima.

De acordo com o levantamento, o Centro-Oeste, o Sudeste e o interior do Nordeste devem enfrentar um período mais seco, com destaque para perdas na umidade do solo e avanço do déficit hídrico, que pode ultrapassar os 100 mm em alguns estados. A situação exige atenção redobrada do produtor, especialmente no manejo de culturas em fase final de desenvolvimento ou colheita.

Norte: apesar da previsão de chuvas acima da média no Amapá e Roraima, o cenário é de seca no sul do Pará, Rondônia e Tocantins. Nessas áreas, o armazenamento hídrico no solo deve permanecer abaixo de 30% durante os próximos meses, o que pode afetar negativamente cultivos em desenvolvimento. As temperaturas também devem ficar acima da média histórica, com picos de até 2ºC a mais que o normal.

Nordeste: no litoral nordestino, a tendência é de chuvas dentro da média e estoques hídricos satisfatórios para culturas de ciclo curto, como o feijão da terceira safra. Porém, o interior da região, especialmente no Piauí, Ceará, Bahia e sertão de Pernambuco, deve enfrentar forte déficit hídrico, com impacto direto em lavouras de sequeiro e pastagens. A temperatura tende a ficar até 1°C acima da média.

Centro-Oeste: no período seco típico da região, a previsão indica chuvas abaixo da média em todos os estados. Os níveis de água no solo seguem em queda, com armazenamento inferior a 30% em Goiás, Distrito Federal e norte de Mato Grosso. Além dos prejuízos para lavouras em maturação, como o milho safrinha, aumenta o risco de queimadas e doenças respiratórias associadas ao ar seco.

Sudeste: a maior parte do Sudeste deve ter chuvas abaixo da média, especialmente no Rio de Janeiro, centro-sul de Minas Gerais e interior de São Paulo. O déficit hídrico se intensifica entre agosto e setembro, com impactos previstos para o desenvolvimento do trigo de sequeiro e culturas perenes em fase de enchimento de grãos. As temperaturas podem ficar até 2°C acima da média no oeste paulista e mineiro.

Sul: a previsão é positiva para os agricultores do Sul. A maior parte do Rio Grande do Sul terá chuvas acima da média, com destaque para o centro-sul gaúcho e áreas de Santa Catarina. Os níveis de umidade do solo devem se manter elevados, favorecendo o desenvolvimento do trigo e outras culturas de inverno. Ainda assim, o Paraná pode ter chuvas abaixo da média, o que exige atenção localizada.

Condições oceânicas

A análise do Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI) aponta para a continuidade da neutralidade do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) durante o trimestre julho-agosto-setembro, com 71% de probabilidade. Essa condição reduz a previsibilidade de extremos climáticos, exigindo atenção constante a atualizações semanais e mensais dos institutos meteorológicos.

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