PR Safra 2024/25: plantio da cevada deve ser concluído em julho
Com ritmo acelerado e condições climáticas favoráveis, a semeadura alcançou 90% da área total na última semana
A decisão do governo norte-americano de aplicar tarifas adicionais de até 50% sobre produtos brasileiros ameaça exportações do agronegócio. Café, suco de laranja, carne bovina e celulose concentram os maiores riscos. O anúncio provocou reação imediata no câmbio e acendeu alerta em diversos setores exportadores. As informações são do Itaú BBA.
Os produtos mais afetados pelas novas tarifas são o café em grão, a celulose, o suco de laranja e a carne bovina. Juntos, representam uma parcela significativa das exportações brasileiras para os Estados Unidos. Somente o café movimentou US$ 1,9 bilhão em 2024. A celulose gerou US$ 1,7 bilhão no mesmo ano. O suco de laranja rendeu mais de US$ 1,3 bilhão entre julho de 2024 e junho de 2025. A carne bovina registrou crescimento de 132% nas vendas no primeiro semestre de 2025.
No caso do café e suco de laranja, a tributação pode saltar de 10% para 60%. Essa mudança compromete a rentabilidade e reduz drasticamente a competitividade do Brasil frente a outros fornecedores.
Embora os EUA não sejam grandes produtores de café, são os maiores consumidores do mundo. Importam aproximadamente 25 milhões de sacas ao ano. No café arábica, o Brasil detém 42% da produção global. A substituição por outros fornecedores se mostra complexa. Mesmo o Vietnã, líder no robusta, não preenche essa lacuna.
Para o suco de laranja, o Brasil também cumpre papel central. O país responde por mais de 60% da receita gerada com as exportações aos EUA. A produção americana segue em queda, principalmente na Flórida, onde greening e furacões comprometeram os pomares. Estima-se que mais de 90% do suco consumido nos EUA em 2025/26 será importado.
Etanol e açúcar também entraram na lista. No etanol, o Brasil representa 70% das importações americanas. Mesmo com tarifas, a substituição por outros fornecedores se mostra difícil. Já no açúcar, as exportações são menores, mas o Nordeste possui uma cota anual de 147 mil toneladas com preço atrativo. Essa cota deve continuar sendo atendida.
Caso as tarifas se mantenham nos patamares anunciados, a tendência é de queda nos preços internos das commodities afetadas, dizem analistas do Itaú BBA. Os produtos se tornam menos rentáveis para exportação. A perspectiva é de redução de receita para o setor exportador, o que pode afetar toda a cadeia do agronegócio.
Há precedentes de revisões tarifárias após negociações. Analistas avaliam que novos anúncios podem surgir em breve. O Brasil aposta em diálogo para reverter ou atenuar as medidas. Enquanto isso, o mercado ajusta projeções, considerando impactos no curto e médio prazos.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura