Embrapa e USDA assinam acordo para pesquisa e eficiência de fertilizantes
Recurso é da ordem de 4 milhões de dólares, sendo 1 milhão para cada projeto de pesquisa para ser executado em 3 anos
A pesquisadora Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá será a primeira mulher a assumir a presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Seu nome foi confirmado nos Conselhos de Administração (Consad) e de Elegibilidade (Coele) da Empresa. Ela assumirá o cargo no dia 1º de maio, quando a nomeação será oficializada em Boletim de Comunicações Administrativas (BCA).
Sílvia Massruhá é doutora em Computação Aplicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), onde apresentou a tese O modelo de inteligência artificial para diagnóstico de doenças de plantas. É mestre em Automação pela Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e graduada em Análise de Sistemas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).
Mineira de Passos (MG), ingressou na Embrapa em 1989, participando de importantes transformações da área de informática na agropecuária, desde a fábrica de softwares, passando pela década da internet até a presente era digital, em que a computação é transformada no terceiro pilar da pesquisa científica, ao lado da teoria e da experimentação, segundo a pesquisadora.
Entre suas áreas de conhecimento está o desenvolvimento de tecnologias para sistemas complexos ou para soluções interdisciplinares portadoras de futuro, que se materializa no uso de ferramentas como Inteligência Artificial, blockchain e Internet das Coisas (IoT), entre outras.
"É uma honra assumir a direção da Embrapa na ocasião tão especial dos recém-completados 50 anos. É também um marco na gestão da Instituição, que terá uma mulher na Presidência pela primeira vez. Um passo importante da Empresa rumo a gestões cada vez mais igualitárias e inclusivas", declarou. Ela citou ainda alguns desafios trazidos pelas mudanças no agro. "No setor de alimentos, os consumidores se preocupam em obter produtos mais saudáveis e com transparência de informações. No setor energético, o agro tem muito a contribuir na transição para matrizes mais limpas. A pesquisa tem muito a desenvolver nessas e outras áreas sempre mantendo o foco na sustentabilidade ambiental, social e econômica", disse.
Durante mais de três décadas na estatal, Sílvia esteve vinculada à Embrapa Informática Agropecuária, em Campinas (SP), que, em de setembro de 2021, passou a se chamar Embrapa Agricultura Digital para melhor refletir seu papel multidisciplinar e transversal. A mudança aconteceu durante a gestão da pesquisadora na Chefia-Geral do centro de pesquisa (2015 a 2022). No período anterior, de agosto de 2009 a março de 2015, exerceu o cargo de chefe de Pesquisa e Desenvolvimento.
Antes de assumir cargos de gestão, Sílvia atuou por 20 anos na pesquisa, liderando projetos na área de engenharia de software, inteligência artificial e computação científica aplicada à agricultura. A pesquisadora lidera o recém-criado Centro de Ciência para Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCD-AD/SemeAr), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que ajudou a idealizar, com o objetivo de estruturar o processo de transformação digital no agro de modo a reduzir desigualdades no acesso a tecnologias emergentes.
A pesquisadora que assume agora a presidência da Embrapa tem marcado presença nos diversos fóruns com a temática da agricultura digital. É coordenadora da Câmara Temática Agro Digital na Rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e participa dos conselhos de Administração do Instituto de Pesquisas Eldorado e Consultivo Faesp/Senar-SP.
Também tem assento no Comitê Estratégico do Laboratório Nacional de Agro-fotônica – Lanaf, da Embrapa Instrumentação, além de ser membro do Conselho Consultivo do Ecossistema Brasil 6.0, do Conselho Diretor da SBIAgro (Associação Brasileira de Agroinformática) e do Comitê Assessor Externo da Embrapa Arroz e Feijão.
No âmbito do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ao qual a Embrapa é vinculada, a pesquisadora coordenou o grupo de trabalho do Sinagro (Sistema Nacional de Gestão de Informações e Inteligência Agropecuária) instituído pela pasta no período de agosto a dezembro de 2022, tendo sido membro da Comissão de Agricultura de Precisão e Digital do Mapa.
A Câmara do Agro 4.0, criada pelos ministérios da Agricultura e da Ciência, Tecnologia, Inovação (MCTI), contou com a sua colaboração entre 2018 e 2022.
Em âmbito internacional, representou a Embrapa Agricultura Digital em articulações, missões e eventos técnico-científicos internacionais nos Estados Unidos, Europa e Ásia.
A consolidação do ecossistema de inovação para agricultura digital no País conta com a colaboração da futura presidente da Embrapa, que participa do movimento de agtechs, atuando em programas de aceleração e mentoria de startups organizados pela Embrapa Agricultura Digital, por outros centros de pesquisa da instituição e por parceiros.
Neta de agricultor e filha de educadores, Silvia mudou-se para Campinas, onde cursou Análise de Sistemas, estagiou no Centro de Tecnologia da Informação (CTI) e conheceu o Projeto Fábrica de Software (PFS) - que motivou a criação do Núcleo Tecnológico para Informática Agropecuária (NTIA), precursor da Embrapa Informática Agropecuária, atual Embrapa Agricultura Digital.
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