Seminário de Agroecologia encerra com doze recomendações

01.12.2011 | 21:59 (UTC -3)
Patrícia Strelow

A aprovação dos doze princípios contidos na Carta Agroecológica 2011 marcou o encerramento do XI Seminário Internacional e XII Seminário Estadual sobre Agroecologia, nesta quarta-feira (30), na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. O documento foi elaborado pelos 800 participantes durante os três dias de evento, tendo como base o tema “Outro olhar para o desenvolvimento”. Para o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus, o Seminário fortalece o trabalho conjunto realizado em benefício dos princípios da Agroecologia. “Saímos daqui fortalecidos na nossa convicção de lutar pela implantação de uma outra proposta de desenvolvimento, lutar por um mundo melhor”, avaliou.

Entre as recomendações da Carta Agroecológica estão a consideração dos princípios da Agroecologia na definição e execução de programas e projetos, estímulo pelo poder público à aprovação de leis e regulamentos para o aproveitamento das potencialidades energéticas das propriedades rurais, assim como a inclusão do enfoque agroecológico nas políticas públicas e articular a pesquisa em rede sobre o tema. O estímulo à agroecologia nas escolas e em programas de formação de extensionistas, à adoção de sistemas agroflorestais e aos processos de sistematização de experiências também estão contidos no documento, que recomenda, ainda, a proibição do fornecimento de sementes transgênicas com subsídios públicos e a criação de programa estadual de aquisição e distribuição de sementes crioulas.

Além da aprovação da Carta, a programação deste último dia de Seminário foi encerrada pelo professor da Universidade de Jaén, na Espanha, Francisco Garrido Peña. Doutor em filosofia, Garrido foi deputado pelo Partido Verde no Parlamento Espanhol e abordou, durante sua apresentação, uma análise ética dos problemas ambientais. Entre os valores imprescindíveis para a constituição deste novo olhar, destacados por ele, estão a justiça ecológica – 20% da humanidade consome 80% de toda a energia produzida -, a solidariedade intergeneracional e interespecífica, biocentrismo, austeridade, responsabilidade, prudência e compaixão. “Precisamos construir um conceito social e ambiental de cidadania”, disse, ao frisar que “Agroecologia não é uma técnica de produção de alimentos sem agrotóxicos, mas uma disciplina socioambiental global”.

O evento é realizado pela Emater/RS-Ascar, Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Fepagro, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Embrapa, Assembleia Legislativa e Governo do Estado do Rio Grande do Sul. pela ABA-Agroecologia, Associação dos Servidores da Emater/RS-Ascar, Associação de Engenheiros Agrônomos de Porto Alegre, Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul, Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Banrisul, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, Assembleia Legislativa, Grupo de Agroecologia Terra Sul, Núcleo Ecologia e Agriculturas da Guayí, MA/SFA/CPOrg, Movimento do Pequenos Agricultores, Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul, Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, universidades federais do Rio Grande do Sul e de Santa Maria

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