Seca afeta parte da zona do milho safrinha e há previsão de geada

Em Goiás e Mato Grosso, registro de chuvas acumuladas foi o menor na última década; no sul do Paraná, as temperaturas caem, aponta EarthDaily Agro

06.05.2022 | 16:39 (UTC -3)
Janete Galbiati

A zona do milho segunda safra deve enfrentar novas adversidades climáticas nos próximos dias, conforme avaliação da EarthDaily Agro, empresa que monitora áreas agrícolas a partir de análises de imagens de satélite. Com volume de chuvas abaixo de 5 milímetros (mm) no acumulado dos últimos 10 dias, os estados de Goiás e Mato Grosso registraram chuvas 60% a 80% abaixo da média no período. Do início de março até 4 de maio, a precipitação acumulada foi a menor nesse período nos últimos 10 anos.

Esse volume é insuficiente para atender à demanda de água das lavouras. Em Goiás, o NDVI (vigor de vegetação) tem apresentado rápida deterioração nos últimos dias, o que indica condições desfavoráveis, e a umidade do solo deve continuar caindo, de acordo com o modelo europeu (ECMWF).

O modelo europeu (ECMWF) aponta que o estresse hídrico permanecerá em Goiás, no Mato Grosso e em Minas Gerais nos próximos dez dias, reduzindo ainda mais o potencial produtivo das lavouras. Espera-se um acumulado de até 5 mm para praticamente toda a zona do milho safrinha nesse período e, com isso, a umidade do solo deverá continuar de 10% a 40% abaixo da média nos três estados, desenhando um cenário desfavorável para o desenvolvimento das áreas produtivas.

Além da seca, tanto o modelo europeu quanto o americano (GFS) apontam para uma onda de frio nos próximos dias para toda a zona do milho safrinha. Em Mato Grosso e Goiás, as temperaturas mínimas devem variar de 10°C a 20°C, porém no Mato Grosso do Sul e Paraná, as mínimas devem atingir de 6°C a 14°C. Há risco de geadas no sul do Paraná, com temperaturas de 6°C, prejudicando as lavouras.

Para o Mato Grosso, enquanto o modelo europeu continua apontando baixa precipitação para as próximas duas semanas, o modelo americano (GFS) indica boas chuvas a partir do dia 9, se estendendo até 18 de maio. Os índices de vegetação apontam deterioração há algumas semanas e o maior volume de chuvas deve aliviar o estresse hídrico, caso a previsão do GFS se concretize. Por outro lado, se considerada a previsão do ECMWF, a umidade do solo deve continuar bem abaixo da média, o que pode limitar o potencial produtivo das lavouras.

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