RS realiza novo ciclo de monitoramento do Greening

Programa preventivo busca manter o estado livre da doença que ameaça pomares de citros

14.11.2025 | 09:28 (UTC -3)
Elstor Hanzen
Foto: Fernando Dias
Foto: Fernando Dias

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV), realizou nesta semana mais uma etapa do trabalho de prevenção ao HLB/Greening, doença que tem causado prejuízos significativos à citricultura em vários estados brasileiros. As equipes da Defesa Vegetal estiveram nos municípios de Harmonia e Bom Princípio instalando novas armadilhas para detectar o inseto Diaphorina citri, transmissor da bactéria causadora da doença.

A iniciativa integra o ciclo de monitoramento 2025/2026, que prevê a instalação de mais de 350 armadilhas adesivas amarelas distribuídas em dezenas de municípios. A troca e análise dos dispositivos são realizadas quinzenalmente e seguem até março de 2026.

O programa tem caráter preventivo e busca impedir a entrada e circulação do Greening no Rio Grande do Sul. A doença, causada pela bactéria Candidatus liberibacter, já comprometeu áreas produtoras no Sudeste e em outras regiões do mundo. Até o momento, não há registro da praga no território gaúcho.

“O Rio Grande do Sul ainda não registra ocorrência dessa doença, o que nos dispensa de adotar práticas culturais mais complexas. Caso a doença se estabelecesse aqui, o impacto seria devastador, especialmente para os pequenos produtores, que representam a maioria da nossa citricultura”, destaca a chefe da DDSV/Seapi, Deise Feltes Riffel.

Segundo ela, estados com citricultura mais intensiva, como São Paulo, enfrentam custos elevados com controle químico do inseto. “A manutenção da citricultura como atividade de pequeno porte seria bastante comprometida. Por isso, o monitoramento é essencial. Nosso objetivo com as armadilhas é detectar a presença do inseto e, se encontrado, realizar análises para garantir a ausência da bactéria. Em anos anteriores, capturamos alguns exemplares, mas nenhum estava contaminado”, ressalta.

O monitoramento integra o plano de ação para a manutenção do status fitossanitário sem ocorrência de HLB das Unidades Federativas (UF’s), conforme portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária (SDA/Mapa nº 1.326/2025). A estratégia conta com a parceria de prefeituras por meio de convênios que reforçam a vigilância do inseto e as ações de educação sanitária. Em contrapartida, a Seapi oferece apoio técnico, capacitações, materiais informativos e as armadilhas adesivas amarelas.

Resultados do último ciclo

No ciclo 2024/2025, também foram instaladas mais de 350 armadilhas em 77 municípios gaúchos. Até o fim de março de 2025, 57 insetos foram capturados e encaminhados para análise, todos com resultado negativo para HLB/Greening, o que confirma a ausência da praga no Estado.

Entre os principais sintomas da doença estão amarelamento das folhas, frutos pequenos, deformados e de sabor amargo, além da queda na produtividade e morte de plantas como laranjeiras, limoeiros e bergamoteiras.

Produtores que identificarem sintomas suspeitos devem comunicar imediatamente à Secretaria da Agricultura pelo e-mail vigifito@agricultura.rs.gov.br.

Plano de ação

A portaria do Mapa determina que os estados elaborem um plano de ação para manter o status sem ocorrência de Candidatus Liberibacter. O documento do Rio Grande do Sul, elaborado pela Seapi e enviado ao Ministério da Agricultura no início de novembro, estabelece medidas preventivas para garantir que o Estado permaneça livre da praga e define procedimentos de contingência caso haja detecção do inseto contaminado ou da bactéria.

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