Produção agropecuária do Pará registra crescimento de 16%
O Valor Bruto de Produção poderá atingir, até o final de 2025, a marca de R$ 45,12 bilhões, incluindo lavouras e pecuária
Rhyssomatus subtilis apareceu pela primeira vez no norte da província de Córdoba, Argentina. Até a safra 2023/24, o inseto estava restrito à região do Noroeste Argentino (NOA). Sua presença, ainda localizada, preocupa especialistas, que alertam sobre a importância da prevenção imediata para impedir seu avanço. A informação é da Asociación Argentina de Productores en Siembra Directa (Aapresid).
Roberto Peralta, especialista em manejo integrado de pragas, confirmou a presença do inseto em campos próximos às localidades de Malvinas Argentinas, entre Córdoba Capital e Monte Cristo. Segundo ele, provavelmente R. subtilis já estivesse presente anteriormente, mas seus danos passaram despercebidos.
O avanço para Córdoba ocorreu, provavelmente, pela movimentação de máquinas agrícolas provenientes das áreas infestadas no NOA. Assim, a principal recomendação é a limpeza rigorosa de equipamentos para evitar que o inseto se instale em novas regiões.
Rhyssomatus subtilis é conhecido pelos danos severos que causa durante todo o ciclo da soja. Nos primeiros estágios (até V3), os adultos se alimentam dos cotilédones e brotos, provocando morte de plântulas ou desenvolvimento prejudicado das plantas. Nas etapas seguintes, os danos aos brotos terminais reduzem a produtividade, pois resultam em plantas menores e com menos vagens.
Na fase reprodutiva, o impacto é ainda mais grave. As fêmeas depositam ovos dentro das vagens durante os estágios R5 e R6, os mais sensíveis do cultivo. As larvas permanecem até 45 dias dentro das vagens, alimentando-se dos grãos e causando perdas significativas no rendimento. Além disso, os danos nas vagens permitem a entrada de patógenos e umidade, afetando a qualidade final dos grãos.
Em situações de alta infestação, podem ocorrer perdas superiores a 60% e, em casos extremos, praticamente todas as plantas podem apresentar sintomas.
R. subtilis apresenta comportamento críptico, com maior atividade à noite, escondendo-se durante o dia em restos vegetais ou plantas próximas. Essas características dificultam o controle químico tradicional.
Especialistas sugerem o monitoramento semanal, especialmente nas bordas dos lotes, para detectar precocemente a presença da praga. Para isto, recomenda-se o uso do método do pano vertical e observação direta dos brotos. É importante lembrar que este método captura aproximadamente 60% dos insetos presentes, devido a seu comportamento evasivo.
O manejo químico pode ser eficaz se aplicado corretamente. Inicialmente, recomenda-se o tratamento de sementes com inseticidas como tiametoxam e imidacloprido, protegendo as plantas por até 25 dias após a semeadura. Posteriormente, são necessárias aplicações foliares noturnas com piretroides, neonicotinoides ou isoxazolinas.
Uma das principais estratégias preventivas é a rotação com gramíneas, como milho ou sorgo, que interrompem o ciclo da praga. A soja em monocultivo, por outro lado, favorece a proliferação do inseto.
Apesar de ainda não representar um problema regional, a aparição de Rhyssomatus subtilis em Córdoba é um alerta. Segundo Peralta, se não houver ação preventiva imediata, a praga poderá se estabelecer de forma mais ampla.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura