Pesquisa desenvolve variedade de cebola com maior durabilidade pós-colheita
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Com as exportações aquecidas, o mercado do trigo segue observando altas expressivas no Brasil que, historicamente, nunca foi um grande fornecedor global do cereal. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia foi a principal causador desse aumento nos embarques por tratarem-se ambos países de importantes fornecedores do setor. Nos quatro primeiros meses do ano, as exportações do trigo brasileiro registraram um salto de 313% atingindo 2,3 milhões de toneladas do produto.
Uma grande parte desse volume foi enviada a países árabes. De acordo com informações compiladas pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira com base em dados do governo federal, o Brasil mais que quadruplicou o volume exportado em trigo aos países árabes no começo deste ano. Os embarques passaram de 241,5 mil toneladas (volume registrado em janeiro a abril de 2021), para 1,02 milhão de toneladas nos mesmos meses de 2022, uma alta de 326%.
A abertura de corredores oceânicos para o escoamento do produto eleva a expectativa especialmente para países mais afetados pelo conflito. “Além do conflito em maio, por exemplo, a Índia vetou suas exportações de trigo enquanto o mundo inteiro esperava que o país asiático pudesse suprir essa lacuna deixada pela Rússia e pela Ucrânia mas, devido a problemas climáticos por lá, as exportações foram proibidas", explicou Christiano Erhart, vice-presidente da Bolsa Brasileira de Mercadorias e membro da Câmara Setorial das Culturas de Inverno e sócio da Corretora Renato Agronegócios. A Índia é o segundo maior exportador mundial de trigo.
Segundo o corretor, houve uma tentativa no final de maio durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, pela liberação logística de trigo da Ucrânia e da Rússia que não se confirmou, o que, segundo o Kremlin, só poderia ocorrer após a retirada de sanções econômicas. “Isso nos preocupa bastante porque acaba subindo o preço, tanto aqui como mundialmente”, declarou o dirigente.
Internamente, os preços seguem fortalecidos. No Paraná, o preço da tonelada de trigo no município de Cascavel está em R$ 2.250,00, com uma alta acumulada de 12,5% em 30 dias. No Rio Grande do Sul, a maior alta é observada no município de Santa Rosa, onde o acréscimo já chega a 8,75% em um mês e a saca de trigo é negociada a R$ 2175,00. Já em Campos Novos, Santa Catarina, o preço da saca é de R$ 2200,00 e a valorização acumulada ultrapassa os 10%.
Por aqui, a safra de inverno já começou e, com ela, expectativa de uma oferta interna maior, trazendo a expectativa de uma possível redução nos valores. “Hoje, temos preços recordes de trigo no Brasil, o que dificulta o trabalho nos moinhos. Os custos são altos e é difícil para os moinhos repassares isso ao consumidor interno, mas nossa expectativa é boa devido à área recorde que será semeada nesta safra", declarou o dirigente.
O Rio Grande do Sul espera uma área recorde de semeadura. No Paraná, as lavouras já estão plantadas e mostram bom desenvolvimento, o que pode segurar um pouco dos preços.
Outra fator que mexe com o mercado é a variação do câmbio, a queda do dólar, por exemplo, tende a baixar os preços internos e a paridade do trigo externo, mas dessa vez até mesmo esse impacto foi pequeno para a commodity, enquanto para a moeda norte-americana, a desvalorização no acumulado de maio atingiu 3,85% frente ao real brasileiro. No último fechamento, neste início de semana, o dólar comercial era cotado aos R$ 3,79.
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