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Imagens em alta resolução de pragas e dos sintomas causados por elas em plantas de brócolis e de couve-flor ilustram o mais novo guia de campo da Embrapa destinado a produtores rurais e profissionais da assistência técnica e extensão rural. A publicação facilita o reconhecimento preciso de insetos e moluscos comumente encontrados nos cultivos dessas hortaliças, pertencentes ao gênero botânico Brassica, na região do Planalto Central brasileiro.
Em formato de guia de campo, além das imagens, a publicação reúne informações básicas sobre o ciclo de vida, as características corporais e os sintomas e os danos ocasionados às plantas em decorrência da infestação de cada praga.
“Acreditamos que esse guia será uma ferramenta útil para a implementação de um programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP), visando à sustentabilidade dessas culturas em longo prazo”, comenta o pesquisador Miguel Michereff Filho, da área de Entomologia da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF).
O MIP é definido como um sistema de controle que associa o ambiente e a dinâmica populacional da praga, com o intuito de manter sua população em níveis abaixo do potencial de dano econômico.
As pragas que comprometem a produção de brócolis e couve-flor interferem também nos aspectos relacionados à qualidade desses produtos. “Independentemente do sistema de produção adotado, vários insetos e moluscos utilizam os brócolis e a couve-flor como planta hospedeira, desde a fase de produção de mudas em viveiro até a colheita das inflorescências”, explica Michereff.
O “Guia para identificação de pragas dos brócolis e da couve-flor” divide os insetos e moluscos que atacam essas culturas em dois diferentes grupos: pragas-chaves e pragas secundárias. O grau de importância de cada praga varia de acordo com a região, a época de cultivo e o sistema de produção adotado pelo agricultor.
A traça-das-crucíferas, os pulgões e a largarta-falsa-medideira enquadram-se entre as principais pragas encontradas nas lavouras de brócolis e couve-flor, visto que ocorrem na maioria das regiões produtoras dessas hortaliças e, frequentemente, provocam danos econômicos que exigem adoção criteriosa e integrada de medidas de controle.
Entre as pragas secundárias de brócolis e couve-flor, que são aquelas que ocasionalmente provocam prejuízos em áreas localizadas e em período restrito, estão: mosca-branca, curuquerê-da-couve, formiga-cortadeira, grilo, broca-da-couve, tripes, vaquinha, lesma, caracóis, e algumas espécies de lagartas como a Helicoverpa.
Nos últimos meses, a equipe de pesquisa disponibilizou guias de campo com orientações sobre a correta identificação de pragas para outras quatro espécies de hortaliças: alface, morango, pimentão e tomate.
Foi disponibilizado também um guia de campo com fotografias e informações descritivas dos principais inimigos naturais, como espécies de besouros, moscas e ácaros predadores, percevejos e vespas parasitoides, das pragas mais comuns encontradas em lavouras de hortaliças.
“A precisão no reconhecimento de inimigos naturais, pragas-chave e pragas secundárias, durante as inspeções de rotina nos cultivos, é o ponto de partida para o agricultor obter sucesso no manejo e no controle de problemas fitossanitários em lavouras de hortaliças”, sinaliza Michereff.
Os guias de campo para identificação de pragas em hortaliças fazem parte das ações previstas no projeto “Promoção do Manejo Integrado de Pragas na Produção de Hortaliças do Distrito Federal”, que visa resgatar a adoção das boas práticas agrícolas direcionadas ao manejo integrado de pragas (MIP) em diferentes culturas de hortaliças, entre elas: alface, morango, pimentão, tomate, brócolis e couve-flor.
Além da disponibilização de documentos orientadores, a equipe do projeto realizou, ao longo dos últimos dois anos, treinamentos com mais de 1600 técnicos e produtores rurais para nivelar os conhecimentos e, a partir de parcerias e articulação institucional, efetuar a instalação de Unidades de Referência Tecnológica (URT) para implementação do MIP em culturas agrícolas de importância socioeconômica para a horticultura do Distrito Federal.
Os treinamentos orientaram sobre a identificação e o monitoramento das pragas e seus inimigos naturais e abordaram também conhecimentos relativos à seleção e ao uso planejado de medidas de controle e de indicadores necessários para tomada de decisão sobre quando controlar a praga-alvo.
“Pretendemos contribuir com o processo de conscientização da cadeia produtiva para que incorporem o MIP e compreendam a relevância do controle biológico na sua rotina de trabalho”, planeja Michereff, ao contar que o objetivo maior será contribuir para a remodelação dos sistemas produtivos em direção à sustentabilidade regional. Assim, espera-se que ocorra a racionalização do uso de agrotóxicos e a produção de alimentos com melhor qualidade nutricional e totalmente seguros para a saúde humana.
O projeto é uma cooperação técnica entre Embrapa Hortaliças e Emater-DF, com financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF).
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