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A Agência USP de Inovação promoveu terça-feira (18/11) a premiação da “Olimpíada USP de Inovação - da idéia ao produto - da academia para o mercado”. A cerimônia aconteceu durante o evento UK Brazil Innovation Fórum, realizado no Auditório “Professor Dr. Altino Augusto de Azevedo Antunes”, na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.
Desde o último mês de junho, mais de 400 projetos foram inscritos por professores, pesquisadores e alunos dos campi da USP de São Paulo e do interior. Para a fase final foram selecionados 63 projetos, os quais foram apresentados para uma banca examinadora nos dias 13 e 14 de novembro, em São Paulo. O objetivo da Olimpíada foi estimular a atitude empreendedora por meio de desenvolvimento de tecnologias e processos inovadores em qualquer setor industrial ou de serviços.
Da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), 40 projetos foram inscritos e 8 foram selecionados para a etapa decisiva. Destes, 4 foram premiados. Na categoria Tecnologias Sociais e Ambientais, o projeto “Aproveitamento do lodo de ETE de indústria de papel na produção de compósitos cimentícios para a construção civil”, sob orientação da professora Adriana Maria Nolasco, do departamento de Ciências Florestais (LCF), obteve a 1ª colocação. Na mesma categoria, a 2º colocação ficou com o projeto “Desenvolvimento de destilados de água laboratorial de baixo impacto ambiental”, sob orientação do professor Marcos Yassuo Kamogawa, do departamento de Ciências Exatas (LCE).
Na categoria Agronegócio, o 2º colocado foi o projeto “Microaspersor com microtubos: um novo conceito hidráulico na irrigação localizada”, sob orientação do professor Tarlei Arriel Botrel, do departamento de Engenharia Rural (LER) e, na categoria Tecnologia da Informação e da Comunicação, a 2ª colocação foi para o projeto “RLM 3.1 - Sistema de formulação de rações e recomendações nutricionais”, sob orientação do professor Dante Pazzanese Lanna, do departamento de Zootecnia (LZT).
O 1º colocado em cada categoria recebeu prêmio de R$5mil, mais um notebook e troféu. O 2º colocado recebeu prêmio de R$3mil.
Aquele resíduo da produção de papel que ia para o aterro industrial encontra uma destinação adequada no momento em que se desenvolve na ESALQ, o projeto “Aproveitamento do lodo de ETE de indústria de papel na produção de compósitos cimentícios para a construção”, sob responsabilidade de Adriana Nolasco, docente do departamento de Ciências Florestais (LCF).
Atualmente, cerca de 220 indústrias de celulose e papel encontram-se espalhadas pelo Brasil, gerando grande volume de resíduo. O custo para dispor desse resíduo é muito alto e, por meio desse estudo, encontrou-se uma solução que poderá ser útil a indústrias de papel, com benefícios ambientais e econômicos e, também, a indústria da construção civil.
O sistema proposto baseia-se no aproveitamento do lodo da estação de tratamento de efluentes (lodo de ETE), Classe II-A (ABNT: NBR 10004, 2004), que possui características favoráveis à adição em compósitos com aglomerantes hidráulicos, resultando em material passível de utilização em diferentes elementos construtivos, possibilitando ganhos nas propriedades acústicas, mecânicas e térmicas.
Os compósitos são produzidos com areia média lavada, cimento CPII-E32 e resíduo, chegando à condição de argamassa. Com a adição de brita, obtêm-se concretos com funções estruturais, passíveis de moldagens para diferentes componentes construtivos, como blocos de vedação sem função estrutural, blocos com função estrutural, pisos intertravados, placas para forro, painéis de vedação e outros. Os pesquisadores revelam que cada percentual de resíduo é adequado para determinadas aplicações. Em geral, percentuais que apresentam baixa quantidade de resíduos são recomendados para componentes que exigem maior resistência à compressão, enquanto que percentuais com alta quantidade de resíduo são recomendados para componentes que não exigem alta resistência, mas sim valores baixos de massa específica.
O aproveitamento do lodo de ETE de indústria de papel na produção de compósitos cimentícios para a construção civil, não só reduz o impacto ambiental como também os custos de tratamento, transporte e disposição destes resíduos.
Sobre a participação no evento, a pesquisadora Adriana Nolasco diz que “é muito bom participar de uma iniciativa como a Olimpíada USP Inovação, não só pelo prêmio conquistado, mas porque essa oportunidade trás um outro aprendizado para nós pesquisadores, que é justamente o de pegar esse conhecimento científico, organizá-lo de forma a pensar no produto final, no mercado, nos beneficiados com o processo, então é um grande desafio que tem sido bem interessante”.
Alicia Nascimento Aguiar e Caio Albuquerque
Esalq
www.esalq.usp.br
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