Projeto amplia a conservação de florestas em áreas produtoras de soja

01.06.2015 | 20:59 (UTC -3)

Em uma das áreas mais importantes para a produção de soja na Amazônia, a região de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos, no oeste do Pará, um projeto de dez anos da organização de conservação ambiental The Nature Conservancy e da empresa global de alimentos Cargill está ajudando a derrubar o desmatamento e a criar novos padrões ambientais para a cadeia produtiva. Desenvolvido em conjunto com as prefeituras dos municípios, o Governo do Estado do Pará, os sindicatos de produtores locais e as famílias da região, o projeto Soja Mais Sustentável tem como foco conservar florestas e rios de parte da Bacia do Tapajós, reconhecida pela sua biodiversidade, por meio do fortalecimento da sustentabilidade na cadeia produtiva. A iniciativa consiste em apoiar os produtores rurais a regularizarem ambientalmente suas propriedades e reforçar o monitoramento do desmatamento na região. Em seus dez anos de funcionamento, o projeto saltou de 242 imóveis rurais para 498, nos três municípios.

Agora, um novo levantamento da TNC, feito a partir de informações do Prodes, o sistema que fornece os dados oficiais sobre a perda de florestas na Amazônia brasileira, mostra que de 2004 a 2014 o desmatamento legal e ilegal nas propriedades rurais que participam do projeto Soja Mais Sustentável despencou de 5209 hectares, o equivalente a 0,34% da área total dos imóveis, para 19,7 hectares, o que corresponde a 0,02% da área total.

A queda foi bem mais acelerada do que a registrada na região como um todo. O desmatamento legal e ilegal nos três municípios, no mesmo período, passou de 11.140 hectares para 943 hectares, o equivalente a 0,7% e 0,06% da área total dos municípios, respectivamente. Os números mostram, portanto, que além de reduzir mais rapidamente o desmatamento, as propriedades do projeto respondem, hoje, por uma taxa de desmatamento 66% mais baixa do que as fazendas em seu entorno.

“No início do projeto, o foco era evitar a expansão desordenada da soja e fortalecer a cadeia sustentável de produção. Não só alcançamos isso como também contribuímos para a redução do desmatamento na região como um todo, graças ao planejamento científico e ao fato de que os mais diversos atores se uniram para alcançar essa meta”, diz Ian Thompson, diretor de conservação da TNC no Brasil.

Para Maximiliano Slivnik, Gerente Comercial da unidade de negócios de Grãos e Processamento de Soja da Cargill, os avanços obtidos contribuíram para influenciar todo o setor. “Estabelecemos um nível elevado de boas práticas na conservação da floresta, que reforçou um movimento positivo de toda a indústria”, afirma.

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