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A experiência de Produção Integrada de Abacaxi no Tocantins se transformou em modelo e vem sendo transferida para outros estados. Agora é a vez de produtores amazonenses de Novo Remanso e Vila do Engenho, distritos do município de Itacoatiara, conhecerem o trabalho realizado no Tocantins sob a coordenação do pesquisador Aristoteles Matos, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA). De 16 a 20 de novembro, o grupo formado por 13 produtores, um técnico agrícola de produção integrada, três agrônomos do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (Idam) e dois pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental vai participar de quatro dias de campo, distribuídos por quatro municípios. A Produção Integrada (PI) é um sistema de produção que tem como fundamentos as boas práticas agrícolas, a redução dos impactos ambientais e a promoção do bem-estar social dos empregados.
Em Miracema, os produtores vão visitar um viveiro de produção de mudas. As paradas seguintes serão na Fazenda Estância Lajedo, no município de Fortaleza do Tabocão, e na Fazenda Barreirinho II, em Guaraí, para conhecer como funciona o plantio de abacaxi em sistema de produção integrada, além de técnicas de cultivo mínimo e cultura de cobertura no manejo do mato e conservação do solo. Na Fazenda Roncador, no município de Aparecida do Rio Negro, eles vão ter acesso também a práticas de colheita e pós-colheita. “A programação prevê ainda uma visita à Coapa [Cooperativa Agroindustrial de Pedro Afonso] e à Central de Recolhimento de Embalagens de Agrotóxicos, ambas no município de Pedro Afonso”, informa Aristoteles (confira o roteiro de visitas no fim do texto).
Já vêm sendo desenvolvidas atividades de capacitação e motivação com os produtores do Amazonas desde 2008. Em maio de 2009, cinco abacaxicultores foram ao Tocantins. “A nossa intenção é começar a Produção Integrada no Amazonas com esses produtores candidatos ainda este ano”, adianta Aristoteles. Segundo ele, a coordenação ficará a cargo do pesquisador Marcos Garcia, da Embrapa Amazônia Ocidental.
São parceiros da Embrapa Mandioca e Fruticultura no projeto em Tocantins: MAPA-Superintendência Federal de Agricultura-TO; Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado do Tocantins (Seagro); Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/Sescoob); Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-TO); Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins); Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (Adapec); Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará); Universidade Federal do Tocantins (UFT); Faculdade Guaraí (FAG); prefeitura de Miracema (TO); Coapa; e Associação de Produtores do Amazonas.
PIB
Hoje, 43 produtores de abacaxi do Tocantins fazem parte da PI e são acompanhados diretamente pelos integrantes do projeto. Realidade bastante diferente do início das atividades, quando houve a adesão de apenas um produtor, com 10 hectares. “Desde 2009, existe a demanda de adesão por mais 54 produtores, mas infelizmente não temos mais como incluí-los no projeto”, afirma Aristoteles. De setembro de 2004 a outubro deste ano, a PI promoveu 32 cursos, um seminário com 93 participantes, 12 dias de campo, 19 visitas técnicas e 17 palestras motivacionais, o que perfaz cerca de 1,3 mil profissionais treinados. “Os produtores, por exemplo, contribuem de diversas maneiras para a condução das atividades do projeto, com disponibilização de instalações para cursos, reuniões e dias de campo, custos de manutenção das unidades demonstrativas e despesas com alimentação durante as atividades de capacitação”, salienta.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o abacaxi é a terceira cultura mais produtiva do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário de Tocantins, ficando atrás apenas da pecuária e da soja. “Em 2009, o estado tinha 248 hectares de abacaxi no sistema de PI, ou seja, quase 10% da área, que é de 2.301 hectares, de acordo com o IBGE”, comemora Aristoteles.
Fertilizantes e agrotóxicos
A racionalização do uso de fertilizantes e de agrotóxicos é uma das grandes vantagens do sistema, que tem no manejo de pragas um elemento muito importante. Depois da análise do solo e correta adubação, os produtores tiveram redução de 28% na quantidade de nitrato de amônia/uréia, 25% na quantidade de superfosfato simples e de 43% na de cloreto de potássio. Quanto aos agrotóxicos, houve redução de 50% no uso de herbicidas, 37% no uso de inseticida e 20% no uso de fungicidas.
Nos 248 hectares da PI, o número de intervenções de controle químico caiu drasticamente. “Foram aplicados apenas 60 gramas de inseticida durante o ciclo da cultura, de maniera localizada. No manejo convencional, são feitas três aplicações durante o ciclo da cultura, em área total, sendo 1,5 kg/hectare, num total de 1.116kg de inseticida”, explica Aristoteles.
Programação
15/11 – Chegada dos amazonenses em Palmas.
16/11 – Reunião com representantes do Sebrae-TO; reunião com representantes da Secretaria de Agricultura; reunião com o superintendente Federal de Agricultura do Tocantins, reunião com representantes da OCB/Sescoop, deslocamento para Miracema – visita ao viveiro de produção de mudas sadias de abacaxi.
17/11 – Deslocamento para Fortaleza do Tabocão – visita à Fazenda Estância Lajedo. Deslocamento para Pedro Afonso – visita à Coapa.
18/11 – Deslocamento para Guaraí – visita à Fazenda Barreirinho II. Deslocamento para Palmas.
19/11 – Deslocamento para Aparecida do Rio Negro – visita à Fazenda Roncador. Retorno a Palmas.
20/11 – Retorno ao amazonas.
Alessandra Vale
Embrapa Mandioca e Fruticultura
(75) 3312-8076
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