Produção irrigada de uva é destaque em Pelotas, RS

O município de Pelotas realizou nesta quarta-feira (29/01), na localidade de Vila Nova, a Abertura da Colheita da Uva. O evento ocorreu na propriedade da Família Ribes, no 7º Distrito, e contou com a presença da vice-prefeita, Paula Mascarenhas, do gerente regional adjunto da Emater/RS-Ascar, César Demenech, do chefe geral da Embrapa Clima Temperado, Clênio Pilon, além de representantes da Universidade Federal de Pelotas, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Prefeitura de Pelotas, líderes comunitários e fruticultores da região.

Os irmãos Ernesto João e Nelson Renato Ribes trabalhavam com a cultura do pêssego até 2007, quando começaram uma produção de meio hectare de uvas. Atualmente, apesar da predominância do pêssego, os irmãos possuem 1,8 ha para produção da fruta, sendo os primeiros a inserir a cultivar niágara na região. A propriedade também tem o licenciamento ambiental necessário para inserção de sistemas de irrigação, benefício adquirido através do Programa Mais Água, Mais Renda. Para a jovem Istela Ribes, que trabalha na propriedade com os pais, graças à irrigação, a colheita nesta safra será de 30 toneladas.

O Programa Mais Água, Mais Renda é uma iniciativa do governo estadual para driblar as estiagens da Região Sul e evitar o prejuízo dos agropecuaristas através de sistemas de irrigação. Segundo o extensionista da Emater/RS-Ascar Luis Carlos Migliorini, na propriedade da família Ribes havia um açude e um arroio não legalizados e, depois de adquirido o licenciamento ambiental, há cerca de seis meses, os Ribes passaram a utilizar estes mananciais na irrigação das parreiras.

Outras culturas, como o caqui, a ameixa e os citros, também poderão ser beneficiadas com a irrigação. De acordo com o pesquisador da Embrapa Jair Nachtigal, o ideal é que os ciclos dos cultivos não se cruzem para que possa haver um aproveitamento de tempo, máquinas e mão de obra.

Nachtigal cita como exemplo as culturas do pêssego e da uva, que são colhidas, respectivamente, entre novembro e dezembro e entre janeiro e fevereiro, ou seja, em períodos não concorrentes. “A diversificação é uma maneira de otimizar os recursos da propriedade”, explica o pesquisador da Embrapa.