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No novo Boletim Agropecuário de fevereiro, publicação mensal do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), a safra de grãos em Santa Catarina apresenta uma produção menor na safra 2023/24 em comparação com a safra anterior. Entre os produtos monitorados estão: arroz, feijão, milho, soja e trigo.
Milho - para o milho, houve a confirmação da redução da área cultivada na primeira safra de 2023/2024 e da produtividade das lavouras. A redução da área deve ser de aproximadamente 6,7% e da produtividade de 5,2%, em ambos os casos na comparação com a safra anterior.
O motivo da revisão das estimativas foram as condições climáticas do início da safra, quando o excesso de chuva atrasou o plantio, dificultou os tratos culturais, causou inundação de lavouras em desenvolvimento e perda de nutrientes do solo. Em termos de produção total, há uma diminuição prevista de mais de 300 mil toneladas na comparação com a safra anterior de Santa Catarina.
No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou em fevereiro que a produção de milho brasileira terá uma diminuição de 14% em relação à safra 2022/2023. Mesmo assim, os preços têm se mantido bem abaixo do registrado no começo do ano passado. Conforme levantamento da Epagri/Cepa, disponível no site do Observatório Agro Catarinense, a média recebida pela saca em janeiro de 2024 foi de R$ 58,68.
De acordo com o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Haroldo Elias, a tendência a médio prazo é de elevação dos preços no mercado interno. Isso porque o consumo do cereal está em elevação no Brasil (rações e etanol) e a menor produção em 2024 deve afetar o balanço entre oferta e demanda.
Soja - a safra de soja 2023/2024 também teve a estimativa de produção atualizada. Agora a previsão é que sejam produzidas 2,76 milhões de toneladas, um recuo estimado de 2,8%, em relação à safra anterior. Em 2024, o preço da soja em grão ao produtor registra uma forte queda.
Nos últimos 30 dias houve uma retração superior a 10%. Em janeiro foram registradas as menores cotações desde 2020. Apesar da redução na safra brasileira, a Argentina terá uma colheita maior e a previsão é que a China, principal compradora, demande menos quantidade do produto, o que tem afetado os preços.
Feijão - o boletim indica que a safra catarinense de feijão (1ª safra) deve ter uma área plantada de 28,9 mil hectares, o que significa uma redução de 5,8% em relação à área cultivada na safra passada. Quanto à produtividade, que foi atualizada neste mês, espera-se uma redução em torno de 8,3%, o que deve resultar em uma produção 13,6% menor do que na safra anterior. Em fevereiro, a Conab publicou dados atualizados da safra nacional de feijão.
Estima-se uma safra total de 2,97 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 2,1% em relação à safra anterior. Desde outubro do ano passado há uma trajetória ascendente dos preços recebidos pelos produtores de feijão. Contudo, entre os dois tipos de feijão mais cultivados em Santa Catarina, o feijão-preto tem alcançado preços melhores do que o feijão-carioca.
Arroz - a estimativa atual da safra 2023/24 de arroz em Santa Catarina aponta para leve redução da área em relação à safra anterior. Até o momento estima-se também uma produtividade menor. Com isso, a produção estimada é de 1,24 milhão de toneladas de arroz em casca, 1,82% menor do que o registrado na safra passada. O ano de 2024 iniciou com preços elevados, mas com tendência de redução nos próximos meses em razão do início da colheita no Estado.
A primeira quinzena de fevereiro apresentou preço médio de R$114,14/sc de 50kg em Santa Catarina, o que representa uma variação de -1,03% em relação ao mês de janeiro, que foi o maior da safra. Esse comportamento é esperado pois o aumento da oferta interna, seja pelo avanço da colheita ou pela entrada do produto adquirido de outros estados ou do Mercosul, tem como resultado a redução dos preços.
Trigo - já a safra catarinense 2023/24 de trigo está estimada em 307,6 mil toneladas, o que significa uma redução de 36% na produção na comparação com a safra anterior. O resultado é decorrência da redução de 2% na área plantada e de 35% na produtividade, em relação à safra 2022/2023. Os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses voltaram a subir neste início de ano e chegaram a R$ 64,89 a saca de 60 quilos.
Contribuíram para o movimento altista verificado neste início de ano a diminuição da disponibilidade de trigo argentino para os importadores brasileiros e a baixa disponibilidade de trigo proveniente do mercado interno para panificação. Apesar do aumento em relação a dezembro, o valor permanece bem abaixo do registrado no mesmo mês de 2023.
Alho - a safra catarinense de alho 2023/2024 foi marcada pela ocorrência de eventos adversos, especialmente as fortes chuvas nos últimos meses de 2023, afetando drasticamente a produção, sendo que 40% das lavouras apresentaram condição ruim, 30% média e apenas 30% foram consideradas boas. Dessa forma, a produção total deve chegar a 7,37 mil toneladas, redução de 3,66% em relação à última estimativa de dezembro de 2023, que era de 7,65 mil toneladas.
Cebola - o acompanhamento da safra 2023/24 da cebola em Santa Catarina, atualizado pela Epagri/Cepa no mês de janeiro, indicou que as perdas foram de aproximadamente 27,53% em relação à estimativa inicial da safra, que era de 551,5 mil toneladas. O principal motivo da redução foi o excesso de chuva. A estimativa atual é de que tenham sido colhidas 399 mil toneladas. Contudo, ainda não foram levantados os dados da perda pós-colheita. Sondagens iniciais indicam que a alta umidade e a ocorrência de doenças fúngicas de armazém devem diminuir, ainda mais, a oferta do produto.
Maçã - o mercado da maçã em Santa Catarina, entre janeiro e fevereiro de 2024, com o final da comercialização de estoques da safra passada e baixa oferta devido ao atraso na colheita da safra atual, apresentou valorização nos preços. Em fevereiro, a expectativa da safra 2023/24 em relação à anterior é de redução de 11% na produção, sendo 13,6% nos Campos de Lages, 0,2% na região de Joaçaba e 2,6% na região de Curitibanos. Com isso, a produção total deve chegar a 495,7 mil toneladas.
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