Principais grãos cultivados em Santa Catarina têm redução no preço

Em junho, trigo, arroz, feijão, milho e soja apresentaram decréscimo no valor em comparação com o mês anterior

20.07.2023 | 14:05 (UTC -3)
Marcionize Elis Bavaresco, edição Cultivar
Imagem: Divulgação/Epagri
Imagem: Divulgação/Epagri

O Boletim Agropecuário do mês de julho apresentou dados sobre a redução no preço ao produtor dos principais grãos cultivados em junho em Santa Catarina. Trigo, arroz, feijão, milho e soja tiveram decréscimo no valor em comparação com o mês anterior. Dados são do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). Confira mais detalhes sobre a produção e o mercado dos produtos monitorados:

Trigo

Entre maio e junho, os preços recebidos pelos produtores de trigo caíram 4,53%. O preço médio mensal da saca de 60 kg fechou em R$70,12. Na comparação anual, em termos nominais, os preços recebidos em junho deste ano estão 32,99% abaixo dos registrados no mesmo mês de 2022. O preço da saca de trigo no mercado interno vem caindo desde julho do ano passado. No mercado internacional os preços oscilaram bastante no período, tanto por questões de câmbio como por retração nas vendas dos países exportadores. A guerra entre Rússia e Ucrânia tem gerado insegurança sobre a disponibilidade dos grãos no mercado, dadas as idas e vindas acerca do acordo para escoamento das safras. Em Santa Catarina, até a última semana de junho, cerca de 56% da área estimada para o plantio de trigo na safra 2023/2024 já havia sido semeada. Na comparação com a safra passada, as estimativas da Epagri/Cepa apontam para uma redução de 2% na área plantada e no volume de produção.

Feijão

No mês de junho, o preço médio mensal recebido pelos produtores catarinenses de feijão-carioca fechou em R$229,42 a saca de 60 kg, uma redução de 13,55% em comparação com o mês anterior.  Para o feijão-preto, o preço médio recuou 8,91%, com média mensal de R$195,61 a saca de 60 kg. A redução nos preços do feijão já era esperada para essa época do ano porque, com o término da colheita do feijão segunda safra, sobretudo no Sul do país, há um aumento da oferta. A partir de novembro, os preços pagos aos produtores normalmente reagem. Na safra 2022/2023 a área total plantada com feijão em Santa Catarina (soma da 1ª e 2ª safra) caiu aproximadamente 11%. Por outro lado, a produtividade média teve um incremento de 22%, o que resultou em um aumento de produção de 9% em relação à safra anterior.

Milho

No  mercado  interno,  os  preços  do  milho foram  pressionados  em  junho. No Estado, as cotações recuaram 4,9% em relação ao mês anterior e 37,8% em relação ao mesmo mês de 2022. Por outro lado, depois de dois anos consecutivos de perdas na produção do milho em função da estiagem, na safra 2022/2023 houve uma recuperação. A produção estadual total, estimada no fechamento da safra, foi de 2,88 milhões de toneladas, cerca de 800 mil toneladas a mais do que na safra anterior. Esse volume é significativo para o Estado, que apresenta um déficit superior a 5 milhões de toneladas nos últimos anos. No Brasil, está prevista uma produção total de 127,7 milhões de toneladas de milho, elevação na ordem de 13% sobre a safra passada. 

Soja

No Brasil, a confirmação de uma safra recorde em 2022/2023 de 155,7 milhões de toneladas continua pressionando os preços da soja no mercado interno. No Estado, a cotação de R$124,39 a saca de 60 kg, média recebida pelos produtores em junho, foi a menor desde 2021.A produção da leguminosa em Santa Catarina, quando consideradas a primeira e a segunda safras, totalizou 3,02 milhões de toneladas segundo a estimativa final divulgada em junho. A safra 2022/2023 é a maior da série histórica levantada pelo Epagri/Cepa e pelo IBGE no Estado. O aumento sistemático da área cultivada, a evolução tecnológica e as condições climáticas resultaram nessa produção recorde. 

Arroz

A safra 2022/2023 de arroz está encerrada em Santa Catarina com recorde de produção. Como já esperado para este período do ano, os preços do arroz em casca caíram tanto aqui como no Rio Grande do Sul. Comparativamente ao mês de maio, os preços caíram 1,67%  em  Santa  Catarina  no  mês  de  junho,  com média fechada  em  R$78,75 a saca de 50kg.  Na  primeira  quinzena  de julho,  os  preços  mostraram  tendência  de  estabilidade,  apesar  de  ainda  estarem  em baixa, com  média parcial de R$78,59 a saca de 50kg. Isto se deve ao encerramento da colheita e consequente comercialização. Para o segundo semestre do ano, espera-se uma elevação dos preços, dado que boa parte da produção já foi comercializada e outros fatores tendem a manter o mercado aquecido, como as exportações e uma relação estoque-consumo baixa em razão da quebra da safra gaúcha.

Alho

Consolidou-se a redução de área plantada com alho em Santa Catarina. Desde a safra 2018/19, quando foram plantados 2.406 hectares, tem se registrado redução. A estimativa é que, na safra 2023/2024 a área ocupada com a cultura seja de aproximadamente 1.171 hectares, redução de 51,33% em relação a 2018. A produção esperada para a nova safra é de 11.996 toneladas e a produtividade estimada inicialmente é de 10.244kg por hectare. Cerca de 75% da área esperada para a safra 2023/2024 já foi plantada. 

Cebola

A atualização dos dados da safra 2023/24 aponta para um aumento de área plantada em relação à safra 2022/23. O cultivo da hortaliça deve ocupar 19.013 hectares, com estimativa de produção de mais de 568 mil toneladas e produtividade média de 30.039 kg por hectare. A implantação da safra 2023/24 ocorre normalmente e já se aproxima de 55% da área estimada. No primeiro semestre de 2023, a importação brasileira de cebola foi de 103.783 toneladas, volume 19,28% menor do que no mesmo período do ano passado.

Maçã

No mercado atacadista estadual, entre maio e junho de 2023, houve valorização nos preços da fruta de categoria 1, com diminuição da oferta com o final da safra. No mercado atacadista nacional, o preço da maçã de origem catarinense se valorizou entre maio e junho de 2023. No primeiro semestre, o volume negociado da fruta catarinense nas centrais de abastecimento  representou 58,1% do total de maçãs comercializadas, gerando mais de R$188,3 milhões para o Estado. 

Leia o Boletim Agropecuário na íntegra aqui.

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