Oeste e Sudoeste têm potencial para mais 447 mil hectares para cultivo de trigo
Trigo tem produtividade média de quatro mil quilos no oeste do Paraná
As espécies vegetais, quando transportadas para regiões fora de seu habitat natural, podem tornar-se exóticas, estabelecendo populações que se reproduzem e se espalham rapidamente. Este fenômeno, complexo e influenciado por diversos fatores, tem sido objeto de estudo de cientistas ao redor do mundo, que buscam prever e gerenciar possíveis invasões de plantas.
Recentemente, uma equipe internacional de pesquisadores, composta por cientistas da Universidade de Sevilha e da Universidade de León, na Espanha, da Universidade de Adelaide, na Austrália, e da Estação Biológica de Doñana (EBD-CSIC), também na Espanha, publicou estudo no periódico NeoBiota. Nele, apresentam um novo quadro para identificar os preditores de invasibilidade.
O estudo surge em um contexto em que, apesar das políticas atuais exercerem um forte controle sobre a importação e exportação de organismos vivos, muitas espécies foram translocadas para novas regiões sem a devida consideração de seus impactos potenciais. Exemplo disso é a troca massiva de plantas entre regiões de clima mediterrâneo, consequência do colonialismo europeu.
A pesquisa se concentrou em espécies que tiveram sucesso ou falharam em se estabelecer em regiões estrangeiras após seguir rotas de introdução históricas semelhantes. Segundo Javier Galán Díaz, da Universidade de Sevilha, "apenas aquelas que invadiram com sucesso outras regiões têm algo diferente nelas que lhes permitiu se estabelecer e se espalhar no exterior".
Os cientistas descobriram que, ao comparar espécies de plantas transportadas da Bacia do Mediterrâneo para outras regiões de clima mediterrâneo, apenas aquelas espécies com grandes áreas de distribuição que ocupam habitats climaticamente diversos em sua região nativa se tornaram exóticas. Além disso, espécies com muitos vetores de dispersão, longos períodos de floração e estratégias de uso de recursos acima e abaixo do solo são mais propensas a se tornar exóticas.
Essas descobertas, além de contribuírem para a compreensão do fenômeno da invasão de plantas, têm implicações práticas importantes. "Determinar os fatores que preadaptam as espécies de plantas para se estabelecerem e se espalharem com sucesso fora de suas áreas nativas constitui uma abordagem poderosa com grande potencial para o manejo", afirmam os pesquisadores.
O estudo conclui que, com as informações existentes, é possível identificar as espécies-chave para monitorar, especialmente na era do Big Data, onde as observações de aplicações de ciência cidadã se somam às dos cientistas, aumentando o potencial dos sistemas de triagem.
O artigo pode ser lido aqui.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura