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A Embrapa Amazônia Ocidental (AM) apresenta a primeira cultivar de guaraná que pode ser reproduzida por sementes: a BRS Noçoquém. Além de aumentar em mais de sete vezes a produtividade anual - alcançando 2,3 kg/planta enquanto 0,3 kg/planta é a média do estado do Amazonas - a cultivar possui resistência à principal doença que afeta o guaranazeiro, a antracnose.
Outro diferencial importante é que representa uma alternativa ao cultivo de guaraná por mudas clonais. Com essa cultivar propagada por semente, espera-se aumentar a quantidade de produtores dedicados à essa cultura e expandir a área plantada no estado do Amazonas.
Com as variedades clonais, é necessário credenciar viveiristas para a produção das mudas, uma vez que a técnica de estaquia precisa de mais cuidados e aumenta o custo para o produtor. “A forma de reprodução por sementes possibilita ao produtor fazer suas próprias mudas para expansão dos cultivos, após receber o lote de sementes básicas da cultivar”, ressalta o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, André Atroch. Da mesma forma, a produção de mudas em viveiros licenciados é mais fácil e econômica, diminuindo o preço de venda para o produtor rural.
O período da formação da muda de guaraná por sementes é de aproximadamente 12 meses, desde a coleta ou aquisição das sementes até o plantio definitivo no campo. Segundo Atroch, os cuidados necessários para a formação de uma boa muda são os mesmos para a produção de espécies frutíferas, ou seja, manter as mudas sempre com bom suprimento de água e algumas adubações no decorrer da sua formação. No caso dessa cultivar, o sistema tradicional do produtor no Amazonas com viveiros com cobertura de palha e irrigação por molhamento são suficientes para formar uma boa muda da BRS Noçoquém.
A alta produtividade da nova cultivar foi comprovada nas avaliações realizadas nos campos experimentais da Embrapa Amazônia Ocidental em Maués e Manaus, quando foi verificada uma produtividade média de 2,3 kg/planta/ano de sementes, enquanto a média no estado é de cerca 0,3 kg/planta/ano. Análises realizadas nas sementes colhidas apontam também um bom nível de cafeína, com teores entre 4% e 5%.
A nova cultivar também passou por avaliação em áreas de produtores por meio de Unidades de Observação nos municípios de Urucará, São Sebastião do Uatumã, Maués, Parintins, Silves, onde apresentaram as mesmas características obtidas nos campos experimentais.
Atroch explica que uma cultivar como a BRS Noçoquém multiplicada por sementes possui alta variabilidade genética, pois cada planta é um genótipo diferente implicando em menor risco de perda por doenças e outros fatores biológicos.
Cada planta guarda a genética e o potencial produtivo por diversas gerações de multiplicação. Essa característica é garantida desde que tomados alguns cuidados básicos, sendo o principal deles manter um lote de plantas para produção de sementes isolado dos plantios comerciais com outras variedades, caso contrário pode levar a cruzamentos indesejados e contaminar a descendência dessas plantas.
De acordo com o pesquisador, são essas características que tornam a cultivar BRS Noçoquém atrativa para o produtor rural do Amazonas: a alta produtividade e a resistência a doenças, sem reduzir a variabilidade genética.
O lançamento da BRS Noçoquém é fruto do Programa de Melhoramento Genético do Guaranazeiro, desenvolvido ao longo de quatro décadas e que propiciou o lançamento de 18 cultivares clonais, reproduzidas por meio de estaquia.
Segundo o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental Firmino do Nascimento Filho, na década de 1970, praticamente todos os guaranazeiros do município de Maués, maior produtor do estado, foram contaminados pela antracnose, uma doença causada pelo fungo Colletotrichum guaranicola, que ataca as folhas, atrofia galhos e impede a frutificação, muitas vezes levando à morte da planta de guaranazeiro. “A Embrapa, ainda no início de suas atividades, teve a missão de solucionar esse problema, momento em que começou o Programa de Melhoramento Genético do Guaranazeiro, com estudos mais sistematizados sobre a cultura”, relata Nascimento Filho.
Atroch explica que no início do programa de melhoramento deu-se prioridade ao desenvolvimento de variedades clonais, dada a necessidade de lançar materiais resistentes à antracnose. “Naquela época, enfrentávamos uma intensa queda na produção e na produtividade dos guaranazais do Amazonas. Havia urgência em se disponibilizar materiais genéticos com alta produtividade e resistência à antracnose, o que levou a Embrapa a focar em materiais clonais”, ressalta. Uma vez selecionados, seguiam para ensaios em rede e validação em unidades de observação com um menor tempo para lançamento de materiais superiores, do que se fosse num programa de melhoramento populacional via progênies (sementes).
Com o sucesso das avaliações em campo, a partir de 1999 começaram a ser lançadas cultivares clonais comerciais. Entretanto, a adoção desses materiais exige infraestrutura de viveiro com condições controladas que possuem alto custo de implantação. “Apenas as cultivares BRS Maués e BRS Amazonas foram relativamente adotadas, hoje compreendendo cerca de 30% da área plantada no estado”, afirma.
A partir dos anos 2000, a equipe de melhoristas da Embrapa Amazônia Ocidental iniciou um programa de melhoramento genético para desenvolvimento de cultivares reproduzidas por sementes, que gerou diversos materiais promissores para lançamento. A primeira é a BRS Noçoquém, que já está registrada e protegida no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Além da BRS Noçoquém, estão em fase de desenvolvimento outras cultivares com essas características com previsão para serem disponibilizadas nos próximos anos.
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