Caio Carvalho retorna à presidência da ABAG em 2022
A partir de janeiro de 2022, a ABAG contará com uma nova diretoria e passará a ser presidida por Caio Carvalho, que já havia comandado a associação entre 2012 e 2018
O greening ainda é uma doença sem cura, por isso estratégias preventivas de manejo são essenciais e eficientes no combate à doença, reduzindo sua disseminação, progresso e danos.
Dois estudos recentes realizados por pesquisadores dos Estados Unidos demonstraram que o controle preventivo também é mais vantajoso economicamente que os custos envolvidos para a remissão de sintomas ou tentativa de cura e manutenção da produção quando se convive com a doença.
A expressiva presença do greening nos pomares, especialmente no estado da Flórida, onde estima-se que 90% dos pomares tenham a doença, aumenta os custos de produção, levando muitos citricultores a descontinuar algumas das estratégias de controle propostas. Com o objetivo de obter uma ampla adoção por parte dos produtores, as pesquisas avaliaram a viabilidade econômica dos principais métodos de manejo utilizados para mitigar o efeito do greening na citricultura.
A pesquisa conduzida na Flórida avaliou o manejo do greening por meio do uso de antibióticos, inseticidas, nutrição foliar, termoterapia e controle biológico com Tamarixia radiata em relação aos efeitos na produção e qualidade dos frutos, comparando o custo-benefício de cada um.
Os cálculos consideraram a safra 2016-17 como linha de base, por ser o ano mais recente sem eventos climáticos extremos (furacões), com o rendimento médio por árvore de 1,37 caixas, e preço na árvore de US$ 11,82 por caixa.
Comparando os custos e o lucro obtidos, a aplicação preventiva de inseticida foi o método que se mostrou mais vantajoso – “inseticidas de amplo espectro fornecem a única estratégia econômica para mitigar o impacto da doença”, explicam os autores da pesquisa.
Com essas informações, é possível agir contra o greening de forma mais assertiva. E em “regiões de cultivo de citros onde a propagação da doença é incipiente podem usar as lições aprendidas na Flórida e serem mais eficazes em lidar com HLB para evitar um resultado semelhante”, completam.
Consulte a pesquisa completa: https://doi.org/10.22004/ag.econ.313310
A pesquisa conduzida no Texas, que é a segunda região com maior incidência de greening nos Estados Unidos, avaliou pomares de pomelos jovens (5 anos) e adultos (25 anos), em diferentes cenários simulados: 1) sem a doença; 2) com a doença e sem controle; e 3) com a doença e com controle regional interno e externo.
A metodologia utilizada analisou a viabilidade econômica das estratégias de controle regional – interno e externo, baseado na erradicação de plantas e controle do inseto vetor – em relação à incidência e gravidade da doença, perda de rendimento, efeito dos esforços de mitigação e resultados econômicos.
Os resultados mostraram efeitos negativos da doença em todas as situações e a severidade foi maior no pomar jovem do que no adulto.
Foi observado que, no pomar jovem, quando nenhuma ação de controle foi realizada, a incidência da greening progride em um ritmo mais rápido, atingindo 100% das plantas sete anos depois da primeira incidência. Por outro lado, quando as estratégias de controle são adotadas, a doença atinge 100% das plantas 25 anos depois da incidência inicial.
Portanto, a adoção de um conjunto de medidas para o controle preventivo da doença mostrou-se fundamental para reduzir seu impacto na citricultura. “Com base nos cenários de produção, mercado e epidemiologia do greening considerados, a adoção de uma estratégia efetiva de controle do psilídeo em toda a área foi preferida em vez da alternativa sem controle”, concluem os autores da pesquisa.
Consulte a pesquisa completa: https://doi.org/10.22004/ag.econ.313310
O combate ao greening é pautado em duas estratégias de prevenção para que novas laranjeiras não fiquem doentes: a proteção das plantas contra o inseto vetor (controle do psilídeo) e a eliminação de fontes de inóculo (plantas doentes). Essas ações devem ser realizadas tanto dentro como ao redor da propriedade.
O pesquisador do Fundecitrus Renato Bassanezi explica que as duas estratégias precisam ser adotadas em todas as áreas em que a doença está presente. “A recomendação é que essas ações sejam feitas em conjunto e de forma regional, com a participação ativa de todos os citricultores da região, com foco também nos resultados de longo prazo”, completa.
Quando isso não ocorre, os pomares ficam expostos aos psilídeos infectivos criados em fontes de inóculo internas e externas à propriedade. Por conta disso, “e também pelos resultados das estratégias de manejo não serem facilmente e rapidamente percebidos, muitas vezes, o citricultor acredita que os métodos não estão sendo eficientes e procuram medidas alternativas de controle, bem como a cura para a planta doente – o que ainda não foi comprovado cientificamente”, destaca Bassanezi. A Flórida, que optou pela não erradicação de plantas doentes e pela busca de uma cura, teve queda de produção de 150 milhões de caixas, em 2004, para 47 milhões, na safra atual.
Com base nessas pesquisas mencionadas e em diversas outras, a importância do manejo preventivo e regional é destacada. Quando vizinhos adotam padrões rigorosos de manejo, é possível aumentar a eficiência de controle da doença. “Portanto, cooperação entre os produtores vizinhos para o controle do psilídeo, por exemplo, por meio de um programa de pulverização conjunto na região não só pode ser mais eficaz, mas também contribui para diminuir custos adicionais”, afirmam os autores da pesquisa conduzida na Flórida.
No Brasil, no cinturão citrícola, as ações externas de controle biológico com a liberação de Tamarixia radiata e a substituição de plantas atrativas ao psilídeo em áreas urbanas têm auxiliado os citricultores, assim como o Alerta Fitossanitário do Fundecitrus, maior sistema de monitoramento do psilídeo do mundo - saiba mais sobre a ferramenta: https://www.fundecitrus.com.br/alerta-fitossanitario.
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