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O bom momento experimentado pela cafeicultura brasileira ainda não é suficiente para acabar de vez com as preocupações do setor. Contingenciamento de recursos para revitalizar a atividade, problemas de infra-estrutura e de segurança jurídica, sobretudo relativos à legislação ambiental, são alguns maiores problemas do cafeicultor brasileiro, e baiano, que o presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes Araujo, salientou em seu discurso de abertura no 12º Agrocafé, que está realizado de segunda-feira (21) até quarta-feira (23) no Hotel Bahia Othon Palace, em Salvador.
De acordo com o presidente da Assocafé, a competitividade do produtor brasileiro chegou ao limite, e a produção não cresceu para atender o aumento de consumo per capta no país, que bate o recorde dos últimos 45 anos, com 4,81 kg/pessoa ao ano, o maior desde 1965.
“Neste ritmo, seremos, em 2012, os maiores consumidores do mundo. Seremos, portanto, os maiores produtores, exportadores e consumidores. A procura está tão grande também lá fora, que exportamos, nos últimos 12 meses, 33,7 milhões de sacas, reduzindo o estoque interno a níveis de risco”, afirma João Lopes Araujo.
A situação já era prevista, segundo Araujo, porque a competitividade brasileira era aparente, mas não compensava o produtor. “Conseguíamos vender, com preço cada vez menor, mas, por falta de renda, não pagávamos nossos financiamentos, nem dávamos os tratos culturais adequados às lavouras”, relembrou.
Os preços compensadores registrados atualmente, de cerca de U$300 a saca, contra U$50 registrados nos piores momentos, não foram aproveitados por grande parte dos produtores. “Muitos, quando o preço alcançou o nível atual, já não tinham o que vender. O preço só subiu por falta de café no mercado e foi além do esperado”, disse.
Investir na recuperação deve ser, na opinião do presidente da Assocafé, uma prioridade. Ele afirma que na Bahia está em curso um programa para recuperação das lavouras degradadas e também visando o aumento do parque cafeeiro, principalmente no Sul e no Oeste, onde as condições são propicias.
“Queremos neste momento solicitar ao secretário Eduardo Salles, a inclusão neste pacote de providências, um diagnóstico do nosso parque cafeeiro. O último foi realizado no ano 2000 pela Assocafé com apoio da Seagri, portanto, já está completamente defasado”, pleiteou.
Catarina Guedes
Imprensa Agrocafé
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