Praga invasora ameaça algodão na Geórgia

Amrasca biguttula espalha-se pelo cinturão algodoeiro e compromete produtividade

01.09.2025 | 08:26 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Emily Cabrera
<i>Amrasca biguttula</i> - Justin Odom / UGA
Amrasca biguttula - Justin Odom / UGA

Uma nova praga coloca em risco a produção de algodão na Geórgia, nos Estados Unidos. O inseto Amrasca biguttula, conhecido como cigarrinha-do-algodão, foi detectado pela primeira vez no estado em julho de 2025, no condado de Seminole. Desde então, espalhou-se rapidamente pelo cinturão algodoeiro da região.

A praga suga a seiva das folhas e injeta toxinas que provocam amarelamento, curvatura e morte dos tecidos. Esse dano reduz a fotossíntese, prejudica o desenvolvimento dos capulhos e afeta diretamente o rendimento e a qualidade da fibra.

O comissário de Agricultura da Geórgia, Tyler J. Harper, pediu que os produtores fiquem atentos aos sintomas da infestação e acionem os escritórios locais da extensão rural caso identifiquem o inseto. Segundo Harper, o Departamento de Agricultura da Geórgia (GDA) atua em parceria com o Serviço de Extensão da Universidade da Geórgia (UGA) e a Comissão do Algodão do estado para buscar estratégias de manejo.

O momento agrava o cenário. Os produtores já enfrentam margens apertadas, preços baixos. A chegada da cigarrinha representa novos custos com inseticidas e incertezas no controle -- pois ainda não há recomendações consolidadas para as condições locais.

<i>Amrasca biguttula</i> - Foto: Hunt Sanders / UGA
Amrasca biguttula - Foto: Hunt Sanders / UGA

Especialistas da UGA conduzem testes de campo para avaliar a eficácia de diferentes produtos e definir limiares de ação. Os resultados preliminares devem orientar práticas integradas com o controle de outras pragas já comuns, como percevejos, mosca-brancas e bicudo.

Para o coordenador da Extensão Rural em Colquitt County, Jeremy Kichler, a praga surpreendeu os produtores e deve causar perdas em algumas áreas. Ele explica que a redução da área foliar limita a produção de energia da planta, o que compromete o enchimento dos capulhos e a qualidade da fibra.

Acredita-se que Amrasca biguttula, originário do subcontinente indiano, tenha alcançado a América por eventos climáticos extremos. O inseto chegou à Flórida antes de cruzar a fronteira com a Geórgia. A rápida dispersão acendeu o alerta entre técnicos e agricultores.

* * *

Classificação taxonômica de Amrasca biguttula (Ishida, 1913):

Reino: Animalia

Filo: Arthropoda

Classe: Insecta

Ordem: Hemiptera

Família: Cicadellidae

Subfamília: Typhlocybinae

Gênero: Amrasca

Espécie: Amrasca biguttula

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