Centro-Sul ganha duas variedades de mandioca de uso industrial
BRS Ocauçu e BRS Boitatá têm alto teor de amido em relação às variedades tradicionais, agregando valor a produtores e indústria
A última semana de junho foi marcada por eventos climáticos intensos no Paraná, com a ocorrência de chuvas volumosas e geadas que afetaram de formas diversas as principais culturas agrícolas do estado. O cenário, descrito no Boletim de Condições de Tempo e Cultivo do Departamento de Economia Rural (Deral) desta terça-feira (1º), aponta desde benefícios para lavouras de inverno até prejuízos em cultivos sensíveis, especialmente as hortaliças.
No milho 2ª safra, as geadas já provocam perdas, principalmente nas lavouras semeadas fora da janela ideal. As plantas mais jovens, com grãos ainda em formação, foram as mais atingidas, especialmente em áreas de baixada. Parte dessas áreas deverá ser redirecionada para a produção de silagem.
Já a colheita do café avançou lentamente, prejudicada tanto pelas chuvas quanto pelas geadas. No Norte Pioneiro, foram registrados danos leves nas folhas e geadas do tipo “capote”, que atingiram as partes superiores das plantas, o que pode comprometer a produtividade da próxima safra. A umidade também reduziu a qualidade dos grãos ao atrasar o ponto ideal de colheita.
As lavouras de trigo encontram-se em diferentes estágios de desenvolvimento. As que já passaram da fase de emborrachamento correm maior risco de danos. Em contrapartida, nas áreas onde o trigo ainda está em fase inicial, o frio favoreceu o perfilhamento e ajudou no controle de pragas.
A cultura da aveia também apresentou comportamento variado: onde a lavoura estava mais adiantada, em fase de floração ou reprodução, as geadas causaram perdas. Já nas áreas menos desenvolvidas, as chuvas recentes foram benéficas, embora tenha havido registros de erosão. Ainda assim, são esperadas perdas expressivas, mesmo com parte da produção sendo destinada à cobertura do solo.
O plantio da cevada, por sua vez, foi favorecido pelas chuvas. As lavouras estão em fase inicial de desenvolvimento, com possibilidade de recuperação, caso tenham sido atingidas pelas geadas.
As hortaliças e folhosas foram as culturas mais afetadas pelas geadas em praticamente todas as regiões do Paraná. Mesmo com medidas preventivas adotadas pelos horticultores, como escalonamento, redução no plantio de espécies mais sensíveis e uso de coberturas do tipo TNT, os danos foram generalizados, principalmente em cultivos a céu aberto.
Alface, brócolis e outras folhosas tiveram perdas parciais ou totais. Em regiões mais frias, até estufas e produções hidropônicas foram prejudicadas, inclusive o cultivo de tomate. Já há reflexos na oferta, qualidade e preços dos produtos em feiras e mercados.
A banana foi uma das frutas tropicais mais prejudicadas, com perdas significativas no Sudoeste do estado, mesmo em áreas próximas a rios - geralmente menos afetadas. No entanto, no Litoral, principal região produtora da fruta, não houve registro de geadas. Também há relatos de danos em mamoeiros no Sudoeste e na produção de goiaba em Jacarezinho, ainda sob avaliação.
A produção de fumo (2ª safra), presente em algumas regiões como prática consolidada, registrou perdas totais em diversas lavouras atingidas por geadas. Apesar da gravidade local, a representatividade estadual dessas áreas é baixa.
Em Curitiba, a produção de camomila sofreu perdas em áreas que estavam prontas para a colheita, apesar do monitoramento constante dos produtores às previsões meteorológicas. Também foram relatados danos pontuais em canaviais, ainda sem dimensionamento do impacto total.
A colheita da mandioca segue em andamento, com expectativa de aumento na área plantada devido à migração de produtores de soja. Na cebola, as baixas temperaturas e chuvas atrasaram o transplante das mudas para as lavouras definitivas, e os produtores aguardam melhora do tempo.
Já a colheita do feijão 2ª safra avançou, mas a produtividade ficou abaixo do esperado, por conta da estiagem no início do ciclo e da perda de qualidade causada pela umidade recente.
As pastagens foram atingidas em todas as regiões do estado, inclusive nas mais quentes, com perda significativa de massa verde. Pastagens de inverno mais adiantadas também foram afetadas. O impacto deve se refletir na alimentação animal nas próximas semanas.
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