Pólo Rural alerta para foco de Ferrugem Asiática em soja voluntária no Rio Grande do Sul

23.08.2013 | 20:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa

Embora a região central do Rio Grande do Sul já tenha presenciado temperaturas negativas no decorrer do inverno, temos observado com pouca frequência a formação de geada, bem como sua intensidade. Tais condições meteorológicas estão permitindo a sobrevivência das plantas de soja “tigueras” ou voluntárias em meio às lavouras dos cereais de inverno, onde os Fitotecnistas Rudinei Balem e Marília Boff Oliveira da empresa de Assessoria Agrícola Pólo Rural identificaram no município de Julio de Castilhos-RS, protuberâncias (urédias) na página inferior das folhas referente à esporulação do fungo Phakopsora pachyrhizi causador da Ferrugem Asiática nessa espécie. A ocorrência das horas de molhamento (mínimo 6 horas) e temperaturas entre 15 a 25 ºC nos períodos de “veranicos” sustentam o patógeno no ambiente, mesmo com metabolismo reduzido.

A preocupação com a sobrevivência da soja nesta estação do ano seguramente está aliada, entre outros, aos seguintes fatores: (a) conforme o Consórcio Anti-ferrugem o Rio Grande do Sul registrou 115 focos de Ferrugem Asiática contabilizados na safra 2012-2013; (b) os grãos provenientes das perdas das colheitas precoces germinaram logo em seguida, pois ocorreram precipitações no final do verão, garantindo a emergência e desenvolvimento das plantas; (c) tivemos assim plantas mais desenvolvidas e “tolerantes” a temperaturas baixas no outono, sendo inoculadas com a doença presente nas lavouras de soja tardias; (d) áreas semeadas com soja resistente ao grupo químico das Sulfoniluréias, não sofreram ação destes herbicidas comumente utilizados no manejo de inverno; (e) também no mês de março incidiram dias com temperaturas amenas, estimulando a germinação antecipada do azevém, acobertando posteriormente as plantas de soja das condições ambientais adversas.

Orientamos aos produtores e técnicos que monitorem suas áreas, pois em locais mais abrigados a geada formada será insignificante para eliminar a soja voluntária, necessitando de outros métodos de controle como o químico (consultar herbicidas específicos) ou mecânico para extinguir a presença do hospedeiro para a ferrugem no ambiente, caso contrário a doença poderá se manifestar mais cedo na próxima safra.

Salientamos ainda, que os fungicidas aplicados para o manejo das doenças nos cereais de inverno, nem sempre contribuirão como controle efetivo sobre a ferrugem da soja, devido o efeito guarda-chuva desenvolvido pelas gramíneas, dificultando a deposição uniforme da calda de aplicação no tecido foliar colonizado, podendo inclusive induzir o surgimento de uma nova raça resistente do fungo a determinados grupos químicos de fungicidas.

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