Plano Safra vai contar com R$ 10 bilhões de subvenção ao crédito

Valor é o mesmo do ano passado. Anúncio oficial ocorre nesta terça (18/06) em cerimônia no Palácio do Planalto

17.06.2019 | 20:59 (UTC -3)
Cultivar com informações do Mapa

Em evento na Associação Comercial de São Paulo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, afirmou que o Plano Safra 2019/2020 vai contar com R$ 10 bilhões para subvenção ao crédito rural. O anúncio oficial dos recursos será realizado nesta terça-feira (18/06), em cerimônia no Palácio do Planalto. A ministra explicou que, como a verba total  não aumentou em relação ao ano passado, o Ministério vai distribuir os valores de forma a atender um número maior de produtores, mas sem discriminar os grandes do setor.

Tereza Cristina também informou que o Plano vai dar prioridade aos pequenos e médios agricultores. “Vamos privilegiar, ou focar mais, no número maior de produtores para pegar os recursos do Plano Safra. Não é que vamos discriminar os maiores, para eles teremos outras opções, para que também tenham recursos mais baratos e mais compatíveis com a nossa atividade agropecuária. Mas vamos fazer com que os pequenos e os médios tenham mais acesso ao crédito, o que eles nem sempre tiveram”, explicou.

Recebida pelo presidente em exercício da Associação Comercial, Roberto Mateus Ordine, a ministra proferiu a palestra “A importância do agronegócio no Brasil”, e depois respondeu perguntas dos empresários ligados à Associação Comercial. Sobre o Plano Safra, a ministra explicou como será a ampliação das fontes de financiamento para o agronegócio, inclusive com aumento de recursos das LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) para o crédito rural e a autorização para emissão de títulos no exterior. “Esse é o caminho numa economia liberal”, pontou a ministra.

Tereza Cristina também confirmou o aumento do valor destinado ao seguro rural para R$ 1 bilhão, como já tinha sido anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro, e fez um apelo para que os bancos reduzem os spreads nos empréstimos ao setor rural, após o aumento das coberturas de seguro e a redução dos riscos embutidos nos financiamentos. 

Ela ainda falou de sua viagem à Europa na próxima semana, para participar de reunião de ministros em Bruxelas sobre o acordo comercial União Europeia-Mercosul, que está em fase final de discussão. “Há alguns temas caros para a agricultura brasileira que ainda não conseguimos fechar por completo, e é isso que estará em discussão em Bruxelas”, disse. Ela também se queixou do que chamou de campanha difamatória na Europa contra a agropecuária brasileira.

“Já estamos trabalhando para mostrar a qualidade do produto brasileiro, para os brasileiros e para aqueles que importam os nossos produtos, que são mais de 162 países”, disse.

Na palestra, a ministra destacou o problema do tabelamento do frete rodoviário, que ainda persiste. Ela disse esperar que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), “tenham bom senso” ao decidir sobre a matéria e derrubem o tabelamento. “Não tem cabimento, numa economia de mercado, termos um tabelamento”, criticou Tereza Cristina, que lamentou também o contingenciamento de recursos para a área de defesa agropecuária e sanidade animal, diante dos riscos para a produção brasileira e para a exportações.

Ao responder as perguntas dos empresários, a ministra defendeu que o Mercosul tem de ser revisto e modernizado. Para ela, o Brasil precisa liderar este movimento, se não talvez seja melhor deixar o bloco. Ela também fez uma enfática defesa do sistema de autocontrole, no qual os empresários assumem maiores responsabilidades pelo controle sanitário de seus produtos, e destacou que já foram realizadas quatro reuniões do comitê responsável pela implantação do programa para que governo e empresários possam falar a mesma língua.

Tereza Cristina respondeu muitas outras perguntas, principalmente sobre problemas de logística e transporte, e também sobre a recente viagem a Japão, China, Indonésia e Vietnã. Ela defendeu a retomada dos investimentos japoneses em projetos de melhoria da infraestrutura brasileira de portos, ferrovias, rodovias e armazéns.

Participaram do evento  o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes, e o assessor especial do Mapa Danilo Forte. A ministra foi apresentada pelo senador Heráclito Fortes. O ex-senador Jorge Bornhausen estava à mesa, ao lado de deputados federais, estaduais e autoridades locais.   

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