Levantamento confirma previsões de crescimento na exportação de milho brasileiro

Com a quebra da produção nos EUA, a previsão é que os importadores mexicanos passem a importar do Brasil

14.06.2019 | 20:59 (UTC -3)
Debora Freira

As exportações de milho pelo Brasil podem bater recordes este ano motivadas por dois fatores: um atraso histórico no plantio de milho nos Estados Unidos, os maiores produtores e exportadores globais do cereal, e a alta produção brasileira no período, que pode chegar a 30 milhões de toneladas, segundo a Associação Nacional de Exportadores de Cereais, Anec.

Com base nesta expectativa, a Datamar, consultoria especializada na análise de comércio exterior via modal marítimo, realizou um levantamento por meio de sua ferramenta de inteligência DataLiner, capaz de acompanhar o desempenho das commodities e de que forma elas são impactadas pelo desempenho da economia.

FONTE: Datamar
FONTE: Datamar

De acordo com Andrew Lorimer, diretor da Datamar, a safra brasileira de milho deu um salto em relação a 2017 e 2018, tornando a exportação necessária para dar vazão ao volume produzido do cereal. Além disso, o percentual da área americana considerada ruim e muito ruim está mais elevado que o registrado em 2012, quando a quebra foi significativa nos Estados Unidos.

A última vez que o Brasil vendeu quantidades significativas de milho para os Estados Unidos foi durante uma seca em 2012 e 2013. As exportações brasileiras de milho para os Estados Unidos na época totalizaram 1,7 milhão de toneladas, segundo dados do governo.

Expectativas de produção histórica

Um dos fatores que contribuem para a elevada produtividade do milho é o clima chuvoso do Brasil. A Agroconsult divulgou, na última semana, um aumento em sua projeção de cerca de 2 milhões de toneladas, para 100,4 milhões de toneladas. Além do Brasil, outros países como Argentina e Ucrânia também estão com safras boas e deverão disputar os mercados que os EUA deixem eventualmente de atender. Hoje, contudo, o milho brasileiro está altamente competitivo.

Conforme noticiado no DatamarNews do dia 3 de junho, empresas como a Archer Daniels Midland, ADM, estão vendendo milho brasileiro para a Smithfield Foods nos Estados Unidos. A ADM opera mais de 270 fábricas em todo o mundo, onde grãos de cereais e plantas oleaginosas são transformadas em inúmeros produtos utilizados na alimentação, bebidas, indústrias e forragem animal. No Brasil, a empresa processa e vende soja, milho e produz alimentos para animais, além de biocombustíveis, produtos químicos e ingredientes especiais para a indústria.

Brasil vai exportar milho para o México

Com a quebra da produção de milho nos Estados Unidos, a previsão é que os importadores mexicanos, que normalmente compram esse cereal dos Estados Unidos, passem a importar do Brasil.

O México é o principal destino das exportações de milho dos EUA. Esta seria a primeira venda de exportação de milho do Brasil para o México desde uma carga de 33.000 toneladas em janeiro, de acordo com o Ministério da Agricultura do Brasil.

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