Levantamento sobre tendências em agricultura digital segue até 31 de maio
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“Sem aumentar a produtividade não há como ser sustentável no agronegócio”, afirmou Décio Gazzoni, membro-fundador do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), chefe-geral da área de soja em Londrina da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e diretor-técnico da unidade de Brasília, durante webinar promovido pelo CESB. A cada 1% de aumento no nível de produtividade de soja no Brasil, significa 1% a menos de desmatamentos e emissão de gases poluentes na atmosfera, afirma o pesquisador.
Segundo dados compilados pelo engenheiro agrônomo Ricardo Arioli, membro-efetivo do CESB e produtor rural, com base em informações da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) e do CESB, os níveis brasileiros de produtividade aumentam em 4,5% ao ano, desde 1960. “Tivemos um ganho de produtividade de 38,6 quilos de soja por hectare ao ano. Se não fosse por isso, nem estaríamos produzindo soja por aqui”, declara.
Arioli revela que em 1991 a produção de soja foi de 19 milhões de toneladas, passando para 122 milhões na safra 2018/2019. “Em 1990, o Brasil virou gente grande em soja no mundo”, afirma. Ele destaca os ganhos de produtividade alcançados nesse período, influenciados por pesquisas e ações efetivas do setor da oleaginosa, como o Desafio de Máxima Produtividade promovido pelo CESB desde 2009, que ajudaram para que os produtores se tornassem mais eficientes e também mais sustentáveis. Em 1991, o índice de produtividade era de 2.015 kg de soja por hectare, número que passou para 3.313 kg/ha em 2019. Dessa forma, foi possível ter uma economia de área utilizada para plantação de soja na ordem de 23,8 milhões de hectares.
Gazzoni destaca que a demanda por soja no mundo poderá chegar a 800 milhões de toneladas em 2050. Porém, vai depender da produtividade o tamanho da área que será necessária para atender o mercado. “A área de soja pode aumentar entre 22% e 56%, de acordo com a produtividade”, destaca.
Por isso, ele chama a atenção pelas boas práticas agrícolas, que permitem uma expansão na produção, mas sem a necessidade de desmatar novas áreas. “A tendência da exigência dos consumidores por sustentabilidade já está grande, mas acho que depois da pandemia isso vai aumentar ainda mais. A humanidade vai querer se proteger ainda mais, protegendo o meio ambiente. A cada 1% a mais de produtividade significa 1% a menos de desmatamento e 1% menos emissão de gases do efeito estufa. Sem aumentar produtividade não há como ser sustentável. E os números dos dez anos do Desafio estão aí para mostrar que isso é possível”, ressalta.
As informações foram passadas durante um webinar realizado na última quinta-feira, uma iniciativa do CESB em parceria com a Elevagro, que busca levar informações e debates que acrescentem aos trabalhos dos agricultores do Brasil todo. Durante o bate-papo, Gazzoni ainda destacou a importância de se preparar o solo e utilizar diferentes técnicas agrícolas, e até mesmo agropecuárias, para ajudar a aumentar o nível de produtividade das lavouras. “Temos diversas tecnologias hoje em dia, como a melhoria genética, fixação biológica, plantio direto. Se não fosse o plantio direto, o Brasil hoje seria um deserto. A integração de lavoura e pecuária, por exemplo, também nos permite sermos muito mais sustentáveis.”
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