Curso sobre aspectos físicos de fertilidade do solo na integração lavoura-pecuária
O pesquisador Itamar Soares de Melo, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/SP), participou da 27ª Operação Antártica, de 15 de dezembro de 2008 a 20 de janeiro de 2009. Ele coletou amostras de diversos ambientes para isolamento e caracterização da biodiversidade de bactérias tolerantes a baixa temperatura para o projeto coordenado pela professora Vivian Pellizari, do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (USP), patrocinado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que estuda microrganismos de ambiente terrestre e marinho desse Continente.
O pesquisador explica porque é importante estudar as bactérias fixadoras de nitrogênio gasoso - N2 e radiação ultra-violeta – UV-B nesse ambiente. “A radiação UV-B tem sido mais intensa na Antártica, onde o buraco da camada de ozônio tem perdurado por mais tempo. Os efeitos dessa radiação são mais danosos aos microrganismos, nos quais afeta diretamente o DNA, causando mutações”.
Além do estudo dessas bactérias pigmentadas associadas às plantas da Antártica (Deschampsia e Colobanthus) quanto a sua sensibilidade a UV-B, o projeto irá verificar se a radiação afeta as plantas e os microrganismos e seu impacto ambiental e, com o aumento da radiação, qual seria o possível dano àquele ambiente, principalmente às plantas .
Com relação às bactérias fixadoras de nitrogênio, enfatiza o pesquisador, o projeto analisa a diversidade de bactérias endofíticas e também aquelas presentes no solo capazes de fixar o nitrogênio nas plantas e os mecanismos de adaptação a baixas temperaturas.
O esperado com essas pesquisas é ter um diagnostico da biodiversidade de bactérias de diversos ecossistemas, como também suas atividades funcionais, com o propósito de descoberta de substâncias biologicamente ativas, compostos ou metabólitos secundários com potencial biotecnológico e também com propriedades medicinais.
Sobre o imenso Continente, de 14 milhões de km2, com 90% de gelo e 80% da água doce do mundo, o pesquisador se emociona ao dizer que “apesar de inóspito, há muita diversidade biológica, grande parte a ser descoberta e o mais importante, o compromisso de preservá-lo”.
Cristina Tordin
Embrapa Meio Ambiente
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