Pesquisador alerta para o avanço na degradação dos solos

​Metade dos solos agricultáveis no planeta está degradada, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)

28.11.2017 | 21:59 (UTC -3)
Fernando Sinimbu​

Metade dos solos agricultáveis no planeta está degradada, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).  O custo com fertilizantes todo ano para repor os nutrientes perdidos com a erosão dos solos é estimado entre 110 a 200 bilhões de dólares. A revelação foi feita na manhã desta segunda-feira 27, pelo pesquisador Luiz Fernando Leite, chefe geral da Embrapa Meio-Norte, na conferência de abertura da IV Reunião Nordestina de Ciência do Solo (IVRNCS), em Teresina.

Quatro grandes desafios a serem vencidos pela ciência, foram os eixos da conferência: aumento da demanda e mudanças no padrão de consumo; desperdício de 30 % dos alimentos produzidos; falta de novas áreas agricultáveis; e pressão sobre os recursos naturais. Do total de  30% dos alimentos desperdiçados, segundo o cientista, 50% das perdas acontecem no manuseio, 10% no próprio campo, 30% nas centrais de abastecimentos e 10% nos supermercados.

Ele alertou que até 2050 a previsão de demanda por alimentos aumentará em até 70% em todo o mundo e 100% nos países em desenvolvimento. Mas o pesquisador falou também com otimismo, destacando que os alimentos saudáveis cresceram em 870% nos últimos 10 anos. “O consumo de frutas, verduras e legumes entre os brasileiros cresceu em torno de 60%”, destacou Leite, lembrando que a qualidade e quantidade de alimentos dependem da saúde do solo.

Com o sequestro de carbono, segundo o cientista, que é especialista na área, de 24 a 40 milhões de toneladas de grãos adicionais podem ser produzidas em países em desenvolvimento, como o Brasil. O   tema da conferência, que durou cerca de 40 minutos, foi Solos Inteligentes: um complexo desafio para segurança alimentar e saúde humana.

Ainda nesta segunda-feira 27 foi apresentada a conferência Políticas públicas para conservação do solo e da água, por Alonso Lamas,  fiscal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Piauí; e a mesa redonda Histórico e conservação do solo para os sistemas agropecuários do Nordeste brasileiro. À tarde, aconteceu a entrega do Prêmio Nordeste de Ciência do Solo e a apresentação de trabalhos, de forma oral e em pôsteres.

O evento prossegue nesta terça-feira 28, pela manhã e à tarde, com dois seminários e a mesa redonda Ciência do solo para a agricultura em região de fronteira agrícola no Nordeste. Com o tema Uso Sustentável do Solo para Segurança Alimentar No Nordeste Brasileiro, a reunião vai até o dia 30 deste mês, no Blue Tree Towers Rio Poty Hotel.

A IVRNCS (https://www.embrapa.br/meio-norte/rncs) é uma realização da Embrapa Meio-Norte, universidades Federal e Estadual do Piauí, Instituto Federal de Educação do Piauí e Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (Núcleo Regional do Nordeste). O evento tem o apoio do Governo do Piauí, CNPq, CAPES, Aprosoja, Terra Brasileira, Banco do Nordeste e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí ( FAPEPI).


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