Embrapa Cocais, UEMA e Senar realizam dia de campo sobre cultura do arroz
Espera-se que o dia de campo contribua para a formação de estudantes de agronomia e para a popularização da ciência no meio urbano e rural
Entre os dias 14 a 16 de maio a Embrapa Clima Temperado participou da Expoarroz Tech 2019 ao contribuir com palestras em debates técnicos. O evento promoveu a integração entre os elos da cadeia produtiva do arroz, tendo como foco a discussão de assuntos pertinentes ao setor de exportação e comercialização. O evento aconteceu no Centro de Eventos Fenadoce, em Pelotas/RS. As palestras do fórum tiveram o objetivo de discutir a agregação de valor, uma aconteceu no primeiro dia do evento e discutiu a Identificação varietal na classificação do arroz beneficiado: Agregação de valor, a outra no último dia do evento abordou Brasil Certificado - agregação de valor à exportação do arroz.
O objetivo deste painel foi discutir a criação de uma normativa de classificação aos grãos de arroz premium ou nobres. Estes são denominados assim por possuírem melhor qualidade, tanto no beneficiamento como no consumo, além disso, eles se encaixam na preferência do brasileiro que é por um arroz longo fino, de fácil cocção, e que fique macio e solto após o cozimento.
“A identificação varietal, quer dizer que, a embalagem irá apresentar o nome da variedade do arroz, justamente para valorizar essas que são nobres, para quando o consumidor chegar na gôndola do supermercado não ver tudo misturado, como acontece hoje, em que todas as variedades são misturadas desde a colheita até o processamento, e assim, não se sabe quais as variedades que estão dentro do pacote. Queremos evoluir na cadeia do arroz com esse objetivo, visando valorizar todos os segmentos envolvidos, sendo produtor, indústria e mercado”, explica o pesquisador Ariano Magalhães.
Durante o painel, o pesquisador apresentou como acontece o melhoramento genético que resulta nas variedades consideradas premium ou nobres. "Para se obter grãos com essa qualidade é necessário que as cultivares possuam essas características, pois elas não as alcançam através do manejo", considerou Magalhães. Após, a auditora fiscal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fátima Parizi apresentou as normativas que regem a classificação do arroz atualmente e salientou que a cadeia do arroz é uma das mais organizadas em questão de qualidade e classificação.
O último painel com participação da Embrapa contou com a presença da pesquisadora Maria Laura Turino Mattos, que falou sobre a certificação oficial para os produtos brasileiros, que é o programa Brasil Certificado. Através, desta marca os produtos brasileiros das cadeias que aderem a este programa recebem ao praticar todas as boas práticas agrícolas, as boas práticas de fabricação, que passam a ser auditadas, e a partir daí, uma certificadora acreditada pelo Inmetro, irá certificar os produtos. "Depois de 2016, quando saiu a regulamentação normativa da Produção Integrada do Arroz (PIA), estamos trabalhando para sensibilizar produtores e indústria a adotar este programa, já que o Brasil vive um momento especial de mercados externos abertos, como o caso de conquista pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa), do mercado do México para exportação do arroz do Rio Grande do Sul", lembrou Mattos.
Segundo a pesquisadora os demais países também exigem certificações fitossanitárias e ambientais. "Eles também colocam barreiras. Se o arroz brasileiro estiver integrado ao programa Brasil Certificado oficialmente, respaldado pelo Mapa, e as acreditadoras certificadas pelo Inmetro, nós vamos ter mais facilidades e vamos conquistar outros mercados para o arroz gaúcho", defendeu Mattos. Maria Laura Mattos disse que a realidade é de exportação do arroz brasileiro e que hoje a cadeia produtiva tem condições de aderir a PIA. "Tem condições de se certificar, a indústria também, e conquistar mais países da comunidade europeia, que exige essas certificações oficiais de governos", ponderou Mattos.
Para a pesquisadora Maria Laura Mattos um das dificuldades a serem vencidas é o reconhecimento da necessidade de precaução de problemas futuros pelos produtores e indústria ao adotarem as práticas do programa Brasil Certificado. "Eles se prepararam e já estão preparados para a conquista de novos mercados. O desafio é somente aderir. Essa adesão é voluntária. Eles estão prontos. A maior parte dos requisitos já estão sendo praticados pela produção e pela industrialização. Só haverá benefícios, principalmente, para os consumidores", destacou Mattos.
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