Participantes voltam ao Brasil satisfeitos com o Beef Tour 2011, realizado nos EUA

08.11.2011 | 21:59 (UTC -3)
Giovana Carnaval; Rodrigo Paniago

Entre os dias 22 e 30 de outubro aconteceu o Beef Tour 2011, a viagem técnica aos EUA promovida pela Boviplan, que este ano visitou os Estados do Texas, Oklahoma e Kansas. A viagem contou com a participação do Engenheiro Agrônomo Antony Sewell, sócio e consultor da Boviplan, que foi o responsável pela orientação técnica aos participantes da viagem. O Beef Tour proporcionou aos integrantes do grupo a oportunidade de conhecer grandes confinamentos, frigoríficos, leilões e centros de pesquisa, além de toda a cadeia produtiva da pecuária de corte norte-americana. Com isso, puderam conhecer o sistema de produção animal como um todo, desde a cria até o abate e o processamento dos produtos cárneos e seus derivados.

Os participantes do Beef Tour, ao longo das visitas técnicas, perceberam aspectos positivos na produção animal dos EUA quanto ao processo de abate, padronização dos animais, acabamento, rendimento de carcaças e bem-estar animal. Durante as visitas, diversos itens que caracterizam a qualidade dos processos de produção foram observados; dentre estes, os que mais chamaram a atenção dos participantes foram os bons índices zootécnicos alcançados pelos produtores norte-americanos em suas propriedades.

Ganhos diários de 1,8 kg/animal.dia são normais, obtidos com a adesão às técnicas de melhoramento genético e cruzamento entre raças. Nos EUA, 98% do gado são alimentados com ionóforos, agindo como antibióticos que melhoram o desempenho animal, resultando numa maior retenção de energia durante a digestão ruminal. Implantes anabólicos também são integrados às práticas de manejo na fase de terminação, na produção de gado de corte, cuja função é melhorar o desempenho dos animais e aumentar o rendimento de carcaça de 64% (até 1,5% a mais), obtendo animais de 23 arrobas (Texas Tech University). Foram verificadas taxas de prenhez de 92% e taxa de desmama de 82 a 84%, parâmetros estes muito importantes para determinar o lucro ou o prejuízo do sistema de cria.

Os animais são abatidos com 600 kg em média. Uma das razões que promovem o aumento no rendimento de carcaça é a forma como é feita a retirada do couro no frigorífico. Diferente do que ocorre no Brasil, a retirada é feita de baixo para cima: desta forma, muito mais gordura permanece na carcaça. As carcaças são bem gordas e padronizadas. Com isso, os frigoríficos pagam ao produtor um prêmio de até 15%, devido à qualidade da carcaça.

Moysés Parra, cliente da Boviplan e proprietário da Fazenda Americana, participou do Beef Tour e ficou muito satisfeito com o seu investimento. “Gostei muito da viagem, achei muito técnica, com boa organização, sendo que pudemos tirar várias dúvidas. A Boviplan está de parabéns. Percebi uma grande preocupação com a qualidade, rastreabilidade e maciez da carne. Isso está levando os americanos a realizarem mais pesquisas. Desta forma, seria interessante que houvesse um maior intercâmbio entre as universidades brasileiras e as dos EUA. Outra coisa que me impressionou bastante foi a forte seca que ocorreu nos estados americanos, causando uma queda na produção de soja, algodão e milho, como também, um aumento de 50% na quantidade de animais abatidos antes da hora.”

Outra dificuldade dos produtores norte-americanos que chamou a atenção dos participantes foi a aquisição de milho para alimentação animal, de longe o principal item da dieta dos confinamentos daquele país, além dos tipos de acordos firmados entre produtores e frigoríficos, e até as oscilações da economia no país.

A Boviplan organiza viagens técnicas como esta, pois considera muito importante mostrar aos produtores nacionais os aspectos técnicos e econômicos relacionados aos sistemas de produção de outros países e, por conseguinte, dar subsídios para que possam estabelecer um paralelo com o seu próprio sistema de produção aqui no Brasil. Observar de perto a atividade pecuária realizada em outros países pode abrir a visão do produtor para opções de manejo ou comercialização que muitas vezes podem se tornar interessantes à sua própria produção ou, ainda, verificar que a nossa pecuária está no mesmo nível daquelas de países mais desenvolvidos.

Essa viagem foi realizada contando com a parceria da Agritours Brasil.

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