Para Unica, inauguração de termelétricas ilustra progresso do setor

27.09.2010 | 20:59 (UTC -3)

A inauguração simultânea de oito usinas termelétricas movidas a biomassa de cana-de-açúcar demonstra o avanço do setor sucroenergético brasileiro nos últimos oito anos e dá destaque a uma solução energética que precisa ser incentivada para avançar nos próximos anos. A opinião é do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, manifestada durante a solenidade de inauguração das usinas nesta segunda-feira, em evento que teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Barra Bioenergia, unidade do Grupo Cosan em Barra Bonita/SP.

 

“As oito centrais inauguradas hoje produzem quase 130 MW médios, energia capaz de suprir 600 mil residências por um ano. Mas nosso potencial é muito maior. Hoje, somente 22% das usinas do setor exportam para a rede elétrica. Até 2020, podemos atingir mais de dez vezes mais do que isso, chegando a 13.000 MW médios, ou quase três vezes a geração da Usina de Belo Monte,” afirmou Jank.

 

O executivo da Unica explicou que além de limpa e renovável, a bioeletricidade produzida por usinas de açúcar e etanol a partir do bagaço de cana é altamente complementar à hidroeletricidade, pois é oferecida no período mais seco do ano, quando os reservatórios atingem níveis mais baixos. Isto aumenta substancialmente a segurança do sistema elétrico nacional.

 

Dirgindo-se ao Presidente da República, Jank fez uma reflexão sobre as diferenças profundas entre o setor “sucroacooleiro” que existia quando Lula tomou posse em 2003 e o setor “sucroenergético” de hoje, nomenclatura adotada nos últimos anos: em 2002 eram 320 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, contra 640 milhões na atual safra. A produção de açúcar no mesmo período cresceu 70%, de 23 para 38,5 millhões de toneladas anuais, enquanto a produção de etanol mais que dobrou, passando de 13 para 29 bilhões de litros. As exportações de açúcar e etanol também cresceram fortemente, de US$2,1 bilhões em 2003 para US12 bilhões em 2010.

 

“Em 2003 foi lançado o primeiro carro flex, e hoje são mais de 11 milhões de veículos bicombustíveis, a maior frota flex do planeta,” completou o presidente da Unica. Jank também citou três conquistas fundamentais durante o governo Lula: o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar, que garante a futura expansão da cana com desmatamento zero; o Compromisso Nacional pelo Aperfeiçoamento do Trabalho na Cana-de-Açucar, inédito acordo tripartite reunindo governo, empesários e trabalhadores na adoção de melhores práticas trabalhistas vigentes no setor; e, por fim, o esforço pela internacionalização do etanol, questão sempre fortemente apoiada pelo presidente Lula.

 

“É fundamental recordar a sua persistência e esforço pessoal nessa batalha, ao levar a bandeira do etanol para os quatro cantos do mundo, colocando os biocombustíveis como elemento cetral da política comercial e mesmo da política externa brasileira,” lembrou o presidente da Unica. Nesse contexto, Jank citou o reconhecimento da agência de proteção ambiental dos Estados Unidos, a EPA, que deu ao etanol de cana a designação de “biocombustível avançado,” e a real possibilidade de eliminação da elevada tarifa imposta pelos EUA ao etanol importado, algo que tira a competitividade do biocombustível brasileiro no mercado americano.

 

Frisando que só os Estados Unidos podem demandar entre 5 e 15 bilhões de litros de etanol brasileiro até 2020, Jank afirmou que pela primeira vez desde 1980 existe uma chance real de não renovação da tarifa imposta pelos EUA, tema que será revisto pelo Congresso dos Estados Unidos até o final deste ano. E completou: “Presidente, contamos com seu empenho pessoal junto ao presidente Obama, para evitar que essa tarifa inaceitável seja novamente renovada.”

 

Para Jank, a queda de barreiras internacionais como a tarifa americana levaria a um novo ciclo de crescimento para o setor sucroenergético, o que aumentaria a necessidade por políticas públicas que defendam o crescimento e a competitividade do etanol e da bioeletricidade na matriz energética brasileira e garantam maior segurança jurídica para novos investimentos. “Um bom exemplo de carência de segurança jurídica é a questão da Reserva Legal, que aliás, esperamos ver solucionada ainda este ano, com sua ajuda,” disse Jank ao presidente Lula.

 

Após mencionar iniciativas como o Projeto RenovAção, que está requalificando anualmente até 7 mil trabalhadores que perderão seus empregos como cortadores de cana, Jank encerrou parabenizando todos os responsáveis pelo notável avanço do setor sucroenergético dos últimos anos: “Isto só foi possível porque contamos com trabalhadores, empresários e governantes competentes, como os que aqui se encontram, dando mais um passo para tornar o Brasil exemplo de inovação do mundo pós-petróleo e da economia de baixo carbono do Século 21.”

 

A solenidade de inuguração das oito termelétricas a biomassa foi realizada simultaneamente em três usinas paulistas: a Barra Bioenergia, unidade do Grupo Cosan em Barra Bonita, com a presença do Presidente Lula; a Cocal 2 em Narandiba, com a participação do Ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann; e a Conquista do Pontal, unidade da ETH Bioenergia localizada em Mirante do Paranapanema, com a presença do Secretário de Energia Elétrica do MME, Ildo Grüdtner. As três usinas foram interligadas via satélite para a solenidade.

 

Também foram inauguradas mais cinco termelétricas a biomassa: Clealco, em Queiroz; Iacanga, no município do mesmo nome; Destilaria Andrade em Pitangueiras, do Grupo Guarani; Noble Energia em Sebastianópolis do Sul; e Açucareira Ester, em Cosmópolis. As oito usinas inauguradas são associadas à Unica.

 

Rosa Webster

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